José António Camacho - Biografia

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José Antonio Camacho nasceu em Cieza (Murcia) a 8 de junho de 1955. Criado no seio de uma familia modesta, seu pai - senhor Antonio - ganhava a vida como carpinteiro. Sua mãe - dona Gregoria – elevava o peso da casa cuidando dos quatro filhos do casal.

Decorridos sete anos após o nascimento do pequeno José António, a família Camacho muda-se para Albacete. Seria então nesta localidade espanhola que Camacho começaria a sua aventura no mundo do futebol. Terminada que estava a etapa das partidas de rua, a sua primeira equipa foi a Taller-Escuela Sindical, onde começou a despontar como extremo-esquerdo. A sua rápida ascensão começou na equipa de juniores do Albacete, onde ganhou um lugar na selecção murciana, sendo depois chamado por Rial, para jogar nos juvenis da selecção espanhola.

Mas sem dúvida, que a sua grande oportunidade estava na capital espanhola, e nada mais nada menos, que no Real Madrid. Camacho teve duas jornadas de provas e alcançou o seu objectivo a 21 de Março de 1973, quando ingressou nos quadros do clube madrileno. Com apenas 18 anos, a 3 de Março de 1974 jogou no Estádio La Rosaleda a sua primeira partida com a equipa na primeira divisão.

Dezasseis temporadas passaram até que em 1989 Camacho deixa definitivamente o futebol profissional, e com uma média de 415 jogos ao serviço do Real Madrid, 9 Campeonatos, 3 Taças, 3 Taças da Liga, 1 Super Taça de Espanha e 2 Taças UEFA.

Em 1978 sofreu uma grave lesão (Rotura de ligamentos cruzados do menisco da sua perna esquerda) que o afastou definitivamente do futebol.

Camacho era o segundo jogador que mais partidas tinha disputado ao serviço da selecção espanhola, com um total de 81 jogos. A 1 de Maio de 1990 celebrou-se uma partida em sua homenagem. Real Madrid e Milão mediram forças, sendo que os brancos saíram vencedores por 2-1. O espanhol sempre disse que só tinha para nos dar futebol e uma vez terminada a sua etapa como jogador, começava então a preparar a sua carreira como treinador do Real Madrid. Obteve o título em 1991, quando afirmou que os cursos de treinador nada de novo lhe ensinaram.

Quando abandonou o Real, rumo ao Rayo Vallecano, na época 91-92, a equipa de Vallecas encontrava-se na segunda divisão e Camacho colocou-a na primeira divisão, onde a conseguiu manter na época 92-93. Terminada que estava a sua etapa no conjunto madrileno, muda-se para o Espanhol com a clara intenção de colocar a equipa na primeira divisão, dado que esta também se encontrava na segunda divisão, quando lá chegou. Conseguiu o objectivo e em 95-96 abandonou o clube catalão.

Antes de aceitar o cargo na selecção espanhola, José António Camacho teve tempo para treinar o Sevilha na temporada 96/97 ainda que tenha apenas dirigido 22 partidas, e foi treinador do Real Madrid sem sentar-se no banco na temporada 98/99. Este foi sem dúvida, um dos capítulos mais negros da carreira de Camacho. Sem ter iniciado a competição, o técnico branco decidiu abandonar a equipa, apresentando problemas de organização dentro da mesma.{mostrarimagem("269066295.jpg","right","$legenda")}

Camacho iniciou-se então como seleccionador de Espanha, a 24 de Setembro de 1998, frente à Rússia, num jogo amigável, em Granada. A turma de Camacho venceu por 1-0. José António obteve ainda uma excelente classificação para o Campeonato do Mundo.

Depois da selecção espanhola, surgiu o Benfica. Camacho era então admirado por muitos, até que a saída de Jesualdo Ferreira, do comando técnico do clube da Luz, acabou por abrir portas ao espanhol que mal chegou à Luz mostrou trabalho, empenho e determinação nos objectivos a alcançar. A equipa mudou de atitude e Camacho passou a ser um ídolo dos adeptos da turma da Luz. Com um contrato válido por apenas seis meses, Camacho esteve perto de alcançar a primeira posição, mas uma derrota na Luz por 1-0, frente ao Porto acabou por ditar que o título ia para a invicta.

Camacho traçou então o objectivo: a Liga dos Campeões. O tempo foi passando e à medida que a equipa ia alcançando pontos, a comunicação social destacava o trabalho do técnico espanhol e colocava a questão da renovação. O tema chegou a ser tabu, que no entanto tornou-se realidade, para regalo dos adeptos da equipa da águia.

Hoje em Portugal, ninguém tem dúvidas. Camacho é um senhor no futebol. Sabe estar neste mundo que movimenta paixões, sabe falar e gosta do trabalho, empenho e dedicação. Camacho é duro e raramente vacila. Os benfiquistas gostam de Camacho e o espanhol gosta do Benfica e de Lisboa.