Giovanni Trapattoni: «Há qualidade e mentalidade para a equipa poder crescer»

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Trapattoni considera que falta confiança à equipa no capítulo do jogo onde tem mais falhado, a finalização. A “Velha Raposa” diz que os jogadores sentem «um pouco de tensão» na hora de rematar à baliza, mas acredita que uma vitória será o suficiente para os seus pupilos alterarem a situação. Em relação ao Beira-Mar, o primeiro adversário do Benfica na Superliga, o técnico italiano destacou o avançado Kingsley e o perigoso jogo aéreo dos aveirenses. Quanto ao onze titular, o treinador revelou que Moreira vai recuperar a titularidade e que Karadas jogará de início se Sokota não recuperar. Como é que está a equipa em termos psicológicos depois de ter falhado a conquista da Supertaça e a qualificação para a Liga dos Campeões? Os jogadores necessitam de ter confiança. Temos um plantel muito jovem, exceptuando o Zahovic e o Petit. Os jogadores precisam de amadurecer a confiança. Disse aos jogadores que falhámos o acesso à Liga dos Campeões mas que estamos na Taça UEFA. Temos três objectivos pela frente. Quem joga no Benfica tem de saber lidar com a pressão. Eu vivo com a pressão há 30 anos. O Benfica não ganha um campeonato há dez anos, mas esta equipa técnica trabalho só há dois meses e alguns jogadores estão aqui há um ano ou há três meses. Os jogadores têm de ter consciência das responsabilidades de representarem um grande clube. Creio que, trabalhando com confiança, vamos conseguir alcançar os nossos objectivos. Para se fazer uma equipa famosa é preciso construir-se uma base sólida e nós temos uma bonita base. Creio que há qualidade e mentalidade para que a equipa possa crescer. No meu primeiro ano no Inter estava sob a mesma pressão. Vamos construir a base. Tenho material jovem para trabalhar e tenho confiança nos jogadores. Às vezes basta uma vitória para a situação mudar. O Moreira vai ser titular? O Moreira está no Benfica há três anos. Penso que é correcto ele regressar à equipa. Ele foi titular na época passada e deve permanecer nessa posição. Descansou durante quatro dias, mas não perdeu a sua condição física. Os três guarda-redes do Benfica têm um nível muito idêntico. O Fyssas, o Zahovic e o Ricardo Rocha também vão ser titulares? Pode ser (risos). Vou proceder a duas ou três alterações. Vão entrar jogadores que estão um pouco mais “frescos”. Ainda tenho de pensar um pouco. O Sokota sofreu um toque e se ele não recuperar vai jogar o Karadas. «É preciso aperfeiçoar a finalização» Uma vez que o Benfica precisa de marcar golos em Aveiro, vai abdicar de um médio defensivo? Temos jogado sempre com uma linha ofensiva composta por quatro jogadores ofensivos. Somos uma equipa que ataca muito e com agressividade. Até ao momento temos sido uma equipa que tem criado oportunidades de golo. Revi o jogo com o Anderlecht e creio que criámos muitas ocasiões de golo. Muitas vezes, à frente da baliza, acusámos a pressão e falhámos. Como é que se pode resolver os problemas da finalização? Os jogadores sentem um pouco de tensão na hora de rematar à baliza. Eles têm qualidade e na última época muitos deles marcaram muitos golos. Os jogadores têm de sentir confiança de que podem marcar golos e ganhar. É preciso aperfeiçoar a finalização porque quando estamos a sete, oito ou dez metros da baliza devemos rematar sempre. O golo pode acontecer ou não, mas temos de rematar. Temos qualidade e condição física, mas é preciso demonstrar uma mentalidade ganhadora. Creio que a situação vai melhor quando estivermos mais tranquilos. Qual é a sua opinião sobre o Beira-Mar? Já vi vídeos dos jogos da equipa nos últimos anos. Eles têm dois atacantes muito perigosos e têm defesas altos. O Beira-Mar é perigoso nos lances de bola parada e temos de ter muito cuidado no jogo aéreo deles. Tinha receio do jogo aéreo do Anderlecht e acabámos por sofrer um golo de cabeça. O Beira-Mar mudou o esquema de jogo com a entrada do treinador inglês. O Kingsley é um jogador muito perigoso, mas o Luisão e o Ricardo Rocha dão-nos garantias neste momento.