Amadora Take II

O Benfica empatou hoje a um golo no Estádio da Luz frente ao Vitória de Setúbal. Numa partida que fez levantar muitas vozes devido à calendarização não ser a mais apropriada, sobretudo para os clubes "grandes", com a presença de muitos jogadores nas respectivas selecções, os "encarnados" entraram bastante apáticos na partida, a permitir um controlo territorial por parte dos setubalenses.

Depois de uma sequência de cantos, todos eles apontados por Matheus, o jogador brasileiro acabaria por ser o protagonista do primeiro golo - muito polémico - da partida. Depois de novo lance de bola parada, apontado por Adalto, Luisão e Robson dividiram o lance, sobrando o esférico para Matheus que partindo adiantado, fez um chapéu com classe a Quim abrindo o marcador.

Os protestos existiram e ficou claramente a dúvida da intenção do lance. Ao contrário do que é dito algumas vezes no nosso futebol, os regulamentos não são claros e suscitam sempre a dúvida. Regressando ao jogo, surgiu então o melhor período do Benfica na partida. Galvanizados pelos adeptos, leia-se, No Name Boys, os jogadores "encarnados" partiram em busca do golo da igualdade que esteve perto de surgir, por mais do que uma vez, sempre com um final comum: falhanço de Bergessio.

Não era dia do avançado argentino e isso ficou bem patente aos 20' e 34' com duas finalizações bem tortas por parte do jogador do Benfica. O Vitória de Setúbal recuava perigosamente e era Di Maria a imagem da inconformação, no entanto, nunca acompanhado por uma finalização com conta, peso e medida.

O intervalo chegaria com os visitantes na frente mas o Benfica a mostrar atitude e empenho na procura do golo. No entanto, assistia-se a uma exibição pobre, sem lances realmente perigosos, sem ideias e com muito pouca criatividade para atingir de forma sustentada o último reduto "sadino".

Adu consegue o empate

Má segunda parte. O Benfica mexeu ao intervalo, entrando Yu Dabao para o lugar do desinspirado Fábio Coentrão. Camacho alterou o sistema mas nem assim os "encarnados" conseguiram trazer, depois de um descanso que se esperava proveitoso, outra qualidade ao jogo.

A atitude parece estar lá, pelo menos da parte de alguns jogadores, mas falta claramente mais requisitos a nível qualitativo. Não seria portanto de estranhar que apenas aos 57 minutos o Benfica voltasse a criar perigo, relativo é certo, num remate ao lado do chinês Dabao.

O Vitória acreditava ser possível sair de Lisboa com um triunfo e mostrou-se sempre bem organizado durante todo o encontro. A dupla de combate a meio-campo (Ricardo Chaves e Elias) ia-se exibindo a bom nível e comandava uma ofensiva dependente das arrancadas do brasileiro Matheus que a espaços lá trazia dores de cabeça aos defensores do Benfica.

O jogo estava morno, sem ideias, e a registar apenas substituições, cartões, e pouco mais. Por falar em mexidas, foi à entrada dos 20 minutos finais que Adu e Mantorras foram lançados por Camacho. No entanto, as alterações não trouxeram o efeito esperado e o jogo ofensivo do Benfica continuava sem clarividência necessária para fazer algo mais.

Se o ataque não respondia, a defesa também não estava nos seus dias, como revelou um falhanço quase comprometedor de Zoro. Quase, porque o marfinense foi rápido o suficiente para travar - em falta - Bruno Gama que se encontrava em excelente posição para marcar.

Já nos descontos, e num desvio aparentemente inofensivo, a velocidade, instinto e classe de Freddy Adu vieram ao de cima e o jogador norte-americano, com um remate cruzado indefensável fez a igualdade para gáudio dos adeptos do Benfica.

O jogo terminaria pouco depois, com alguns assobios nas bancadas. A exibição foi pobre, o nível qualitativo da maioria dos jogadores ficou longe do habitual e já há quem questione qual a motivação que os jogadores "encarnados" têm para disputar esta competição que é cada vez mais propicia a surpresas. Se a derrota do Porto na eliminatória anterior foi inesperada, o que dizer da vitória, novamente, do Fátima, em terreno emprestado do Sporting por 2-1?

Resta aos adeptos do Benfica marcar presença em massa na próxima noite europeia, frente ao Celtic!

André Sabino.