Juniores: Odivelas 0-3 Benfica

Odivelas
João Fins, João Oliveira, Luís Sousa, Ruben Pereira, Diogo Henriques, Telmo Marques, Pedro Pereira (André António, 52’), Xico, Penim, Pedro Soares (Ricardo, 63’) e Nuno Augusto (Pedro Fernandes, 66’).

Benfica
Diogo Freire, André Magalhães, Abel Pereira, João Pereira, Ruben Lima, David Simão (Carlos Correia, 71’), André Soares (André Carvalhas, 55’), Leandro Pimenta, Rui Ferreira (Daud Machude, 62’), Miguel Rosa e Wang Gang.

Golos: Miguel Rosa (11’) e Wang Gang (43’ e 60’).

Na primeira jornada do Campeonato Nacional de Juniores, este seria também o primeiro jogo oficial de João Alves como técnico principal da equipa “encarnada”. Apadrinhando o regresso do Odivelas à primeira divisão do Nacional da categoria, o primeiro onze oficial do Benfica dispôs-se num 4-4-2 clássico com Diogo Freira na baliza; André Magalhães como Lateral Direito, Abel Pereira e João Pereira fizeram dupla de centrais, jogando na esquerda Ruben Lima. Com um meio-campo central de dois jogadores, David Simão e Leandro Pimenta, Miguel Rosa jogou descaído sob o flanco direito, enquanto que André Soares jogou no oposto. Rui Ferreira e Wang Gang fizeram dupla de avançados no ataque à baliza do Odivelas.

Domínio absoluto

O Benfica entrou bem no jogo. A beneficiar da capacidade ofensiva dos dois elementos centrais – David Simão e Leandro Pimenta –, era com alguma facilidade que as “águias” chegavam a zonas próximas da área adversária. Em duas ocasiões, André Soares desenvolveu bons lances pelo flanco mas encontrou sempre pelo caminho o guarda-redes contrário.


Ruben Lima

Sempre num futebol apoiado e de toque curto, claramente em progressão, o Benfica chegou ao primeiro golo à passagem dos dez minutos iniciais por intermédio de Miguel Rosa num remate forte e colocado. Sempre com o Benfica a tomar conta das acções ofensivas, Rui Ferreira ia lutando com os defesas adversários e a soltar-se bem de um lance dividido, atirou forte mas, por cima da baliza do Odivelas.

Miguel Rosa, muito activo na primeira meia hora, ia flectindo regularmente para o centro do terreno onde encontrava sempre espaço para dar largas à sua criatividade. Por duas ocasiões, uma a assistir Leandro Pimenta – que atirou para defesa segura de João – e na seguinte a ser ele próprio a tomar as rédeas da finalização quando atirou forte, de pé esquerdo, perto do poste.

Numa primeira parte de muito boa qualidade, o Benfica não permitia quaisquer veleidades aos adversários. Sempre a tomar o controle do futebol a meio-campo, André Soares, numa boa diagonal a responder a passe de David Simão, ficou perto do golo. Já à entrada dos minutos finais do primeiro tempo – e em mais uma diagonal de Miguel Rosa –, Rui Ferreira ficou com o esférico endossado por Miguel Rosa que com um excelente passe abriu caminho de golo a Wang Gang. Num pormenor de muita qualidade, o chinês “sentou” um adversário e atirou forte de pé direito – com a bola ainda a embater no ferro – para o segundo golo do jogo.


André Soares

Menos espectacularidade, mais facilidade de transições rápidas

E foi assim durante quase todo o segundo tempo. O Benfica, sempre controlador, adquiriu a vantagem necessária no primeiro tempo pelo que na segunda metade foi bastante mais seguro no seu futebol, sempre procurando o golo pela certa. Num desses lances, e numa subida pelo flanco muito eficaz de Ruben Lima, o lateral encarnado efectuou um passe “a rasgar” que encontrou Wang Gang, que vindo de uma diagonal espectacular, desviou do guardião adversário e fechou a contagem.

André Carvalhas, entretanto de regresso aos relvados, ia espalhando o seu perfume com toques de classe, e fintas estonteantes. Num desses lances, depois de se desenvencilhar de dois adversários, colocou à disposição de Rui Ferreira que atirou, já em esforço, para defesa de João. Já a caminhar para os vinte minutos finais, e com o futebol ofensivo do Benfica a passar invariavelmente pelos pés de André Carvalhas, o virtuoso “encarnado” atirou forte, aos 71’, para defesa, mais uma, de João.

A quinze minutos do final do encontro, e na primeira e única ocasião em que Diogo Freire teve de se aplicar, um livre apontado por Luís Sousa levava selo de golo, tendo o guardião encarnado realizado a defesa da tarde com uma espectacular estirada. Já dentro dos últimos dez minutos, Carlos Correia, também ele a entrar no decorrer da segunda parte, desenvolveu boas iniciativas pelo centro do terreno, tendo uma delas, quase terminado em golo depois de um forte remate.


Abel Pereira

Perto dos 90’, Daud Machude ainda fez uso de toda a sua velocidade para criar um lance perigoso, no entanto, já com o resultado feito, o remate do moçambicano saiu para defesa segura do guarda-redes do Odivelas.

Numa primeira parte de muita qualidade, com o Benfica a mostrar qualidade e eficiência de processos, já se nota “dedo” de João Alves nesta equipa. Foi apenas o primeiro jogo, com muito trabalho pela frente, mas os “encarnados” foram claramente superiores ao seu adversário. O nível qualitativo da concorrência não foi o mais alto, mas ficou sobretudo muitos sinais positivos desta nova equipa de Juniores do Sport Lisboa e Benfica.


Wang Gang

Apreciação individual:

Diogo Freire (6): Muito pouco trabalho pela frente, foi claramente um espectador durante toda a partida. Realizou uma excelente intervenção na única vez em que foi verdadeiramente chamado a intervir. Tranquilo e seguro, agarrou a oportunidade com as duas mãos.

André Magalhães (6): Tranquilo, sereno e prático. Está mais consistente do que na época passada. Hoje o capitão, foi sempre um elemento intransponível. Pouco dinâmico em termos ofensivos, resumiu-se a uma boa capacidade defensiva que nunca permitiu veleidades aos adversários.


David Simão

Abel Pereira (6): Sempre eficaz nos desarmes e inigualável na atitude que coloca em todas as suas intervenções, o central encarnado está a subir de produção. Precisa de melhorar o seu ímpeto defensivo, mas esteve uma “pedra” na defesa. “Por ali ninguém passa”, continua a ser este o lema de Abel Pereira.

João Pereira (6): Menos vistoso que o seu companheiro de sector, é, no entanto, um elemento de uma segurança e qualidade fantástica. É um elemento extremamente útil para qualquer equipa. Dinâmico e com tranquilidade para sair a jogar, foram raros os lances que não saiu vitorioso.


André Carvalhas

Ruben Lima (8): Melhor em campo. Mais um, grande jogo de Ruben Lima. Na primeira parte subiu apenas pela certa, mas no segundo tempo foi dele todo o flanco esquerdo, tendo contribuído inclusivamente para um golo, o terceiro de Wang Gang. Muito forte na profundidade que oferece ao flanco, continua um “senhor” da defensiva.

David Simão (7): Hoje numa posição mais recuada, a tal onde mostra excelente qualidade de passe e bastante eficiência nos desarmes, voltou a realizar um grande jogo, sobretudo no segundo tempo. Muito interventivo, também a nível defensivo, “encheu” o meio-campo de qualidade técnica e facilidade nas transposições da equipa.


Leandro Pimenta

André Soares (6): Revelou bons pormenores na primeira parte mas caiu de rendimento no segundo tempo. A qualidade está toda lá, o talento também.

Leandro Pimenta (7): Acompanhou sempre todos os lances, tanto defensivos como ofensivos. Disponível para ordenador o futebol ofensivo da equipa, mostra uma cultura táctica e sentido posicional ao nível dos melhores. Com a capacidade de passe que lhe é reconhecida a voltar, está a dar passos importantes rumo a um lugar de destaque nesta equipa.


Miguel Rosa

Miguel Rosa (6): Talvez o melhor na primeira parte, caiu de rendimento no segundo tempo. Muito forte nas diagonais e na capacidade ofensiva e dinâmica que ofereceu ao centro-direito do terreno, está de regresso aos velhos tempos. Ainda é cedo, a época ainda hoje começou e estará certamente a tempo de ser novamente o Miguel Rosa que os adeptos anseiam ver.

Wang Gang (6): Bom jogo do chinês. Letal a flectir dos flancos, é claramente um elemento para jogar ao lado de um ponta-de-lança fixo. Boas combinações com Rui Ferreira foram uma constante. Marcou dois golos, bastante eficaz na finalização, está ainda em fase de entrosamento com os novos companheiros.

Rui Ferreira (6): Muito lutador, arrastou sempre os centrais do centro do terreno abrindo espaços para a entrada de elementos vindos de trás. Com a capacidade lutadora e inteligência que se lhe reconhece, faltou o golo da ordem, mas o melhor Rui Ferreira, estará certamente para vir.


Carlos Correia

André Carvalhas (6): Com o virtuosismo de outros tempos, com a capacidade técnica e facilidade de drible que demonstrava quando em idade de Juvenil, e ainda não estando nas melhores condições físicas, espalhou perfume pelo campo. Dinamizou o futebol ofensivo do Benfica no segundo tempo. A jogar assim, a trabalhar assim, quando se recompuser do problema físico que o vem apoquentando desde o Torneio da Guarda, Camacho estará certamente pronto para fazer uma avaliação mais profunda a este jogador.

Carlos Correia (5): Também em bom nível, reclamou um lugar no onze, tal foi a vontade e qualidade que imprimiu nos últimos minutos. É trabalhar Carlitos!

Daúd Machude (4): Rápido, sempre rápido! Desenvolveu um bom lance pelo flanco mas teve pouco tempo, e pouca bola para fazer mais.

Para a semana, Sábado,  Benfica - Casa Pia no Seixal.

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.