Del Neri em Itália pôe a boca no trombone, eheheheh

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Não percebi o que aconteceu? Percebi até de mais». Luigi Del Neri não se conforma. Embora continue a manter silêncio para os jornalistas portugueses, o ex-treinador do F.C. Porto não deixou de comentar para a comunicação social italiana o processo que culminou com a sua saída. «Devo ter afrontado alguns barões, e foi assim que me fizeram pagar», é a citação que abre o texto publicado no jornal «Arena», de Verona, cidade onde o técnico tem a reputação mais consolidada em Itália. Del Neri insiste num ponto, o de que o facto de ter faltado ao treino de sexta-feira foi apenas um pretexto escolhido pelo estado-maior portista: «Pegaram na história dos dois dias de folga. De resto, o avião atrasou, não posso sentir-me culpado. Mas o problema não é este, na altura certa direi toda a verdade. Agora, que falem eles», insiste. O técnico italiano insiste em afirmar que a pontualidade é uma das suas características, e dá um exemplo dos tempos do Chievo: «Eu irritava-me a sério se Marazzina se atrasava dois minutos. Que culpa tenho eu de o avião atrasar? Estive sete horas às voltas no aeroporto e eles dizem-me que eu tenho vida fácil? Sejamos sérios...». «A crítica nunca esteve do meu lado. A imprensa sempre me torceu o nariz», afirma o técnico, que aponta alguns problemas de comunicação na sua acidentada relação com o clube e os adeptos: «Tu chegas, tens de fazer-te entender, explicar o teu futebol, as coisas em que acreditas e tem de haver sempre alguém a traduzir. Não é fácil...». O jornal insinua que alguns pesos pesados do balneário portista, com o capitão Jorge Costa à cabeça por detrás da revolta. Del Neri não confirma, nem desmente: «Não sei quem foi, sei que aconteceu», limita-se a afirmar. « Não fui pretensioso, não exigi demasiado. Não revolucionei o modo de ser ou de jogar. Claro que tentei impor um futebol mais agressivo, um pouco diferente. Em Portugal joga-se de certa maneira, mas era uma questão de ter paciência, aplicação e de acreditar», acrescenta, repetindo a ideia de que tem coisas guardadas para dizer em sua defesa: «Agora fala ele, quando chegar a altura falo eu. E contarei toda a verdade», diz.