Euroárea-Devolvida letra do Benfica

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Publico
O Benfica continua sem devolver à Euroárea os 12,5 milhões de euros (e não 12 milhões como chegou a ser noticiado) que estão em falta relativos ao acordo de pagamento estabelecido entre as duas partes aquando da anulação do contrato-promessa de compra e venda dos terrenos da Luz, por força da construção do novo estádio do clube. O caso conheceu um novo episódio no passado dia 15, quando aquela empresária imobiliária tentou sem êxito descontar no banco uma letra passada pelo Benfica com o total do valor em causa. "Colocámos a letra do Benfica, no valor de 12,5 milhões de euros, e ela foi devolvida pelo banco. Não foi paga", disse Robert Feld, administrador da Euroárea ao PÚBLICO. Este processo remonta à direcção de Vale e Azevedo, que recebeu 12,5 milhões de euros como sinal do negócio, desfeito pelo actual presidente, Manuel Vilarinho. Em Dezembro de 2002, quando foi estabelecido o dito acordo de pagamento, o Benfica devolveu seis milhões de euros - o montante em causa elevava-se a mais de 18 milhões de euros devido à acumulação de juros. O prazo para a devolução dos 12,5 milhões de euros terminou a 30 de Junho e desde aí Robert Feld salienta que não houve qualquer "proposta formal" da parte do Benfica. "Fez uma conversa com uma pessoa intermédia, mas não passou daí. Queriam pagar uma parte no final do ano e o restante em 2004", referiu. Inaceitável para a Euroárea: "Se tivessem proposto pagar agora uma quantia igual à que entregaram o ano passado e liquidar o resto no final do ano já havia matéria para discutir", admite Feld. Por isso, a Euroárea vai tentar descontar no final de Julho uma letra da Olivedesportos, no valor de 3,750 milhões de euros. "Vamos sacá-la no final do mês", adiantou. Benfica e Euroárea acordaram que, em caso de incumprimento (como é o caso), o clube sofreria sanções pesadas: o valor em dívida é duplicado (25 milhões de euros) e cedia as receitas dos direitos televisivos até 2007, os quais estão negociados com a empresa de Joaquim Oliveira. Feld não espera que a letra seja devolvida desta vez: "Acreditamos que a Olivedesportos não vai querer colocar-se numa posição de incumprimento." Se isso também acontecer, "a coisa é mais grave e mais séria". "Teríamos de tomar medidas drásticas. Não vão ser mansas", acrescenta. Apesar do comportamento dos dirigentes do Benfica, a Euroárea mantém aberta a via do diálogo: "Nunca fechámos as portas." E, para já, não reclama o dobro do valor em causa, como já é seu direito. "Não somos inflexíveis nessa situação. Há sempre lugar para caminhos de razoabilidade."