Iniciados A: Benfica 3-0 Estrela

Benfica
Ângelo Martins, Pedro Almeida, Fábio Leite, João Santos, Bruno Gaspar, Marco Grilo, José Henrique (Miguel Herlein, int.), Pedro Dias (André Costa, int.), Malam Jaquite, Gerson Fidalgo (João Marques, 57') e Rui Silva (Tiago Silva, 61').
Treinador: Bruno Lage
Treinador Adjunto: José Alexandre Bruno
Delegado: Alberto Arruda
Fisioterapeuta: José Miguéis

Golos: José Henrique (25'), Rui Silva (47') e Gerson Fidalgo (56').

Depois de uma demonstração de classe em Alcochete, o Benfica entrou para esta partida com a responsabilidade de sair com os três pontos, no primeiro jogo da época na Caixa Futebol Campus. Uma boa assistência, longe, é certo, daquilo que terá de acontecer em jogos futuros, cerca de 650 pessoas marcaram presença para apoiar a equipa neste desafio complicado frente a um Estrela da Amadora motivado pela goleada imposta ao Loures na primeira jornada.

Em 4-1-2-3, o Benfica actuou com Ângelo Martins na baliza; Pedro Almeida, Fábio Leite, João Santos e Bruno Gaspar na defesa; Marco Grilo actuou na posição 6, tendo à sua frente os dois Médios Interiores Pedro Dias e Gerson Fidalgo. O tridente ofensivo foi composto por José Henrique na direita, Rui Silva à esquerda e Malam Jaquite na frente de ataque.{tactica(1770)}

“Encarnados” donos do encontro demoraram a conseguir o golo


Bruno Gaspar nas alturas

O Benfica entrou bem na partida. Sem apresentar de imediato grandes lances de futebol, ia controlando o jogo e saindo com facilidade para o ataque onde procurava explanar a capacidade criativa dos seus elementos mais desiquilibradores. Aos 7 minutos, Rui Silva tentou de longe visar a baliza defendida por Rui Mendes, mas o esférico saiu por cima.

Era Rui Silva o elemento em maior destaque nos primeiros minutos. Em bons lances pelo flanco esquerdo, procurava criar desiquilibrios e chegou mesmo a estar perto do golo, novamente, aos 10 minutos, na sequência de um passe de Malam Jaquite. Depois de ultrapassar um adversário, Rui Silva atirou ao lado à saída do guarda-redes do Estrela.

José Henrique procurava ser um apoio directo do ponta-de-lança Malam Jaquite. A flectir muitas vezes para o centro do ataque, esteve perto de marcar na resposta a uma boa incursão pelo flanco esquerdo de Bruno Gaspar. Cinco minutos volvidos, e num lance com algumas responsabilidades para Rui Mendes, José Henrique correspondeu da melhor forma – num cabeceamento colocado – a um excelente cruzamento de Bruno Gaspar, inaugurando o marcador.

O melhor momento do primeiro tempo acabaria por surgir pouco tempo depois. Com a bola nos pés de Rui Silva, o criativo do Benfica procurou fazer um golo de se lhe tirar o chapéu. De longe, e num remate que ia certamente ao ângulo da baliza do Estrela, viu Rui Mendes negar-lhe o golo, efectuando a defesa da manhã.


Rui Silva domina no peito

Mais capacidade concretizadora elevou os números da vitória

Ao intervalo, André Costa rendeu Pedro Dias, estreando-se assim com a camisola do Benfica em partidas oficiais. Miguel Herlein, também recuperado de uma apoquentadora doença que o impediu de seguir viagem para Alcochete, entrou para o lugar de José Henrique, posicionando-se como Extremo Esquerdo, actuando Rui Silva no flanco direito do ataque.

E o Benfica começou a todo o gás. Os “reforços” vieram dar outra facilidade de penetração em zonas de finalização e foi Miguel Herlein que logo no primeiro minuto da segunda metade esteve perto de facturar. Valeu boa intervenção do guarda-redes contrário.

Malam Jaquite ia trabalhando bem, e aparecia muitas vezes a combinar com companheiros vindos de trás na tentativa de procurar o golo. Em dois lances em tudo idênticos, o avançado do Benfica abriu espaço e deu oportunidade de remate a André Costa. Contudo, as tentativas do médio centro ex-Real Massamá não encontraram o caminho do golo.


José Henrique

O mesmo Malam tomou as rédeas da finalização ao minuto 45 com um forte remate para grande defesa de Rui Mendes. O domínio do Benfica intensificava-se e teve o destino esperado dois minutos volvidos com um golaço de Rui Silva. Num passe em tudo idêntico a nível qualitativo à execução do camisola 11 do Benfica, Marco Grilo isolou Rui Silva que à saída do guarda-redes adversário, e num toque de génio, deu um ‘chapéu’ a Rui Mendes atirando depois sem dificuldade para o segundo golo do jogo.

Miguel Herlein, por duas ocasiões, esteve perto de marcar o seu primeiro golo na prova. Na sequência de uma iniciativa individual, o seu potente remate obrigou o guardião do Estrela a aplicar-se. Pouco tempo volvido, e na tentativa de efectuar mais um ‘chapéu’, o esférico saiu um pouco torto.

Aos 56 minutos, excelente lance colectivo a culminar no terceiro golo. Numa incursão pelo centro do terreno, Gerson Fidalgo correu em progressão e combinou muito bem com Malam Jaquite que devolveu o passe, e proporcionou ao camisola 10 “encarnado” a hipótese de atirar sem dificuldade para novo golo das “águias”.

O Benfica nunca descansou e procurou sempre atingir o quarto golo. Miguel Herlein chegou a fazê-lo – depois de grande lance de André Costa – mas o árbitro Jorge Faustino anulou o golo ao jogador “encarnado”. Mesmo em cima do apito final, foi Rui Mendes, o guarda-redes do Estrela, que num excelente voo tirou o golo, novamente, a Miguel Herlein.

Vitória justa e sem contestação do Benfica. Bem posicionada, a defesa “encarnada” continua a não permitir veleidades aos atacantes locais e foram poucos, ou nenhuns, os lances em que Ângelo Martins teve de se aplicar.


Miguel Herlein

É de saudar a estreia no campeonato de Gerson Fidalgo – castigado para o jogo em Alcochete –, dos lesionados Miguel Herlein e João Marques e do indisponível André Costa. A equipa aos poucos vai ficando preenchida, o que certamente agradará ao técnico Bruno Lage que conta agora com mais opções.

Apreciação individual:

Ângelo Martins: Não teve trabalho, foi um espectador ao longo de todo o encontro.

Pedro Almeida: Muito forte a nível defensivo, procurou sempre que assim se exigia subir no terreno e oferecer profundidade ao flanco. Menos em foco a nível ofensivo do que no encontro anterior, saiu com mais uma boa exibição no bolso. Grande atitude do capitão em todos os lances.

Fábio Leite: Imperial nos lances divididos, um pouco à imagem do seu companheiro de sector. Não foi necessário ficar muito tempo lá atrás, pelo que procurou ‘matar’ os contra-ataques do Estrela.

João Santos: Mais incisivo no desarme no primeiro tempo, resguardou-se na segunda metade e procurou ir ao ‘choque’ sempre que assim era exigível. Realizou mais uma boa exibição.

Bruno Gaspar: Mais um belo jogo. Um jogador à Benfica, vai enchendo o flanco esquerdo – o oposto ao que está rotinado – de garra, empenho e muita qualidade. Subiu bastantes vezes e ofereceu linhas de passe e capacidade de progressão ao jogo lateral da equipa. Muito bem, melhor em campo.

Marco Grilo: Foi eficaz sempre que chamado a intervir, raramente perdendo posição para os seus adversários. Procurou jogar rápido e simples.

José Henrique: Primeira parte interessante, marcou o primeiro golo da equipa. Não esteve tanto em foco como em Alcochete, mas registou uma exibição positiva pelo empenho de atingir terrenos de finalização em reduto defensivo do Estrela.

Pedro Dias: Importante pelo pressing alto que efectuou. Forte nos desarmes, inteligente a sair a jogar, tem uma boa cultura táctica.

Malam Jaquite: Muito importante nas linhas de passe que proporcionou, vai conquistando o seu espaço na equipa. Só lhe faltou o golo para preencher ainda mais uma boa exibição!

Gerson Fidalgo: Marcou um merecido pelo pelos kilómetros que correu e capacidade de progressão que ofereceu ao jogo da equipa. Bom regresso, bom jogador que será certamente importante ao longo da temporada.

Rui Silva: Marcou o golo mais bonito do encontro. Tem uma fantástica capacidade de drible e de criar desequilíbrios no reduto mais recuado da equipa adversária. Por vezes não solta rápido e no momento certo. Certamente trabalhará isso com o seu novo técnico e será um jogador ainda mais decisivo.

João Marques: Estreou-se. Esteve pouco tempo em campo, cumprindo sempre que a bola lhe chegou aos pés.

Tiago Silva: O criativo que na temporada passada espalhava magia na equipa “C” de Iniciados entrou hoje e registou uma exibição muito empenhada e ofereceu o seu cunho pessoal ao último terço da equipa.

Miguel Herlein: Entrou muito forte. Criou desequilíbrios e procurou chegar a um golo que tanto procurou e que tantas vezes lhe foi negado ou pela direcção errada que levava, ou por estiradas decisivas do guardião do Estrela. Muito bem!

Flash-Interview com o técnico Bruno Lage:

Qual é o comentário que faz ao jogo?

“Depois na nossa excelente prestação e grande vitória na Academia e na sequência e na sequência da semana de treino que realizámos, estávamos conscientes que se colocássemos em prática a atitude e a dinâmica que mostramos no treino que iríamos chegar ao final do jogo com o nosso objectivo cumprido, que era uma boa exibição e um bom resultado. Penso que neste momento em termos de treino estamos a elevar os níveis exibicionais a um nível muito bom mas que ainda não conseguimos fazê-lo no jogo. Algumas coisas já saíram bem, já conseguimos desenhar algumas jogadas colectivas, ficámos muito satisfeitos e comemorámos muito o terceiro golo por ser uma jogada nossa, uma jogada colectiva e acaba por ser um golo para o grupo e ficámos muito satisfeitos por isso. A pouco e pouco vamos tentar formar uma boa equipa, hoje tivemos também a oportunidade de colocar muita gente nova a jogar com as cores do Benfica, com muita assistência na bancada. Foi bom para o André Costa entrar, foi bom para o João Marques entrar e para o Tiago Silva que tem andado aqui a ‘bater-se’ com os matulões e sem tem portado muito bem e por isso com este espírito de equipa que estamos a ter, com esta atitude e motivação em querer aprender, penso que vamos atingir os nossos objectivos que passam por formar uma boa equipa, que saiba jogar, que tenha organização quer defensiva quer ofensiva e isso é o nosso grande objectivo e ficámos satisfeitos por isso.”

A equipa já contou hoje com o Miguel Herlein, com o Gerson Fidalgo, com o André Costa e com o João Marques, atletas que não puderam jogar em Alcochete. Ainda faltam alguns elementos e a perspectiva é sempre de melhorar…

“Sim, temos alguns elementos que não estão presentes e que podem ser essenciais no futuro. Mas também é algo que nos deixa muito satisfeitos, não podendo contar com esses jogadores, os atletas que estão disponíveis têm dado conta do recado, num início de campeonato difícil e nós cá estamos para travar estas pequenas dificuldades, ultrapassá-las e conquistámos seis pontos, com duas boas exibições e estamos muito satisfeitos.”

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.