A luz do Rui: Benfica 2 - 1 Copenhaga

Era o dia de todas as emoções. Para além da entrada na Liga dos Campeões estar em disputa, mais do que nunca seria necessária uma vitória das “águias” no seu Estádio. Ainda com o “caso” Manuel Fernandes a dar que falar, o técnico Fernando Santos teve de alterar a estratégia e apresentou aquele que, na opinião geral, seria o onze mais apropriado para a partida. 

O Benfica entrou bem no jogo, a controlar o seu adversário e a tomar conta da partida. No entanto, e numa situação que já vem sendo norma nesta nova época, a equipa demonstrou sempre alguma lentidão de processos nas transições ofensivas o que beneficiava a excelente organização dos dinamarqueses que assim anulavam facilmente as principais peças “encarnadas”. 

Com o Benfica a criar relativo perigo apenas a espaços, foi dos pés de Petit que surgiu o primeiro remate à baliza. Pouco tempo depois, e com a clara sensação de um crescimento do volume ofensivo do futebol das “águias”, Nuno Assis atira ao lado da baliza de Christiansen. 

Começava a vir ao de cima o brilhantismo de Rui Costa 

No melhor lance dos primeiros vinte minutos, e com o “maestro” a comandar a batuta, foi a vez de Cardozo não conseguir responder da melhor forma a um cruzamento teleguiado de Rui Costa. A bola saiu um pouco ao lado. O Benfica crescia e, aos 25 minutos, o 10 deu o primeiro pontapé na monotonia levantando todo o estádio com um belo golo.

O Benfica adquiria a vantagem, mas caiu perigosamente na “teia” dos dinamarqueses que passaram a alargar muito mais o seu futebol, procurando aparecer frequentemente em zonas de finalização. O primeiro aviso seria dado aos 33’, quando Allback obrigou Katsouranis a aplicar-se em zona perigosa e a atirar para canto. Hutchinson, esse, é que foi mais lesto que o grego e antecipou-se ao médio encarnado atirando forte, para o fundo da baliza de Quim, depois de um mau alívio de Luisão. 

Dois minutos volvidos, Freddy Adu estreia-se com a camisola do Benfica, cedendo Luisão o seu lugar e alterando-se a posição de Katsouranis que passou a jogar no centro da defesa, ao lado de David Luiz. 

Descanso não foi benéfico 

O Benfica recomeçou forte, com Cardozo a dar o primeiro sinal de perigo depois de boa assistência do americano Adu. Assistiu-se posteriormente a um período de jogo lento, sem ideias, em que os dinamarqueses beneficiavam da sua capacidade física para vencer os lances divididos com os seus adversários. O árbitro húngaro era algo permissivo com entradas duras, marcando faltas onde nada existia, deixando outras por marcar, beneficiando o infractor, por vezes os portugueses, outras vezes os dinamarqueses. 

Numa péssima segunda parte, sem criatividade em zonas ofensivas, foi a vez de Rui Costa voltar a soltar um coelho da cartola e atirar definitivamente para a vitória encarnada. Em bom lance de insistência de Óscar Cardozo, o paraguaio ofereceu a bola ao “maestro” que em mais um remate cheio de “veneno” fechou a contagem com um grande golo. O jogo viria a ter o seu final pouco tempo depois, com o destaque absoluto a ir para a exibição do número 10 dos “encarnados”.

Carregou a equipa às costas e beneficiou de toda uma experiência europeia acumulada ao longo dos brilhantes anos que leva de carreira. A sua capacidade técnica e qualidade criativa fizeram dele um constante quebra-cabeças para a defesa dinamarquesa. Tomara ter este Rui Costa em todos os jogos da temporada, pensou ontem Joe Berardo. 

André Sabino

{tactica(1360)}