Após a derrota caseira ante a Fundação, a margem de erro do Benfica passou para zero. Como tal, conquistar os três pontos na deslocação ao Fundão era uma missão que só poderia terminar em sucesso. E desde cedo os jogadores do Benfica mostraram que não estavam dispostos a perder tempo. Logo aos 22 segundos, a primeira de muitas brilhantes combinações ofensivas do Benfica terminou com Arnaldo a entregar o golo a Ricardinho, que falhou o toque final para golo. Mas iria redimir-se pouco depois, canto do lado direito, com Pedro Costa a colocar de modo perfeito em Ricardinho, que sem deixar a bola cair rematou rasteiro, forte e colocado, marcando um golo de bandeira. E mais um golo saído de um canto…
Sempre a pressionar
O primeiro golo não fez o Benfica tirar o pé do acelerador, com a partida a ser jogada a um ritmo alucinante, com o Fundão constantemente a corrigir a sua estratégia, de modo a criar perigo. A reacção dos locais nos primeiros minutos ainda assim foi ténue, e foi o Benfica, depois de ver Carlinhos brilhar a alto nível, a chegar ao 0-2, com Ricardinho a servir com muita classe Arnaldo, que na cara de Carlinhos lhe atirou a bola entre as pernas, batendo-o. O Fundão procurava reagir, e já depois de Zé Carlos ter negado o golo a Esquerda, o 10 local marcou mesmo, num lance em que rematou fortíssimo contra Pedro Costa e beneficiou do ressalto para marcar.
César Paulo, os postes e mais um golo
Com o Fundão a equilibrar a contenda, o Benfica decidiu lançar César Paulo a pivot, para ter mais posse de bola. E cedo o novo reforço começou a mostrar pormenores técnicos de elevada qualidade, sobretudo no domínio e posse de bola. Ao minuto 9, Pedro Costa iniciou um duelo infeliz com os postes. Primeiro viu Carlinhos desviar para a madeira um cabeceamento seu, pelo meio Carlinhos negou o golo a César Paulo, e logo de seguida outra vez Pedro Costa desta vez a acertar à barra, prontamente imitado por Gonçalo Alves. Em 2 minutos o Benfica desperdiçara 4 oportunidades flagrantes de golo. Não estranhou assim o 1-3, obtido aos 12 minutos fruto de um contra-ataque iniciado pelo roubo de bola e corrida desenfreada de Arnaldo, que assistiu Gonçalo ao 2ºposte, com este a fazer o que lhe era pedido e atirando para o fundo da baliza.
O regresso do capitão
Com o Fundão rendido ao domínio do Benfica, continuaram as oportunidades de golo para os campeões nacionais. Ricardinho deu o primeiro momento de espectáculo na tarde. Com Carlinhos a fazer-lhe a mancha, fez o “cabrito”, com a bola injustamente a bater na barra. Pouco depois, já com João Marçal e André Lima em campo, um pique do 21 por pouco não deu golo de André, com Carlinhos a interceptar o passe. Adivinha-se mais um golo do Benfica, que surgiu ao minuto 18. Ricardinho, sempre ele, no passe para André Lima, que na primeira vez que pôde rematar, fê-lo com a classe e frieza reconhecidas, atirando para o 1-4. Golo vivido intensamente pelo Benfica. Irrepreensível, o Benfica não parava de tentar. Em nova jogada ofensiva brilhante, a rápida troca da bola terminou com Marçal a dar a Ricardinho o 1-5. E ainda antes do intervalo, César Paulo chegou ligeiramente atrasado, adiando o seu golo.
Segunda parte noutra velocidade, com a mesma classe
No recomeço cedo se viu que o Benfica vinha para jogar noutra velocidade, facto que conduziu a algumas faltas desnecessárias, que rapidamente levaram a equipa às 5 faltas. Ainda assim o Benfica não deixou de procurar o golo, mas o Fundão também surgiu mais afoito, sobretudo através da raça de Couto e Paulo Pinto, e dos pés que Pelezinho e Esquerda, mais-valias técnicas. Zé Carlos começou a ter mais trabalho, mas foi respondendo bem das vezes que foi chamado. Quem não parava o espectáculo era Ricardinho: aos 27 minutos, em pressão, efectou um “cabrito” para trás, e sem deixar a bola cair, isolou com um toque aéreo Miguel Almeida, que isolado preferiu a finalização à assistência, mas o chapéu saiu muito alto.
Olá, eu sou César Paulo!
Pouco depois, o golo da tarde. Ricardinho efectuou um passe picado para César Paulo, que fez uma recepção fantástica com o peito, rodou ainda melhor e finalizou para golo com muita classe. Um golo de um recorte técnico de muita classe, o primeiro golo de César Paulo pelo Benfica, na sua estreia. Deixa água na boca! Após o 1-6, o Benfica atingiu a 5ªfalta e entregou o domínio da partida aos locais. O Fundão foi acreditando, quase sempre através de remates de longe. Dispôs também de 2 livres de 10 metros, mas Zé Carlos negou o golo em ambas as ocasiões, primeiro a Couto, depois a Bruno Pereira.
Golos finais
Pouco depois do 2ºlivre de 10 metros, um bom trabalho do menino Ricardo Pereira isolou Arnaldo, mas o 6 do Benfica finalizou o lance de modo desastroso. Os últimos minutos trouxeram 3 golos e alguns calafrios causados pelo jogo de pés de Zé Carlos, ainda assim sem consequências. Quanto aos golos, primeiro foi Ricardinho a completar o hat-trick, em mais uma jogada supersónica com Arnaldo. Depois foi Paulo Pinto a dar espectáculo, fazendo um golo semelhante ao de César Paulo, também de belo efeito. O golo final surgiu de um contra-ataque do Benfica, com a triangulação entre Ricardinho, Pedro Costa e João Marçal a dar o golo do 21 encarnado. Mesmo sobre o soar do gongo, Zé Maria desperdiçou a derradeira oportunidade de golo.
Vitória e exibição claras, muito importantes, foram a melhor resposta a um péssimo resultado. Destaque claro para os “hat-tricks” de golos e assistências de Ricardinho, para as “estreias” a marcar de André Lima e César Paulo, mas destaque sobretudo para a grande exibição colectiva, de uma equipa unida em busca do bi-campeonato, e uma equipa ainda longe de estar a 100%. Falta Adil Amarante no banco, falta Bebé e faltará até ao fim da época na quadra Rogério Vilela. Apesar de tudo, este é um grupo muito unido, que terminou a deslocação ao Fundão dedicando a vitória precisamente a Bebé e Rogério Vilela.
Ficha de jogo
Campeonato Nacional FutSagres 2007/8 – 16ªJornada
AD FUNDÃO 2 – 8 SL BENFICA (1-5 ao intervalo)
Pavilhão Municipal do Fundão, lotação esgotada.
Árbitros: Fernando Serras e João Barracas
Fundão: Carlinhos; Bruno Pereira, Pelezinho, Couto (cap) e Esquerda (1). Paulo Pinto (1), Liléu, Ronelli e Cristóvão.
Não jogaram: João Pedro e Flávio.
Treinador: José Luís
Benfica: Zé Carlos; Zé Maria, Pedro Costa, Arnaldo (1) e Ricardinho (3); Gonçalo Alves (1), César Paulo (1), André Lima (1, cap), João Marçal (1), Miguel Almeida e Ricardo Pereira.
Não jogou: Carlos Paulo.
Treinador: Nélito (por castigo de Adil Amarante)
Disciplina: Cartão amarelo a Esquerda, Pelezinho; César Paulo.
Marcha do marcador: 0-1 Ricardinho (2‘); 0-2 Arnaldo (4‘); 1-2 Esquerda (7‘); 1-3 Gonçalo Alves (13‘); 1-4 André Lima (18‘); 1-5 Ricardinho (19‘); 1-6 César Paulo (26‘); 1-7 Ricardinho (37’); 2-7 Paulo Pinto (38’); 2-8 João Marçal (39’).