Digerir o Anderlecht

Fonte
www.abola.pt
Um almoço para reforçar a união do grupo de trabalho e exorcizar fantasmas que a eliminação precoce na Liga dos Campeões possa ter criado; a ideia partiu do capitão Simão Sabrosa e foi posta ontem em prática num restaurante italiano, da Jardim do Regedor. Para tornar ainda mais abrangente a iniciativa, estiveram presentes todos os profissionais ligados ao departamento de futebol, a começar por Giovanni Trapattoni e os seus adjuntos, os membros do departamento clínico e nem faltou o senhor Moreira, o motorista do autocarro que transporta a equipa pelas estradas do País. Se bem que esta prática esteja longe de ser novidade na Luz, encerra desta vez um significado bem diferente, dado a delicadeza do momento que o clube está a viver, na sequência dos desaires sofridos na final da Supertaça, às mãos do rival a abater na luta pelo título, e escassos dias depois, frente ao Anderlecht, que todos consideravam ser um adversário acessível para seguir em frente rumo à Champions. Dirigentes ausentes O facto de os jogadores terem optado por um restaurante italiano pode ter sido mera coincidência, mas não deixará de sugerir que se tratou de acto de cortesia e solidariedade com o treinador, o italianíssimo Giovanni Trapattoni, cuja personalidade e método de trabalho é apreciado pela generalidade dos jogadores. Ou seja, terá sido uma forma de os jogadores mostrarem que estão ao lado da equipa técnica na luta pelos objectivos desejados. Igualmente significativa foi a ausência notada dos dirigentes, nomeadamente Luís Filipe Vieira e José Veiga, que têm acompanhado quase diariamente os trabalhos da equipa. A intenção foi, justamente, deixar os jogadores perfeitamente à vontade, para analisarem os erros cometidos e a atitude a adoptar no futuro, para que tudo entre nos eixos. Aliás, logo após a decepção provocada pela derrota em Bruxelas, foi visível a mágoa de Luís Filipe Vieira quanto a atitude dos (alguns) jogadores e, entre estes, vários foram os que pediram desculpa aos adeptos pelo sucedido, num acto de contrição. Em vésperas de dar início à luta pelo título, e confrontados com duas situações que podem afectar psicologicamente alguns deles, os atletas entenderam assim reforçar os laços de união, retirando as devidas ilações do passado recente e concentrando-se na concretização dos objectivos que restam. Para Luís Filipe Vieira este é um tema fulcral, depois de perdidas as receitas da Liga dos Campeões.