Fonte
www.abola.pt
Camacho agendou para o dia seguinte à derrota no primeiro jogo oficial no Estádio da Luz um treino no Estádio Universitário, mais concretamente no campo número dois daquele complexo, que fica à mercê de quem quiser assistir aos trabalhos do grupo. O cenário ideal, portanto, para quem quisesse soltar a revolta pelo desaire ante os aveirenses. Só que foram poucos os adeptos que se deslocaram ao local, ainda para mais quando a sessão acabou por ter início 45minutos depois do previsto , levando muita gente a desistir da intenção. O atraso deveu-se a uma longa palestra que o treinador teve com os seus jogadores, nos balneários do campo do Real Sport Clube, em Massamá — onde permanece o quartel general da equipa —, durando o monólogo cerca de meia hora e durante o qual Camacho analisou os erros cometidos no dia anterior, cujo somatório redundou na perda dos três pontos. Mas a conversa terá sido, de certa forma, retemperadora. O espanhol raramente individualiza quando fala do mal, pelo que o espírito colectivo manteve-se intacto e a prova disso acabou por ser dada no decorrer do treino. Um adepto, que até é funcionário do complexo, disse aos jogadores, alto e em bom som, para se aplicarem nos jogos e não apenas nos treinos. A resposta não podia ser mais elucidativa: «Cale-se!», foi a frase proferida por quase todos os atletas, como que numa única voz, em clara demonstração da união reinante no seio do grupo, pois é nas horas mais difíceis que se vê a solidez de um colectivo. Nesta aspecto, a derrota com Beira-Mar não deixou mossas.