Argel

No final da sessão, o defesa brasileiro Argel marcou presença na sala de imprensa para, com um discurso confiante e ambicioso, traçar uma primeira abordagem aos objectivos encarnados para a época que se aproxima e fazer um primeiro balanço aos dias de trabalho que os jogadores já levam sob o comando do novo treinador. «É um treinador tranquilo, que vai ter todas as condições para trabalhar, com uma grande estrutura à sua volta. É um clube fantástico, com um grupo de trabalho também fantástico, constituído por jogadores que já recuperaram a mística do clube e já sabem o que é ser campeão com a camisola do Benfica, o que é muito importante», começou por referir Argel. «O treinador chegou e integrou-se normalmente. Trabalho connosco, fala muito com os jogadores e por incrível que pareça já fala muito bem português. Isso também é muito importante, pois permite que o consigamos entender melhor», prosseguiu o central brasileiro. «É um técnico que olha nos olhos dos jogadores e, para mim particularmente, é um orgulho muito grande trabalhar com um treinador do nível do Trapattoni». Instado a fazer uma comparação entre a temporada transacta e a que agora se avizinha, Argel não se coibiu de considerar que sente mudanças positivas no clube: «Mudou-se bastante, em termos de estruturas e organização, e sente-se que o Benfica está melhor organizado. Este ano, por exemplo, vamos ter um lugar fixo para treinar, no Jamor, em vez de, como no ano passado, treinar em 300 campos, o que naturalmente prejudica o trabalho», defendeu. «A estrutura melhorou, as condições de trabalho são ainda melhores, portanto é claro que o nosso objectivo continua a ser alcançar o título. Acho que podemos fazer muito melhor do que fizemos no ano passado. Se na última época fomos vice-campeões nacionais, conquistámos a Taça de Portugal e fomos longa na Taça UEFA, então este ano os objectivos são diferentes: queremos ganhar novamente a Taça, mas agora queremos ser campeões nacionais e entrar na Liga dos Campeões», atirou Argel, elevando a fasquia da ambição encarnada. Quanto à sua situação no plantel e à propalada possibilidade de o Benfica contratar mais um defesa central (Adani), o jogador manifestou-se tranquilo: «Eu não me assusto. Qualquer jogador que chegue ao Benfica será bem-vindo. Eu já estou há quatro anos no clube e sempre houve concorrência, o que é natural numa equipa deste nível. Quem ganha com isso é a equipa. Eu faço o meu trabalho normalmente. O ano passado, por exemplo, tivemos uma época com muitos jogos e deu para toda a gente jogar. Fiz 18 jogos na Superliga, mais seis ou sete nas competições europeias. Há muitos jogos e é necessário existirem várias opções para a equipa. Eu faço o meu trabalho, continuando a dar o máximo, e depois cabe ao treinador decidir quem joga», rematou. O ultimo paragrafo diz tudo. Este Argel é dos nossos.