Juniores: Estrela 0-4 Benfica

Benfica
Daniel Casaleiro, André Magalhães, Abel Pereira, João Pereira (Guido Ezequiel, 81'), Ruben Lima, David Simão, Daud Machude, André Soares (Airton Oliveira, 49'), Rui Ferreira (André Carvalhas, int.), Miguel Rosa e Wang Gang.
Treinador: João Alves
Treinadores Adjuntos: Renato Paiva e João Tralhão
Delegado: Paulo Figueiredo
Fisioterapeuta: Carlos Banza

Golos: Ruben Lima (12'), André Carvalhas (59'), Miguel Rosa (83') e Daud Machude (90+1').

Na 5ª jornada do Nacional de Juniores, o Benfica deslocou-se ao Complexo Municipal do Monte da Galega para defrontar a forte equipa do Estrela da Amadora. Com uma vitória por 3-1 frente ao Sporting, era esse o principal cartão de visita dos amadorenses na recepção ao líder destacado do campeonato.

Em 4-2-3-1, o Benfica apresentou-se com Daniel Casaleiro na baliza; André Magalhães na Lateral Direita, Abel Pereira e João Pereira como centrais, actuando Ruben Lima no lado esquerdo da defensiva. Como médios Interiores, David Simão e Miguel Rosa foram os apoios aos médios alas Daud Machude e André Soares. Wang Gang, livre, fez dupla com Rui Ferreira na frente de ataque.{tactica(1366)}

"Encarnados" mais consistentes

A perspectiva era de um jogo equilibrado, e pelo menos, nos primeiros minutos, tal se verificou. Ambas as equipas entraram de forma cautelosa no encontro, estudando-se mutuamente. O Benfica, bem posicionado, ia a pouco e pouco assumindo a partida. André Soares deixou o primeiro aviso num remate de longe para defesa apertada do guardião do Estrela.


Abel Pereira

A equipa da Amadora não tinha arte e engenho para conseguir sair a jogar de forma sustentada e os “encarnados” partiam “para cima” na tentativa de chegar cedo ao primeiro golo. Já depois de um canto onde João Pereira chegou a assustar as hostes locais, Miguel Rosa teve uma excelente recuperação de bola a meio-campo, soltando de imediato na frente em Wang Gang. Com a defesa do Estrela apanhada em contra-pé, o chinês correu em direcção à baliza e depois de ultrapassar André Marques, foi derrubado, assinalando o juiz da partida para a marca de grande penalidade.

Com Ruben Lima chamado à marcação, os adeptos mais efusivos já iam festejando o primeiro golo da partida. O capitão do Benfica é extremamente sereno e eficaz sempre que chamado a cobrar, e novamente, não deu hipótese de defesa apontando o primeiro tento do jogo.

O Estrela da Amadora sentiu o toque e procurou de forma mais astuta chegar com perigo à baliza de Daniel Casaleiro. A verdade, é que um bom entendimento entre a defensiva “encarnada”, ia adiando lances de perigo, que no primeiro tempo, nunca se verificaram. Abel Pereira ia dando o mote, em lances divididos, ou em cortes imperiais sempre que chamado a intervir.

A linha ofensiva procurava chegar ao segundo golo e foi Rui Ferreira que quase atingiu o seu intento. Novamente Miguel Rosa, pela esquerda, efectuou um excelente cruzamento para o nº9 do Benfica, tendo Rui Ferreira, de cabeça, ficado perto do golo.


Ruben Lima

O Estrela tentava responder apenas a espaços, não conseguindo libertar o seu jogador mais influente, Ahmad Djaló. João Carmo, aos 38 minutos, efectuou o primeiro remate para os locais, no entanto, o esférico saiu bastante torto.

Já em cima do intervalo, dois lances que poderiam ter alterado o rumo do marcador. Primeiro, Rui Ferreira ainda está a pensar como o ferro da baliza de André Marques foi capaz de lhe tirar um golão, na sequência de um tiro do meio da rua. No lance seguinte, foi Ahmad Djaló que numa arrancada pela direita efectuou um cruzamento/remate que obrigou Daniel Casaleiro a aplicar-se defendendo para canto.

Benfica letal na finalização

Com uma substituição ao intervalo, Rui Ferreira deu o lugar a André Carvalhas. Posicionando-se nas costas de Wang Gang, André Carvalhas ia tentando municiar o avançado chinês caindo em zonas próximas da área do Estrela.

Aos 59 minutos, e quando os “encarnados” apareciam de forma mais frequente em zonas de finalização, David Simão efectuou um cruzamento traiçoeiro do flanco esquerdo que encontrou André Carvalhas em excelente posição para facturar. O avançado do Benfica não desperdiçou e com um toque subtil aumentou a contagem.


Miguel Rosa

O ritmo da partida baixou e ambas as equipas apostaram num maior tempo de posse de bola com o intuito de atingir os seus objectivos. Sempre bem organizada, a defesa do Benfica não permitia veleidades aos locais. Ruben Lima destacava-se pela facilidade de desarme e capacidade em sair com a bola controlada, tendo sido essencial para um remate de longe de Wang Gang que viu André Marques efectuar uma boa estirada negando o golo ao avançado chinês.

À entrada para os dez minutos finais, o Benfica, sempre dono e senhor do encontro, atingiu mais dois golos. No melhor momento do encontro, o querer e empenho de Miguel Rosa foram premiados com um golaço. Num remate de longe, o esférico sobrevoou o guardião local e balançou as redes da baliza do Estrela. Golo muito festejado pelo jogador do Benfica.

Já em cima dos 90 minutos, André Carvalhas, na sequência de um cruzamento da esquerda de Airton Oliveira, tocou para a zona de golo onde apareceu Daud Machude – já depois do falhanço de um defesa do Estrela – e atirou forte para o fundo da baliza, fechando a contagem.


Airton Oliveira

O Benfica realizou uma exibição consistente, embora sem o brilhantismo de outros encontros - também condicionado pelo enorme vento que se fez sentir. A verdade é que já lá vão 5 vitórias em 5 jogos – este último num terreno onde o Sporting já tinha sido derrotado por 3 golos -, 25 golos marcados e apenas dois sofridos.

Para este início de época, são números reveladores de grande qualidade, que todos estes atletas têm. É certo que não se assistiu a uma grande partida de futebol, mas as jovens “águias” foram eficazes o suficiente para sair com uma goleada de um Estádio onde poucas equipas conseguirão conquistar pontos.


André Carvalhas

Apreciação individual:

Daniel Casaleiro: A sua comunicação é essencial para manter a defesa tranquila. Uma voz de comando, que apenas foi testado a espaços. Não vacilou, e saiu com uma boa exibição.

André Magalhães: Mostrou-se pouco em termos ofensivos e não deu profundidade ao flanco. No entanto, num encontro onde era essencial anular a principal peça desiquilibradora do Estrela, Ahmad Djaló, pode-se dizer que foi um encontro ganho, pelo avançado da Amadora ter passado completamente ao lado do encontro.

Abel Pereira: Grande primeira parte. Sempre um patrão lá atrás, não foram poucos os lances que correspondeu com desarmes providenciais ou disputas de bola que raramente perdeu. Tranquilo e eficaz, continua forte e a bom nível.

João Pereira: Acelerou os processos construtivos da equipa, tentando sempre sair a jogar de forma rápida e concisa. A nível defensivo não permitiu veleidades aos atacantes locais e realizou mais uma exibição positiva.

Ruben Lima: Muito bom, continua sempre em bom nível. Hoje, numa segunda parte com mais brilho do que a primeira, subiu pelo flanco e dinamizou o flanco esquerdo. O capitão juntou mais um golo à sua conta pessoal e também mais uma boa exibição na carteira.

David Simão: Providencial a nível defensivo, realizou excelentes desarmes em zonas criativas do Estrela e foi sempre um ‘muro’ intransponível. Não deu tanto a conhecer os seus passes teleguiados para zonas de desequilíbrio, talvez condicionado pelo forte vento que se fez sentir. De qualquer forma, hoje esteve mais rápido nos seus processos de transição. A continuar, tem tudo para chegar longe.

Daud Machude: Apagado na primeira parte, subiu de rendimento nos últimos minutos do segundo tempo. Não parece ter, ainda, a confiança necessária para partir para o drible e criar desequilíbrios. Mostrou-se eficaz no único lance em que teve oportunidade para visar a baliza do Estrela. Bom golo.

André Soares: Saiu logo no início da segunda metade. No primeiro tempo esteve bem, desiquilibrador Q.B. Esteve um pouco afastado das zonas de golo, mas continua a demonstrar bons pormenores.

Rui Ferreira: Saiu ao intervalo, realizando uma boa exibição na primeira parte. Foi muito importante pelo pressing alto que efectuou na zona dos centrais do Estrela, conseguindo aparecer ainda em boas situações para marcar. Se faz golo naquele tiraço mesmo a terminar a primeira parte, teria certamente ainda mais razões para recordar este encontro. Bom jogo.

Miguel Rosa: Está de volta o génio guerreiro do talentoso médio do Benfica. Se é difícil imaginar um guerreiro, acumulando também as funções de um criativo, então é melhor começar a ver este jogador em campo. Sempre bastante importante pelo pressing e imensas recuperações de bola que efectuou, marcou um grande golo, e realizou um conjunto de bons lances que fizeram dele, hoje, o melhor elemento em campo. Está de regresso o Miguel Rosa que tão bem habituou os adeptos “encarnados”!

Wang Gang: Trabalhador, não marcou, pela primeira vez este ano, mas foi importante na obtenção dos golos por parte dos seus companheiros. É um elemento preponderante pelas constantes diagonais que efectua, estando claramente a conquistar cada vez mais o seu espaço nesta equipa.

André Carvalhas: Marcou um, foi importante noutro. Boa entrada em campo, bons pormenores. Não está ainda ao seu melhor, mas com tempo atingirá o seu nível habitual. De qualquer forma, foi crucial pela capacidade criativa e facilidade de cair em várias zonas do terreno anulando qualquer tentativa de resposta do Estrela. Para continuar, e melhorar!

Airton Oliveira: Dinamizou o flanco esquerdo. Mostrou bons pormenores, apesar de ter de ser mais esclarecido e objectivo em alguns lances. No entanto, boa estreia, seguro, desinibido. Aposta interessante.

Guido Ezequiel: Muito forte fisicamente, poderá ser opção importante em algumas partidas onde será necessário efectuar jogo directo. Não esteve muito tempo em campo, mas é mais uma estreia que se saúda!

Flash-Interview com o técnico João Alves:

Qual é o comentário que faz ao encontro?

“Foi um jogo muito complicado, sobretudo na primeira parte, onde as condições atmosféricas tornam este tipo de jogos especiais. Mas mesmo assim, a equipa soube jogar com a adversidade do vento enorme que se fazia sentir e soube construir mais uma goleada e uma grande vitória”.

Num terreno onde o Sporting já tinha perdido, esta vitória acaba por ser mais um factor de motivação para a equipa…

“A equipa logicamente que tem estado desde que eu comecei a treinar a conhecer-se, eu a conhecê-los, e a beber um pouco daquilo que eu penso do que tem de ser uma equipa do Benfica, e têm melhorado de jogo para jogo. De facto, esta rapaziada apresenta uma ambição enorme, transportando-a para dentro do campo, e não é fácil ganhar ao Estrela, até porque até agora ninguém o tinha conseguido. Este é um trajecto de formação, de onde eles passarão para o futebol profissional, e estão, digamos, que a beber da grandeza do que é o Benfica e a saber que em qualquer campo em que o Benfica entra, tem de jogar para ganhar, jogar para marcar o maior número de golos possível, jogar bem, e logicamente que estão muito confiantes. Por outro lado, esta vitória dá algum conforto para o resto do campeonato, que torna alguns jogos mais fáceis em termos de tranquilidade, mas logicamente isso não pode querer dizer que os jogos são mais fáceis, mas dá claramente mais confiança à equipa.”

Como se sente um símbolo do clube como é o Mister João Alves, trabalhando com esta equipa de Juniores, transmitindo-lhe a sua experiência e sabedoria?

“Sinto-me muito feliz por o Benfica ter aparecido na minha vida pela quarta vez – como técnico a primeira – numa equipa que me dá um prazer enorme treinar, de maneira que o que eu posso dizer é que estou radiante por estar no meu clube de coração, um clube que tem neste momento umas infra-estruturas fantásticas e com jogadores que têm potencial para virem a ser craques no futuro.”

As perspectivas para esta época passam por conquistar o título…

“Logicamente que sim. A primeira perspectiva é ganhar, entrar em cada jogo para ganhar, e entrar em todas as provas para ganhar. Mas, o mais importante de tudo, é que possam sair daqui jogadores para a primeira equipa do Benfica. Esse é que é o principal objectivo e o grande fundamento do dinheiro que o Benfica gasta na formação!”

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.