Fonte
http://www.slbenfica.pt
Na sua primeira entrevista ao site Oficial do Benfica, o vice-presidente do Clube para as modalidades, Fernando Tavares, mostrou-se convicto de que a “águia” está a percorrer o caminho certo para recuperar a hegemonia desportiva em Portugal a nível das modalidades.
O dirigente fez o ponto da situação das 17 Secções e também aproveitou a ocasião para apelar aos sócios a adquirem a quota suplementar destinada a apoiar as modalidades. «Neste momento temos 6 mil pagantes e o Benfica tem muito mais sócios. Portanto se os sócios querem ter equipas competitivas vão ter aqui também um papel importante», referiu.
Como foram definidos os orçamentos para as diversas modalidades?
Os orçamentos das modalidades foram definidos em função daquilo que considerámos ser a melhor estratégia para as modalidades. E essa estratégia passava por ter um Benfica menos eclético, mas mais competitivo, mantendo um nível de ecletismo que estivesse alinhado com a história do Clube. Dentro dessa perspectiva, elegemos como modalidades que podiam ser subsidiadas pelo Benfica (porque o Clube não tem condições para subsidiar as 15 modalidades existentes) as que tivessem uma logística garantida, que tivessem capacidade de retorno, capacidade para angariar patrocínios e que trouxessem público. Desta forma considerámos que as modalidades de Pavilhão (Basquetebol, Hóquei, Andebol e Voleibol) eram aquelas que mais garantias davam. O Futsal é também uma aposta, mas continuará com uma gestão autónoma. É também importante referir que os orçamentos estipulados não são galopantes, ou seja não alteramos a natureza dos orçamentos para podermos atingir os títulos. Tudo foi pensado com critério dentro dos recursos que temos.
Podemos esperar um Benfica a lutar pelos títulos nessas modalidades que referiu?
Nas cinco modalidades de Pavilhão que referi, o Benfica vai estar a jogar para marcar presença nos momentos das grandes decisões. Podemos esperar um Benfica bem mais competitivo e estou convencido que nessas modalidades vamos ganhar campeonatos.
Ficaria frustrado se tal não acontecesse na época 2004/05?
Sim. Temos a certeza que este ano demos o passo certo tendo em conta o caminho que traçámos. Estamos a fazer tudo de uma forma planeada e progressiva. Ficaria frustrado se não conseguíssemos conquistar um ou dois campeonatos. Mas se tal não acontecer não será porque não demos os passos correctos. Tendo em conta a logística que o Benfica possui, estou convencido de que o Clube, dentro de dois ou três anos, vai claramente liderar o panorama nacional a nível das modalidades desportivas. Vai ser difícil mas isso poderá até acontecer já na presente época.
A questão logística acabou por ser fundamental neste projecto...
Sem dúvida. Nós tínhamos que canalizar o esforço financeiro para as modalidades de pavilhão, porque temos uma logística moderna, atractiva, em que a existência das piscinas é fundamental pelo forte retorno financeiro que produz. Todo este investimento que nós fizemos ao nível do posto médico, sala de musculação e diversos equipamentos proporciona aos nossos atletas, que são atletas de alto rendimento, mais e melhores condições de trabalho.
«Um dos elementos financiadores das modalidades serão as piscinas»
Em relação ao novo complexo de piscinas, e tendo em conta o investimento feito, espera que haja uma grande adesão por parte do público?
Sim, claro. Aliás o orçamento que foi aprovado para as modalidades contempla todos os custos operacionais relacionados com a piscina: a manutenção, o tratamento da água, os professores, entre outros itens. Desta forma, um dos elementos financiadores das modalidades serão as piscinas. Nós temos uma estimativa para um resultado de exploração no primeiro ano de 500 mil euros, e as piscinas têm um potencial para dobrar esse resultado de exploração. Um milhão de euros por ano seria um pilar de financiamento fundamental para podermos alimentar as nossas equipas competitivas.
Tendo em conta a aposta da Direcção em apenas quatro modalidades de alta competição, qual vai ser o futuro de todas as outras, ditas «amadoras»?
Nós não queremos que essas modalidades acabem no Benfica. Queremos apoiá-las mas vamos fazê-lo de forma diferente. O Benfica, neste momento, tem uma estrutura centralizada, com um Director-Geral, e está a disponibilizar essa estrutura para, em conjunto com as Secções, poder ajudá-las e rentabilizá-las. É isso que vai acontecer, através de projectos desportivos que possam ser rentabilizados, acções que sejam geradoras de receitas e que possam financiar esses projectos. Por outro lado temos de notar que modalidades como o Ténis de Mesa e o Bilhar vão dispor de instalações de forma gratuita, que serão cedidas pelo Benfica. Pretendemos ajudar as Secções através da angariação de patrocínios, de forma a puderem terminar o exercício com um custo zero. O que não podemos é garantir que vão ser modalidades competitivas, até porque aí o trabalho será fundamentalmente de divulgação.
Como está o projecto da quota suplementar?
Esse projecto na minha opinião tem corrido bem, mas deve ser mais divulgado. Eu aproveito esta oportunidade para apelar a todos os sócios que paguem a quota suplementar, porque pode tornar-se num dos grandes patrocínios das modalidades. Neste momento temos seis mil pagantes e o Benfica tem muito mais sócios. Portanto se os sócios do Benfica querem ter equipas competitivas vão ter aqui também um papel importante.
Como é distribuída pelas diversas modalidades?
O critério que utilizamos é o mesmo que o da quota normal. Ela é distribuída de uma forma igual entre as diversas modalidades, mediante as necessidades que vão ocorrendo. Nós temos só estas quatro modalidades que vão ser subsidiadas pelo Clube e não estamos em condições de dispersar recursos. Porque se o fizermos não conseguimos ter equipas competitivas.
O PONTO DA SITUAÇÃO DAS MODALIDADES DO BENFICA
FUTSAL – É uma modalidade totalmente autónoma. Começou o campeonato da melhor forma ao vencer o Sporting.
HÓQUEI EM PATINS – «O plantel é muito jovem. Fizemos uma aposta a médio-longo prazo. A equipa vai apresentar este ano níveis competitivos muito fortes. Contratámos cinco jogadores com um enorme futuro (Carlos Silva, Rui Ribeiro, Valter Neves, Pedro Afonso e Ricardo Barreiros) que se juntam a quatro atletas experientes, casos do Mariano, Alan Karan, Tomba e Rui Gamboa. Vamos seguramente andar nos lugares cimeiros».
BASQUETEBOL – «A equipa é extremamente competitiva. Vamos voltar às competições europeias (ULEB Cup). Tenho muitas esperanças».
VOLEIBOL – «O plantel foi muito bem reforçado. A equipa vai andar nos lugares cimeiros da classificação e estou convencido que vai ter uma palavra a dizer no momento decisivo do campeonato. Temos no plantel dois jogadores da Selecção Nacional.
ANDEBOL – «O Benfica transferiu as responsabilidades financeiras que estavam na “Águia Andebol” para dentro do clube. Em termos desportivos, é a modalidade que vai ter mais oposição. Na Divisão de Elite, o Sporting e o São Bernardo são dois adversários muito difíceis. Temos equipa para ficar esta época nos três primeiros lugares da classificação. Podemos esperar um Benfica muito mais competitivo».
ATLETISMO – «Não temos condições para subsidiar a modalidade, mas queremos que o atletismo continue no Benfica. O trabalho vai ser fundamentalmente de divulgação, por isso não podemos dizer que o objectivo principal é ser campeão nacional. Creio que o adepto do Benfica aceita que o clube esteja a fazer um trabalho formativo no atletismo».
RÂGUEBI – «A modalidade está muito bem entregue. Está a ser feito um trabalho notável a nível da formação no Concelho de Almada. Vamos ter uma equipa mais competitiva na próxima temporada. É possível vermos a nossa equipa nos lugares cimeiros».
BILHAR – «Vamos ter uma sala com excelentes condições para a prática da modalidade. Esperamos uma participação razoável».
CAMPISMO - «Estamos a apoiar a secção nas várias actividades que estão a desenvolver».
CICLISMO - «Temos uma série de actividades em torno da modalidade. Não podemos, para já, garantir que vamos ter ciclismo profissional a partir de 1 de Janeiro de 2005, uma vez que isso passaria por uma autonomia financeira».
GINÁSTICA - «Vamos manter a ginástica de representação. Teremos cerca de 120 atletas a representar o Benfica nesta modalidade».
TIRO COM ARCO – «A secção mantém-se, mas tem uma actividade reduzida».
POLO AQUÁTICO – «É completamente autónomo e vai manter uma equipa».
TÉNIS DE MESA – «Estamos a trabalhar no sentido de rentabilizar uma sala. Não vamos subsidiar jogadores desta modalidade. Estamos preparados para divulgar a modalidade e formar atletas».
PATINAGEM ARTÍSTICA – «Mantemos as actividades a custo zero. Recentemente um dos nossos patinadores foi premiado num campeonato europeu».
NATAÇÃO – «Vamos manter uma equipa competitiva para atrair jovens nadadores».
PESCA DESPORTIVA – Estamos a promover algumas iniciativas entre esta modalidade e o campismo porque as duas actividades são compatíveis. Estamos a pensar em promover produtos dirigidos aos jovens.