Juniores: Benfica 7-0 Nacional

Benfica 7 - 0 Nacional da Madeira
Golos: Wang Gang (2', 27', 44' e 85'), André Carvalhas (4' e 47') e Miguel Rosa (90+1').{tactica(1367)}

Na 6ª Jornada do Nacional de Juniores, Benfica e Nacional da Madeira encontraram-se na Caixa Futebol Campus para aquela que seria uma boa partida em perspectiva, como tem vindo a acontecer até então, com vitória “encarnada”.

Num sistema completamente diferente daquele que tem sido adoptado neste início de época, o Benfica tentou potencializar ainda mais o seu futebol ofensivo com a inclusão de um 3-4-1-2 na óptica de ter matéria prima ofensiva para sair com mais uma goleada.


André Soares tenta a finta

Daniel Casaleiro foi o Guarda-Redes; O trio defensivo foi composto por André Magalhães a descair na direita, Abel Pereira como Libero e João Pereira a fechar o flanco esquerdo do sector mais recuado. Com o meio-campo central entregue aos habitues David Simão e Miguel Rosa, Ruben Lima fez todo o flanco esquerdo, actuando no flanco oposto o moçambicano Daud Machude. André Soares actuou no apoio aos elementos mais ofensivos André Carvalhas e Wang Gang.

Benfica traduz efectivo domínio em golos

Um dilúvio abateu-se sobre o Seixal. Com o terreno pesado, e para além da chuva, um forte vento fez-se sentir ao longo de toda a partida o que condicionou, em alguns momentos, o futebol das duas equipas. Foi no entanto um início de jogo que não ficou longe do que tem acontecido nas outras partidas da temporada.

Logo ao segundo minuto, e já depois de Dyego Sousa ter obrigado Daniel Casaleiro a aplicar-se, o chinês Wang Gang foi recompensado pelo seu bom trabalho a abrir o remate a David Simão – grande bomba ao ferro – permanecendo no local exacto para empurrar para o fundo da baliza e assinar o seu primeiro tento da tarde.

Muito bem apoiado pelo irrequieto André Carvalhas – de regresso às exibições “À lá Carvalhas” – o chinês aparecia frequentemente em boas situações para factuar. Mas foi o seu companheiro de ataque que fez o segundo golo aos 4 minutos. André Soares desenvolveu um bom lance pelo centro do terreno e, com um passe sublime, abriu espaço na defensiva Madeirense. André Carvalhas na ‘cara’ de Carin não vacilou e atirou colocado para o segundo golo do jogo.


André Carvalhas domina no peito

Já depois de um livre indirecto dentro da grande área nacionalista onde Miguel Rosa tirou tinta à barra da baliza do Nacional, André Soares cruzou com conta, peso e medida, permitindo ao chinês Wang Gang, com uma grande cabeçada, aumentar a contagem e levar a Caixa ao delírio.

André Carvalhas ia procurando, sempre através de toda a sua qualidade técnica, criar espaços em zonas de finalização. Tal situação aconteceu aos 33’. A puxar a bola para o pé esquerdo, o remate ficou curto conseguindo Carin defender bem para canto.

Ainda antes de voltar a marcar, Wang Gang esteve perto do golo no seguimento de uma excelente combinação de David Simão e André Soares. O remate do avançado chinês não saiu com a direcção desejada.

Em cima do intervalo, e onde a velocidade, mas sobretudo o acreditar no lance de André Carvalhas, permitiu a Wang Gang cabecear para o fundo das redes e fazer o terceiro golo. O camisola 7 do Benfica, já em esforço, tirou um cruzamento perfeito permitindo a Wang dar seguimento a um bom lance individual de André Carvalhas.

Vendaval Ofensivo

Ao intervalo, duas substituições no Benfica. André Soares e Daud Machude deram os seus lugares a Airton Oliveira e Guido Abayian, passando Carvalhas para uma posição mais recuada, no apoio directo aos dois avançados.

Enquanto a ‘mistura’ entre um Argentino e um Chinês não fazia estragos na defensiva dos Madeirenses, era a vez de André Carvalhas continuar a brilhar. Miguel Rosa com um excelente cruzamento do flanco direito permitiu ao avançado “encarnado” atirar, de cabeça, para o fundo da baliza fazendo o 5-0.


David Simão procura o passe

No Nacional da Madeira destacava-se um avançado alto, ágil e muito bom tecnicamente. De seu nome, Dyego Sousa. À entrada da última meia-hora, e num lance de desiquilibrio pelo flanco, efectuou um grande remate para grande intervenção de Daniel Casaleiro. O guarda-redes do Benfica, até aqui sem trabalho de maior, fez uso se todos os seus reflexos e com uma estirada de qualidade evitou o golo do Nacional.

Era no entanto André Carvalhas que comandava o jogo do Benfica. Quando o criativo acelerava e fazia uso do seu vasto leque de argumentos técnicos, deitando por terra qualquer intenção dos Madeirenses. Depois de um remate traiçoeiro que obrigou Carin a defender para o lado – a bola ainda bateu no poste – iniciou um fabuloso lance pelo flanco esquerdo que não foi aproveitado quando a bola caiu na zona de finalização. O esférico ultrapassou todo a área e foi ter até ao lado direito onde encontrou um grande cruzamento de André Carvalhas a permitir uma cabeçada fulgurante de Wang Gang a fazer o 6-0.


Wang Gang procura um companheiro

Já em cima do apito final, Guido Abayian trabalhou bem e endossou para Miguel Rosa que não desperdiçou, fazendo o seu sexto golo em seis jogos. O Benfica realizou uma boa partida, de início ao fim. Talvez não tenha mantido o nível exibicional nos minutos intermediários da segunda metade, tendo também a atenuante da forte chuva que se fez sentir, cansando e obrigando os jogadores a praticar um futebol muito mais energético do que o habitual. Boa exibição!

Apreciação Individual:

Daniel Casaleiro: Não teve muito trabalho mas sempre que chamado a intervir – irremediavelmente através de iniciativas de Dyego Sousa – respondeu com segurança. Fez a defesa do encontro aos 58 minutos. Bom jogo.

André Magalhães: Bom jogo. Hoje mostrou-se bastante disponível a nível ofensivo e ofereceu a profundidade e consistência necessária ao flanco direito. Demonstrou novamente bons argumentos no capítulo do cruzamento.

Abel Pereira: Excelente primeira parte, acabou por cair um pouco de rendimento nos últimos 10 minutos quando o seu esforço físico já tinha sido prolongado ao longo do segundo tempo. Sofreu uma entrada mais viril na primeira parte e ficou tocado. No entanto, grande atitude, grande capacidade de sacrifício e muita capacidade nos lances divididos. Correu kilómetros, o melhor do sector defensivo.

João Pereira: Esteve bem. Procurou ganhar sempre os lances e sair a jogar com facilidade. Está a subir de forma.

Ruben Lima: Hoje jogou mais avançado no terreno e procurou criar lances de perigo pelo flanco esquerdo. Conseguiu-o, sobretudo na primeira metade, tendo rubricado mais uma exibição positiva.

David Simão: Saiu no decorrer da segunda metade para descansar desta que tem sido uma fase de jogos intensa para o médio “encarnado”. Tem uma fabulosa capacidade de passe, como já se sabe, e hoje, mesmo com as condições meteorológicas adversas, não se inibiu de fazer as suas aberturas teleguiadas. Bom jogo, grande ‘tiro’ ao ferro. A crescer, sobretudo em termos de dinâmica onde parece de jogo para jogo mais preocupado em acelerar os processos de construção.

Miguel Rosa: Não deu tanto nas vistas como nos encontros anteriores, mas rubricou mais uma boa exibição com um bom golo a fechar a partida. Raça, qualidade. É a sua imagem!

Daud Machude: Saiu ao intervalo tendo realizado uma exibição discreta. Pouco incisivo a partir “para cima” dos adversários, no entanto, quando faz uso da sua troca de velocidade deixa por terra os defesas contrários. Tem de ser mais confiante e equilibrado no seu rendimento.

André Soares: Foi importante na obtenção dos primeiros golos e na criação de espaços em terrenos ofensivos. Saiu ao intervalo, boa exibição!

Wang Gang: Marcou quatro golos. Excelente sentido posicional, tem instinto de goleador, apesar de também criar bastantes lances pelos flancos, fazendo uso das suas diagonais mortíferas. E vão 13 golos em 6 encontros.

André Carvalhas: Por ter mantido um rendimento constante ao longo do encontro, merece hoje a distinção de melhor em campo. Jogou, fez jogar. Marcou dois bons golos, fez uma grande assistência e não foram poucos os lances que criou, ora pelos flancos, ou em deambulações pelo centro do terreno. Está a crescer de forma. Talvez seja a sorte que a “sua” camisola lhe dá, e hoje, de regresso à 7, poderá marcar neste encontro um traço exibicional que se espera que seja sempre a crescer. Quando a bola chega aos seus pés dá magia ao futebol da equipa, prometendo alegrias, mais tarde ou mais cedo, ao exigente público do Estádio da Luz!

Airton Oliveira: Bons pés, boa capacidade de drible, mas necessita de ser mais objectivo nos seus lances. Por vezes gosta de adornar os lances e começá-los a partir do zero. No entanto, exibição positiva.

Guido Abayian: Fez uma assistência. É muito forte fisicamente e poderá ser importante em partidas que seja necessário jogar de forma directa.

João Alberto: Entrou bem e tentou manter o nível exibicional dos seus companheiros a meio-campo. A jogar como 6, esteve forte no desarme e capaz na forma como saiu a jogar.

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.