Juniores: Real 2-3 Benfica

Benfica
Diogo Freire, André Magalhães, Abel Pereira, João Pereira, Ruben Lima, David Simão (Leandro Pimenta, 80'), André Soares (Toumany Sambú, 63'), André Carvalhas, Rui Ferreira (Carlos Correia, 52'), Miguel Rosa e Wang Gang.
Treinador: João Alves
Treinadores Adjuntos: João Tralhão e Renato Paiva
Treinador de GR: Rui Marques
Delegados: Paulo Figueiredo e Nuno Ferreira
Fisioterapeuta: Joaquim Fernandes.

Num terreno complicado, onde o Sporting já tinha empatado, o Benfica defrontou o Real Massamá naquele que se esperava ser um excelente jogo de futebol. Duas equipas fortes, motivadas, e com o objectivo de ganhar sempre presente. O Real, um adversário muito complicado, até pelo seu curto sintético em que joga, seria o primeiro teste “a sério” a esta equipa “encarnada”.

Com apenas uma alteração relativamente à semana passada, Leandro Pimenta saiu do onze e deu o lugar a Rui Ferreira. O Benfica actuou com Diogo Freire na baliza; André Magalhães no flanco direito da defensiva, Abel Pereira e João Pereira nos eixos centrais, actuando Ruben Lima no lado esquerdo. David Simão fez dupla de meio-campo com Miguel Rosa, que assim regressou a funções centrais, jogando nos flancos esquerdo e direito respectivamente André Carvalhas e André Soares. Wang Gang e Rui Ferreira foram os dois pontas-de-lança.{tactica(1364)}

Início a todo o gás

Hoje num verdadeiro 4-4-2 clássico, quase sempre sem variações, o Benfica entrou mal na partida. Logo aos 5 minutos de jogo, na sequência de um livre lateral, Helmut de cabeça atirou para o fundo das redes “encarnadas”.

O Benfica sentiu o toque e não demorou muito a responder. David Simão – com um início de jogo auspicioso, jogou em Wang Gang que não desperdiçou e com um remate seco restabeleceu a igualdade. Num ritmo frenético, o Real chegaria ao segundo golo pouco tempo depois.

Aos 10 minutos, Bruno Pais aproveitou uma hesitação de André Magalhães e atirou colocado fazendo o golo, agitando ainda mais as hostes do Real. Nove minutos volvidos, e numa excelente subida pelo flanco de André Magalhães, o chinês Wang Gang respondeu da melhor forma - com um cabeceamento letal - a um cruzamento perfeito do capitão encarnado. Estava feito o empate.


Leandro Pimenta [Foto de arquivo].

Ao contrário do que tinha acontecido aquando dos dois golos anteriores, o Benfica superiorizou-se e foi claramente à procura do golo que lhe desse a vantagem. Miguel Rosa, um dos elementos em foco na partida, partiu progressivamente do centro do terreno deixando a bola em André Soares. O criativo do Benfica insistiu pelo flanco, deu a Wang Gang que endossou o esférico para Miguel Rosa que em esforço, atirou para o terceiro golo do Benfica.

Com a vantagem no bolso, esperava-se no entanto que a equipa fosse à procura do golo da tranquilidade. O Real sempre perigoso, e com um meio-campo mais povoado, conseguia frequentemente evitar as transições rápidas dos “encarnados”. Para tentar driblar essa situação, o Benfica apostava na inspiração de André Soares para conseguir penetrar em zonas de finalização.

O número 7 do Benfica, aos 33 minutos, arrancou pela direita, e sob a vigilância de dois adversários tentou o cruzamento de pé direito que embateu no poste contrário, naquele que, mesmo parecendo acidental, se tornaria num excelente golo.

As “águias” estavam mais forte e controlavam as acções do jogo. Ruben Lima, já à entrada dos 5 minutos finais, ultrapassou três adversários, numa subida impressionante pelo flanco esquerdo e, à entrada da área, desferiu um excelente remate para grande intervenção de Hugo Figueiredo.

“Encarnados” mais perigosos conseguem vitória suada

Ainda que sem um domínio absoluto da partida, o Benfica conseguia com relativa facilidade avistar a baliza do Real. Embora quase sempre de longe, é certo, tanto David Simão como Miguel Rosa, por duas ocasiões, estiveram perto de fazer o golo logo no recomeço da segunda metade.
 
O Real Massamá respondia a espaços e Helmut esteve perto de marcar o golo da igualdade. Num remate de longe, o esférico ultrapassou Diogo Freire e embateu caprichosamente no poste esquerdo da baliza do Benfica.


André Carvalhas [Foto de arquivo].

Toumany, entretanto entrado na partida, mostrou-se determinado em realizar uma boa exibição. Ainda Juvenil, esteve perto de marcar aos 65 minutos na sequência de um cruzamento da direita de Carlos Correia. Valeu intervenção atenta de Hugo Figueiredo.

O Benfica não controlava o meio-campo e a equipa do Real ia acreditando cada vez mais ser possível chegar à igualdade. Sem arte e engenho para atingir tal objectivo, beneficiava de algumas falhas defensivas do Benfica. Já perto do apito final, um lance de desentendimento entre Ruben Lima e Diogo Freire chegou mesmo assustar os adeptos “encarnados” com a bola a rondar a linha de golo.

Uma segunda parte sem grande história terminou assim com a vitória do Benfica. Sem realizar uma grande exibição, o Benfica mostrou-se capaz de responder a um bom início do Real. Foi essa resposta que valeu três postos importantes, num terreno onde poucas equipas terão facilidade em conseguir os seus objectivos. O Real mostrou-se uma equipa aguerrida e estratégica, com o antigo Guarda-redes do Benfica, Hugo Figueiredo, em bom plano.


Abel Pereira [Foto de arquivo].

Avaliação individual:

Diogo Freire (7): Acabou por não ter responsabilidade directa em nenhum dos golos e mostrou-se sempre seguro e eficaz a sair dos postes.

André Magalhães (6): Com um cruzamento milimétrico ofereceu o segundo golo a Wang Gang. Acabou por ser esse o seu melhor apontamento da partida. Não esteve ao seu nível em termos defensivos, tendo acabado por ficar ligado ao segundo golo do Massamá. Pode fazer melhor, tem qualidade para tal.

Abel Pereira (7): Bom jogo. Sempre forte em todos os lances divididos, raramente perdeu posição. Num jogo complicado e frente a um adversário bem mais alto que ele, mostrou-se sempre inteligente na forma como procurou sempre jogar na antecipação. A sua capacidade de impulsão ajudou-o a ir até ao segundo andar, onde precisou de chegar para ganhar muitos lances aéreos a Helmut.

João Pereira (6): Não esteve ao seu melhor nível. Esteve menos em foco que o seu companheiro de sector. Discreto, esteve perto de marcar já na segunda metade. Tem muita qualidade e pode claramente fazer melhor.

Ruben Lima (7): Muito Bem. Sempre seguro a nível defensivo, raramente permitiu veleidades aos adversários mais directos. Não subiu muito pelo flanco, tendo dinamizado pouco a ala em termos ofensivos. Num jogo complicado, foi extremamente inteligente. Doseou o seu esforço e mostrou-se intransponível em termos defensivos.

David Simão (6): Não esteve ao seu nível. Pouca dinâmica e velocidade quando tinha de acelerar as transições de jogo da equipa, perdeu alguns lances à saída do meio-campo defensivo do Benfica. Começou bem a partida, liderando nos primeiros 15-20 minutos o centro do terreno mas caiu de rendimento conforme o jogo foi prosseguindo. Pela sua qualidade, que como todos sabemos é enorme, pode e deve fazer melhor.

André Soares (7): Boa exibição, dos melhores. Acabou por ser dos seus pés que nasceram quase todos os lances perigosos pelos flancos. Está em crescendo, apesar das circunstâncias não terem permitido uma exibição de grande qualidade. Mostrou-se eficaz e decisivo na hora de mudar de velocidade ou aplicar a sua “mortífera” finta curta.

André Carvalhas (6): Longe do que sabe fazer. Pouco dinamizou o flanco esquerdo. Vindo de dois jogos da selecção, talvez o cansaço explique o seu rendimento menos bom. Acabou por se mostrar mais interventivo nos últimos 15 minutos, mas era necessário fazer mais.

Rui Ferreira (6): Muito lutador e importante a arrastar os centrais das zonas de marcação. Acabou por sair já no início da segunda metade.

Miguel Rosa (7): Liderou a equipa na primeira metade. Forte a defender, imperial sempre que chamado a dividir um lance com um adversário. Teve pouco espaço para se soltar em termos ofensivos, mas realizou uma boa exibição.

Wang Gang (8): Pelos golos que marcou e pela assistência que realizou, é hoje o melhor em campo. A jogar fixo na área – sobretudo na primeira metade – mostrou bons argumentos quando chamado a finalizar. Por vezes necessita de ser mais rápido a soltar a bola.

Carlos Correia (6): Demorou a integrar-se no jogo mas quando o fez soltou o seu futebol. Pelo flanco direito, com um bom lance, deu hipótese de golo a Toumany.

Toumany Sambú (6): Entrou determinado e chegou mesmo a estar perto do golo num lance acima descrito. Jogou na frente de ataque, tendo a missão de segurar os centrais. Amanhã há mais Toumany!

Leandro Pimenta (6): Esteve pouco participativo a nível ofensivo, sendo importante na capacidade de preenchimento de espaços que ofereceu ao meio-campo, numa altura do avanço final do Real.

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com