Benfica ganha vantagem frente ao OC Barcelos

Público

Finalmente o hóquei teve uma boa casa. Muito amorfa, diga-se, não muito apoiante da sua equipa, a claque Kaos Barcelense dominou durante muito tempo o apoio nas bancadas na Luz. De qualquer modo é um bom indicador, que as pessoas estão a voltar ao hóquei.

Isto é um jogo decisivo?


Teoricamente, o play-off seria sinónimo de mais espectáculo. Mas ontem na Luz o jogo teve períodos excessivamente tácticos, em que as individualidades não conseguiram abrilhantar o jogo. Do lado do Barcelos, as limitações físicas de Cacau e a ausência do castigado Caio foram determinantes para a apatia ofensiva, do lado do Benfica só Ricardo Barreiros mostrou arte e Mariano, a espaços, criou alguns desequilíbrios, no entanto as melhores jogadas do Benfica acabaram com bolas no poste, ou defesas de Ginho, sendo 2 delas espectaculares, nos primeiros minutos de jogo.

Ora venham os golos


O primeiro golo podia pender para qualquer uma das equipas e pendeu para o Barcelos. Aos 10 minutos, um erro defensivo do Benfica deixou Johe à vontade, que com um belo trabalho individual, deixou Carlos Silva sem hipóteses de parar o primeiro da tarde. O Benfica não acusou o golo, e já com Tó Silva em campo, fez o empate. Um lance que começa de forma duvidosa, no ataque barcelense, onde Tiago Rafael foi derrubado em falta, não assinalada. No contra-ataque 3 x 2, o Benfica foi impecável e Valter Neves (exemplar exibição) fez o empate, iam decorridos 15 minutos. Aos 20, o Benfica adiantou-se no marcador, num lance marcado pelo génio de Barreiros, que efectuou uma picadinha sobre Ginho, que não deu golo, mas o ressalto sobrou para Tó Silva, que empurrou para a baliza deserta. Até ao intervalo Cacau desperdiçou uma grande penalidade cometida sobre si por Valter Neves. A vantagem do Benfica ao intervalo era um resultado feliz, esperando-se uma segunda parte complicada.

Erro de arbitragem altera rumo do jogo


O primeiro minuto de jogo da segunda parte marcou o rumo do jogo: um remate de Tiago Rafael com um efeito caprichoso embate no poste, terá batido na barra que se encontra no chão do interior da baliza e saltado para fora, sendo que se à velocidade do lance é impossível ter a certeza de que é golo, ficou a ideia do som da bola a bater duas vezes, terá sido uma no poste, e outra lá dentro. Desorientados e a protestar com árbitro, os jogadores do Barcelos nem deram pelo jogo seguir e Ricardo Barreiros não se importou nada e rematou para o 3-1, que assim dava uma vantagem de 2 golos ao Benfica.

Jogar para o resultado e o circo de Venâncio

O Benfica adoptou então uma postura mais pragmática, visto que o Barcelos não conseguia grande perigo no ataque. Foi então que se viu o melhor Benfica, que só falhou na finalização, onde o poste e a barra impediram golos a Barreiros, Carlitos e Mariano, que podiam dar outra expressão (injusta) ao resultado, mas por outro lado “limpariam” a imagem do 3ºgolo do Benfica. A 10 minutos do fim, o árbitro Paulo Venâncio, com sede de aparecer na televisão, desatou a mostrar cartões amarelos por tudo e por nada, numa atitude arrogante altamente incompreensível. Pelo meio conseguiu amarelar 2 elementos do banco do Barcelos, dar azuis a Valter Neves e Carlitos, enfim, um autêntico circo, de um dos senhores (a par do seu parceiro de ontem) que roubaram a Taça de Portugal ao Benfica em 2005, na célebre final do Entroncamento.

Ameaça final

A 2 minutos e 12 segundos do fim, o Barcelos chegou ao 3-2 por Nuno Resende, numa das suas melhores investidas da segunda parte. Vítor Silva pediu o seu desconto para tentar chegar ao empate, mas o desconto serviu na perfeição a Carlos Dantas, que delineou a estratégia de segurar a bola, que resultou muito bem, conseguindo o Benfica guardar a bola até final. Para a semana é o 2ºjogo, na deslocação a Barcelos, onde se prevêem dificuldades (Caio já será opção nos barcelenses), e onde a vitória garante desde já, a presença na final do campeonato. Na outra meia-final o Porto ganhou com golo de ouro à Oliveirense, por 6-5, num jogo em que esteve a perder 4-0, mas a Oliveirense deve ter-se arrependido de tal façanha...

Ficha de jogo
Campeonato Nacional – Play-Off, Meias-Finais – 1ºjogo
Pavilhão Açoreana Seguros, Lisboa, cerca de 1300 espectadores
SL BENFICA 3 – 2 OC BARCELOS (2-1 ao intervalo)
Árbitros: Paulo Afonso e Paulo Venâncio

Benfica: Carlos Silva; Valter Neves (1), Mariano (cap), Ricardo Barreiros (1) e Vítor Hugo; Tó Silva (1), Carlitos e Pedro Afonso.
Não jogaram: Nuno Adrião; Daniel Guedelha.
Treinador: Carlos Dantas

Barcelos
: Ginho; Nuno Resende (1), Tiago Rafael, Johe (1) e Nuno Félix; Cacau, Joel Coelho (cap) e Micha.
Não jogaram: Jorge Correia e Diogo Silva
Treinador: Vítor Silva

Disciplina: Cartões amarelos a Carlos Silva, Valter Neves (2), Carlitos (2) e Vítor Hugo; Jorge Correia, Joel Coelho, Vítor Silva (Treinador) e ao Delegado do OCB.

Marcha do marcador
: 0-1 Johe (10’); 1-1 Valter Neves (15’); 2-1 Tó Silva (20’); 3-1 Ricardo Barreiros (26’); 3-2 Nuno Resende (48’).