A resposta de Luís Filipe Vieira aos artigos de «Record»

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Já vem sendo hábito nos últimos tempos, usar o bom nome do Benfica não só para vender jornais, mas também para servir de cobaia ao chamado «gozo» por parte dos mesmos. Em carta dirigida aos sócios, o presidente do nosso clube, Luís Filipe Vieira responde ao «Record», como já vem sendo hábito, mas frisando que não se trata de uma presseguição ao mesmo jornal, mas sim, a uma sucessão de casos idênticos onde se chega a faltar ao respeito, ao bom nome do Sport Lisboa e Benfica.

«Prezados Benfiquistas,
Já me conhecem. Não sou de grandes palavras, mas tenho o coração ao pé da boca e só digo o que penso. Não estudo poses, não ofendo ninguém, mas quem ofende o Benfica não pode ficar sem a minha resposta e os Benfiquistas devem conhecer as razões da minha indignação.

Como sabem, deslocámo-nos a Cabo Verde, numa visita a todos os títulos notável. O amor pelo nosso Clube não é exclusivo dos Portugueses. Em Cabo Verde, quer da população, que acorreu em massa à nossa passagem por aquelas terras, quer das entidades governamentais, voltamos com a certeza da força das nossas cores, de quão importante é o sucesso do Benfica para milhões de pessoas por esse mundo fora.

E os meios de comunicação social, também em Portugal, deram bem conta do impacto dessa visita. Mas há jornais e jornais e há linhas editoriais que permitem que tudo se escreva, mesmo ofendendo os mais elementares princípios de boa educação e respeito que devemos ter uns pelos outros. Curiosamente, a história repete-se. O Record, não sabemos porque razão, volta a permitir que nas suas páginas se escreva, a despropósito, o que quer que seja, desde que seja contra o Benfica.

Um Benfiquista não compra qualquer jornal. Há jornais que pelo nível de ordinarice a que chegam não deviam ser autorizados a ir para a banca. E não me digam que é embirração minha com o Record. Um tal de Ferreira Fernandes assina no Record uma coluna apelidada de “Passe Curto”. É verdade que é uma coluna, que não é uma notícia. Mas a Direcção do Jornal tem obrigação de não deixar as brincadeiras ir longe demais.

A mim e à minha família, não me ofende. Só nos ofende quem merece credibilidade. Quando viajo em nome do Sport Lisboa e Benfica penso sempre que hoje sou eu mas amanhã é outro Sócio que assumirá esta função. É o Benfica que viaja. É, pois, triste, explorar o facto de eu ser um indivíduo que diz o que pensa, que tem o coração ao pé da boca, que não fala ardilosamente, para brincar com o sentimento de um povo. Repito que se a graça do espertalhaço foi para ofender a minha mulher e para me apoucar, a mesma não teve relevância. A vergonha que sinto é apenas a de ser português em igualdade com portugueses assim. O Povo de Cabo Verde e, em particular, as mulheres de Cabo Verde não mereciam tal “brincadeira”. Se há recalcamentos coloniais ou racistas no referido indivíduo, eles que os resolva consigo próprio.

Cabo Verde é independente há trinta anos. O Benfica foi recebido como uma “embaixada” de uma mesma Pátria: a língua portuguesa. Haja respeito.

Luís Filipe Vieira»

Fonte: SLBenfica.pt