Mais pontos,Menos golos marcados,Menos golos sofridos

Fonte
www.abola.pt
3.º há dois meses... — O último jogo do Benfica no campeonato sob o comando de Jesualdo Ferreira aconteceu a 17 de Novembro de 2002, na derrota na Póvoa de Varzim (1-2). Depois, veio o desaire caseiro com o Gondomar, para a Taça de Portugal, e o treinador não resistiu. À passagem da 11.ª jornada os encarnados estavam, então, no terceiro lugar da classificação, já bem longe do F. C. Porto (menos sete pontos), atrás do Sporting (menos dois pontos), iguais ao Belenenses e seguidos de perto por Varzim e V. Guimarães (ambos com menos um ponto). O panorama não era, pois, brilhante nem animador. E os dirigentes do Benfica decidiram apostar no ex-seleccionador espanhol... Chalana mexe na defesa — O espanhol José Antonio Camacho já viu, embora da bancada, o jogo seguinte do Benfica. Os homens da Luz defrontaram o Sp. Braga e venceram, em casa, por 3-0. No banco, a orientar a equipa, esteve Fernando Chalana, ex-adjunto de Jesualdo Ferreira. O qual introduziu, desde logo, algumas alterações: reconduziu o brasileiro Argel ao centro da defesa (não actuava há três jogos), concedeu a titularidade a Hélder (jogara apenas 16 minutos, duas jornadas antes, na vitória 7-0 frente ao Paços de Ferreira), retirando João Manuel Pinto do onze, ao mesmo tempo que deu, pela primeira vez nesta época, verdadeira oportunidade a Miguel. Camacho deve ter gostado daquilo que na bancada, ao lado de Luís Filipe Vieira, viu durante os 90 minutos. Entrada de rompante, com vitória em Alvalade (2-0)... — Na jornada seguinte, já com Camacho no banco (pelo meio houve a vitória sobre o Gil Vicente, em jogo em atraso), enormíssima prova de fogo para os encarnados: a visita a Alvalade. O treinador espanhol, talvez respeitando as anteriores decisões de Fernando Chalana, apenas introduz uma (forçada) alteração, trocando o castigado Ricardo Rocha por Cristiano. A coisa resulta em pleno: com golos de Zahovic e de Tiago o Benfica vence, por 2-0, o rival de Lisboa e acede, finalmente, ao segundo lugar da classificação, de onde, até agora, não mais sairia. Aumenta distância para F. C. Porto e para... Sporting — Quando Camacho entrou no Benfica a diferença para o líder era de sete pontos, o que dava, desde logo, a ideia de que muito dificilmente os encarnados poderiam continuar a sonhar com o título. Tanto assim era que agora, nove jornadas depois, a distância para o F. C. Porto aumentou para quase o dobro: 13 pontos. Importante passou a ser, a partir do triunfo em Alvalade, a manutenção do segundo lugar. E se após o derby de Alvalade a diferença entre os velhos rivais era de um ponto agora é de três, pelo que, neste aspecto, os homens de Camacho têm-se portado bem: empates normais cedidos, fora de casa, perante o Boavista e o V. Guimarães e apenas dois pontos inesperadamente perdidos ante o Moreirense, na Luz. Belenenses, Varzim e V. Guimarães, equipas que andavam a morder os calcanhares aos benfiquistas, estão agora fora da luta pelo segundo lugar. Menos golos marcados... — Com Jesualdo Ferreira o Benfica marcou 24 golos em 11 jogos, média de 2,18 por jogo. Era, à 11.ª jornada, o melhor ataque da prova. Com a entrada de Camacho os golos minguaram: 14 em 9 jogos, média baixinha de 1,55 a cada 90 minutos. Os homens da Luz têm, agora, o segundo ataque da prova, atrás do F. C. Porto (47 golos contra 41), apesar de continuarem a ter o melhor atacante da prova (Simão, a par do maritimista Gaúcho). ... mas muito menos sofridos — Porém, à baixa média de golos marcados respondeu o Benfica de Camacho com a melhor defesa do campeonato. Nos nove jogos da nova era os encarnados sofreram apenas quatro golos, excelente média de 0,44 golos por jogo (com Jesualdo era de 1,00). No mesmo período os portistas sofreram oito golos, os sportinguistas consentiram nove. Agora, quase à entrada para o último terço do campeonato os benfiquistas podem alcançar o que já não conseguem desde 1990/91: terminarem o campeonato com a defesa menos batida.