Paulo Almeida I

Fonte
www.abola.pt
Admite que tem andado confuso e pressionado pela exigente Imprensa brasileira, mas ao mesmo tempo não esconde o orgulho de ser falado como provável jogador do Benfica para as próximas três épocas. Como todos os brasileiros da sua idade (faz 23 anos no dia 20 de Abril), tem três sonhos: vestir a camisola da selecção principal do seu país, participar num Campeonato do Mundo e jogar num clube europeu. Em parte, alguns desses objectivos começam a ser cumpridos. Já representou a equipa canarinha no escalão sub-23 e estão mais que franqueadas as portas para o salto para o outro lado do Atlântico. Lisboa é a cidade que o vai acolher, o Benfica é o clube que vai representar. Mesmo sem admitir directamente o facto, até porque ainda tem de jogar pelo Santos até 30 de Junho, data do final do seu contrato, o médio vai deixando nas entrelinhas o que vai acontecer brevemente na sua carreira. E os conselhos que recebeu não podiam ter sido melhores. «Fiquei muito feliz ao saber do interesse do Benfica. O Paulo César, que jogou no Paris Saint-Germain e agora é meu colega, disse-me que deveria aproveitar logo a oportunidade porque se trata de um grande clube e que Lisboa é uma cidade maravilhosa. E isso dá para perceber através da televisão, quando vemos o futebol português. Vou ficar muito honrado se tudo der certo e assinar pelo Benfica », começa por afirmar, não escondendo o nervoso miudinho quando lhe falamos da nova realidade do clube: estádio novo, futuro centro de estágio, política de contratações rigorosa e seleccionada: «Isso deixa-me ainda mais alegre e vou torcer para que as negociações dêem certo. É claro que gosto muito do Santos , mas chega uma determinada altura em que pensamos buscar novos ares.» Ídolo Argel e o grande Luisão Em determinadas alturas da conversa Paulo Almeida começa já a imaginar o amanhã e a conjugar os verbos no futuro e afirmativamente. «Jogar em Portugal será muito bom. A língua é a mesma e isso permite que tenhamos estabilidade. Isso é importante porque a minha esposa está grávida e precisamos de tranquilidade. Se o Benfica é uma ponte para outro clube? Não, não. Esta oportunidade foi Deus que me deu. Gostava e quero fazer história no Benfica, tal como fiz no Santos, e ajudar o clube a ultrapassar essa crise de 10 anos sem vencer o campeonato. Quero que o meu nome seja reconhecido no Benfica», afirma, taxativamente. Jogar no Benfica será como jogar em casa. Ar gel (um ídolo de miúdo quando o central jogava no Santos e este estava nas camadas jovens), Geovanni e o amigo e colega de selecção Luisão já deram o passo europeu. E a propósito: Luisão ainda não mostrou o que realmente vale? Fala que o conhece: «Esse não é o Luisão que eu conheço. Esperem para ver! O Luisão que conheço é um grande jogador, forte na marcação, mete o pé, faz muitos golos de cabeça e é um líder dentro de campo.» Curioso serão os confrontos com... Carlos Alberto, do FC Porto. «Somos amigos mas tivemos muitos duelos acesos no Brasil. Felizmente saí sempre por cima, pois o Santos venceu sempre o Fluminense», recorda. Está marcado, então, o confronto. Mas desta feita em solo português.