"Salir Ganando"

Submitted by Pedro Neto on

O confronto com o Nacional, da 3ª jornada, detinha, não só, uma importância fulcral na recuperação do Benfica na tabela mas, também e essencialmente, na criação de uma aura em redor da equipa. Seria necessário corresponder a expectativa da entrada de Camacho, em pontos concretos na tabela classificativa. Ora, isso foi algo que não aconteceu frente ao Guimarães e que deu azo a que, já tão cedo, algumas vozes discordantes se manifestassem. Não ganhar na Madeira só faria com que tudo continuasse a ser posto em causa, situação que teria reflexo no trabalho da actual equipa técnica. É óbvio que o trabalho de Camacho vai ser duro, já que há que provar competência em todos os jogos. Começar atrás, e já com o comboio em andamento, tem destes inconvenientes!

Entrar a Matar

Ao contrário da era Fernando Santos, o Benfica entrou bastante bem no jogo: a dominar, a atacar, à procura do golo. Logo aos 3 minutos, numa soberba jogada individual de Di Maria, Cardozo está perto de inaugurar o marcador mas não dá bem na bola e Benaglio afasta o perigo. As ganas eram mais visiveis em Di Maria que, aos 17 minutos, obriga o keeper suiço a uma grande defesa, num remate na sequência de um livre encostado à direita do ataque encarnado. O mesmo Benaglio, que tinha entrado muito bem, borra a pntura e entrega o ouro ao bandido, leia-se Cardozo, num pontapé de baliza. O paraguaio faz o que lhe compete e inaugura o marcador (18 m). Após o golo, o Benfica ficou algo expectante e o Nacional aproveitou para assumir o jogo, ainda que tenha criado pouco perigo. O lance mais evidente é um grande estoiro de Fellype Gabriel, após um erro nada normal de Petit, que Quim defende de forma brilhante. Nuno Gomes ainda teve a oportunidade para aumentar o score mas a execução de um chapéu sai deficiente.

O dominio avassalador do Benfica, na 2ª parte, não deu em grande goleada porque Diego Benaglio apareceu em bom plano, a evitar alguns lances de golo eminente. Primeiro foi Nuno Gomes que, após centro de Di Maria, falhou um remate de ângulo muito difícil (54 m). Di Maria voltou a estar em grande plano ao arranjar um buraco para meter a bola na cabeça de Nuno Gomes... salto de peixe escandalosamente ao lado (58 m). De novo o argentino, a fazer o um-dois com remate de Maxi Pereira, e só Benaglio salva o golo (61 m). Quim esteve bem nalguns socos a bolas altas e isso também foi importante. Camacho mexe na equipa e tira o desinspirado Nuno Gomes, optando por permitir a estreia do uruguaio Rodriguez. Pouco tempo depois, Rui Costa decide a partida – ele que até estava discreto – num remate após um slalom soberbo. Um lance que só está ao alcance dos génios! O 0-2, da autoria do Maestro (69 m), dá justiça e é o prémio mais que merecido para a boa exibição da equipa. O terceiro golo – factura Cardozo num penalty óbvio sobre Maxi Pereira –, é apenas um proforme (77 m). Benaglio ainda evita a goleada, a remates de Maxi e Di Maria (78 e 81 m). Cardozo até falha a recarga na sequência do lance do jovem argentino.

Uma Noite Di Magia

A nível individual não há que esconder o excelente momento por que passa Quim. O internacional português, bem ao seu estilo, tem socado tudo o que mexe e já não sofre golos há 3 jogos. E em todos eles assumiu preoponderância vital na defesa das redes. Mais um grande jogo de Petit e de Katsouranis, um pouco ao estilo de Copenhaga. Mas o melhor em campo foi, mesmo, Angel Di Maria. O miúdo é um cracalhão, daqueles que não enganam! Para além do soberbo drible curto, o que mais impressiona é a forma como não tem medo de partir para o choque, de procurar a decisão, de levar a equipa para o ataque. Há que ter paciência com o argentino, porque está aqui um diamante por lapidar.

A Imprensa falou pouco em Léo, mas o brasileiro fez um grande jogo. A defender roçou a perfeição – com vários cortes impecáveis –, e no ataque teve várias arrancadas de meter respeito, principalmente na 1ª parte. Faz uma dupla espectacular com Di Maria. Há que destacar, ainda, a fabulosa obra-prima de Rui Costa – numa exibição a roçar apenas o razoável, devido à grande quantidade de passes falhados –, e o primeiro bis de “Tacuara” Cardozo. O paraguaio precisava de um golo, ainda bem que o conseguiu no jogo mais discreto que fez pelo clube. Bastante positiva a estreia de Maxi Pereira, com uma 2ª parte carregada de excelentes diagonais.

Pausa para Descanso e…  Trabalho

Exibição segura da equipa de Camacho, numa vitória indiscutível. A paragem da Liga BWin, para compromissos importantíssimos da Selecção Portuguesa, deverá beneficiar o Benfica. Isto porque, recentemente, chegaram vários reforços e esses jogadores têm pouco tempo de adaptação ao clube, aos colegas, e ao treinador. Há 15 dias para criar rotinas entre as inúmeras caras novas que não têm compromissos internacionais. Rotinas, essas, que poderão revelar-se fundamentais para o futuro da equipa. Há, portanto, muito trabalho para fazer antes da recepção à Naval 1º Maio. Ganhar o próximo jogo continua a ser fundamental. Vital, mesmo!

Ficha do Jogo:

3ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Madeira, no Funchal

Árbitro: Bruno Paixão (AF Setúbal)

NACIONAL MADEIRA: Diego Benaglio; Patacas, Ávalos, Ricardo Fernandes e Alonso; Cléber, Bruno Amaro (José Vítor, ao int.), Fellype Gabriel e Juliano Spadacio; Edu Sales (Cássio, ao int.) e Lipatin (Ricardo Pateiro, 73 m).

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Miguel Vítor, Katsouranis e Léo; Maxi Pereira, Petit, Rui Costa e Di Maria (Romeu Ribeiro, 83 m); Nuno Gomes (Cristian Rodriguez, 64 m) e Óscar Cardozo.

Disciplina: Amarelos a Cléber (25 m), Miguel Vítor (59 m), Katsouranis (65 m), Diego (76 m) e Romeu Ribeiro (90+2 m).

Golos: 0-1, Óscar Cardozo (17 m); 0-2, Rui Costa (69 m); 0-3, Óscar Cardozo (76 m, de g. p.).

Melhor em Campo: Angel Di Maria.