Optimismo antes da batalha com os vikings

Fonte
www.abola.pt
O Benfica está a 90 minutos de atingir a terceira ronda da Taça UEFA, meta que não alcança desde 1999/00, época em que, após ultrapassar Dínamo de Bucareste e PAOK de Salónica, acabou por naufragar em Vigo, afundado por sete torpedos galegos. Esta noite, os encarnados têm um encontro marcado com a história, podendo continuar a recuperação de uma balado prestígio europeu. Para tal deverá bastar que joguem o que está ao seu alcance, não se preocupando com a anunciada fúria viking. Ontem à noite, no Molde Stadium, a adaptação do Benfica não foi apenas à luz e à relva. Foi também à temperatura a rondar os zero graus e ao vento que sopra do mar, intenso, gelado, cortante. Não neva, é certo, e a situação climatérica, embora pudesse ser bem pior nesta altura do ano, está longe de ser agradável. E quanto a adaptações, uma mais para compor o ramalhete, à bola. Os encarnados estão habituados à Adidas e vão ter de jogar com Umbro, que é um pouco mais dura, dificultando a recepção quando bate no relvado. No treino, Camacho baralhou o jogo, por todas as razões e mais uma ainda, a de tanto o treinador do Molde Odd Berg, como o guarda-redes que jogará hoje, Eddie Gustafsson, terem assistido à sessão de trabalho, ontem com parede de vidro. Quem joga e como joga O Benfica vai defrontar um adversário que tem uma estratégia assumida e definida para esta partida. Embalado pela reviravolta que conseguiu contra o U. Leiria, o Molde vai assentar o seu jogo em dois pressupostos simples: quando o Benfica tiver a bola, a ordem vai ser pressionar tão alto quanto possível; quando for a vez de os noruegueses partirem para o ataque vão ou optar por um futebol directo para as costas dos centrais contrários ou lateralizar o jogo, criando condições para cruzamentos que suscitem o jogo aéreo. Perante este cenário, e atendendo aos condicionalismos por que passa a equipa do Benfica, Camacho deve optar pelo reforço do meio-campo, utilizando, em simultâneo, Fernando Aguiar, Andersson e Tiago, deixando aos avançados três missões distintas: Zahovic como pivot da organização da posse de bola e lançador do contra-ataque; Sokota a segurar os centrais e a abrir espaços para as entradas de Tiago; Simão a assumir as despesas da velocidade, na qualidade de rei do contra-ataque. Esta é a forma como o Benfica deve entrar em campo. No entanto, José Antonio Camacho, se estiver numa onda de risco, pode abdicar de um dos médios (eventualmente Andersson), lançando de início o miúdo João Pereira. Se tal acontecer, os encarnados apresentarão um 4x2x3x1 mais capaz, é certo, de chegar à baliza de Gustafsson, mas, por outro lado, mais vulnerável à fúria inicial da armada viking.