Marcar cedo e depois gerir com eficácia

Submitted by Rangers on
Fonte
www.slbenfica.pt
O Benfica deu esta quinta-feira um passo de gigante rumo à qualificação para os dezasseis-avos-de-final da Taça UEFA ao derrotar, na Luz, os croatas do Dínamo Zagreb, por 2-0, na 3ª jornada do Grupo G da respectiva competição. Com este triunfo, a nossa equipa soma agora seis pontos, mais três que o terceiro classificado, o Heerenveen que derrotou, em casa, o Estugarda, por 1-0. Dado que passam à fase seguinte os três primeiros classificados, a “águia” está assim bem posicionada para seguir em frente na prova. Sokota (11’) e Simão, de grande penalidade (29’) foram os autores dos golos que permitiram ao Benfica regressar às vitórias, depois de dois empates consecutivos na Superliga. Para a recepção ao Dínamo, Trapattoni mexeu na equipa apenas na linha defensiva - João Pereira substituiu o lesionado Miguel no flanco direito e, no lado oposto, Dos Santos cedeu o seu lugar a Fyssas; no centro, Ricardo Rocha reconquistou a titularidade (Argel foi para o banco), tendo formado dupla com Luisão. Apesar do resultado negativo no jogo da última jornada com o Rio Ave (empate a três bolas), o técnico manteve a aposta no 4-4-2, com Karadas e Sokota novamente juntos na frente de ataque, apoiados nos flancos pelos extremos Simão (esquerda) e Geovanni (direita). E os acontecimentos verificados na primeira parte do jogo com o Dínamo demonstraram de forma cabal que a opção de Trapattoni naquele esquema táctico estava correctíssima. Com a necessidade de ganhar, o Benfica tinha naturalmente de ser uma equipa ambiciosa e assim foi, tendo bastado 11 minutos para o nosso conjunto demonstrar que estava altamente determinado a não desperdiçar a oportunidade de dar um importante passo em frente para garantir a qualificação para a fase seguinte na Taça UEFA. Trapattoni e seus pares devem ter facilmente chegado à conclusão nas observações feitas ao Dínamo Zagreb que o adversário era débil na defesa, a nível do jogo aéreo, e, como tal, impunha-se a inclusão dos “gigantes” Karadas e Sokota. O croata marcou de cabeça e o norueguês, por duas vezes, esteve muito próximo de “facturar” também de cabeça. Foi na perfeita leitura das fragilidades do adversário por parte da nossa equipa técnica que o Benfica começou a ganhar o jogo. Com um início dinâmico, o Benfica cedo empurrou a formação croata para junto das cercanias da sua grande área e numa boa saída para o ataque, Simão Sabrosa, no lado direito, fez um magnífico cruzamento para a zona central da grande área, onde surgiu Sokota a desferir um violento e colocado remate de cabeça indefensável para o guardião Vasilj. O tento inaugural teve o condão de galvanizar a nossa equipa que, dois minutos depois do golo de Sokota, esteve muito próxima de elevar a vantagem num cabeceamento de Karadas que obrigou o guarda-redes adversário a efectuar uma defesa incompleta. A equipa croata revelava dificuldades evidentes para acompanhar o forte ritmo estrategicamente imposto pelo conjunto de Trapattoni e o seu sector defensivo, sobretudo no jogo aéreo, mostrava muita permissividade. E foi em mais um cruzamento aéreo para o interior da grande área do Dínamo que o Benfica chegou ao 2-0. Kranjcar, apertado por Ricardo Rocha, colocou a mão na bola e o árbitro não hesitou em marcar a grande penalidade. Simão Sabrosa não perdoou, mas o juiz ordenou a repetição do castigo máximo, sabe-se lá bem porquê. Simão ficou espantadíssimo, mas não perdeu a concentração pois também não desperdiçou o penalty da repetição aos 29 minutos. Fácil controlo na segunda parte No último quarto-de-hora, o Benfica, face à vantagem de dois golos, decidiu oferecer a iniciativa de jogo ao adversário na tentativa de explorar o seu adiantamento com lances de contra-ataque. Mas a opção não teve resultados práticos positivos, pois só no último minuto, através da velocidade de Simão, é que a nossa equipa conseguiu criar um movimento de ruptura. O capitão cruzou rasteiro para a grande área, mas Karadas e Sokota chegaram atrasados para a emenda. Na segunda parte, o Dínamo fez duas alterações para ameaçar a vantagem do Benfica – Lucic e Karic, dois jogadores de cariz ofensivo, entram para os lugares de Bosnjak e Kranjcar – , mas o conjunto de Giovanni Trapattoni, muito personalizado e mais adulto em termos tácticos, manteve o ascendente e controlou facilmente o adversário até ao final da partida. Perante tamanha superioridade, esperava-se a chegada do terceiro golo, mas a sorte nada quis com os nossos jogadores de pendor mais ofensivo. Karadas, de cabeça (mais um lance em que ficou evidente a fragilidade dos defensores do Dínamo no jogo aéreo), viu o esférico sair ligeiramente ao lado do poste aos 53 minutos e, quatro minutos depois, Sokota, após um espectacular trabalho individual, atirou à barra. Mas a melhor oportunidade ficou reservada para o último minuto do jogo quando Simão, depois de ter tirado o guarda-redes do caminho, viu um defensor do Dínamo, sobre a linha de golo, impedir-lhe de bisar. Com uma exibição agradável, o Benfica cedo ganhou uma vantagem que soube gerir sem sobressaltos. A principal diferença em relação ao jogo da última jornada com o Rio Ave é que o sistema defensivo esteve bem mais consistente, exceptuando um lance aos 75 minutos, quando Karic desferiu um perigo remate que saiu ligeiramente ao lado do poste esquerdo da baliza à guarda de Moreira. Na 4ª jornada, agendada para o próximo dia 2 de Dezembro, o Benfica defronta fora os belgas do Beveren, que ocupam o último lugar do grupo com zero pontos. Cada jogo tem a sua história, mas o Beveren foi goleado pelo Dínamo Zagreb por 6-1 na 2ª jornada, pelo que somos levados a acreditar que a “águia” tem grandes hipóteses de fechar a sua participação no Grupo G com uma vitória. Ficha do Jogo Local: Estádio da Luz, em Lisboa (25/11/2004). Árbitros: Gianluca Paparesta (Itália), Alessandro Stagnoli e Carmine Alvino BENFICA – Moreira; João Pereira, Ricardo Rocha, Luisão e Fyssas; Geovanni (85’, Manuel dos Santos), Petit (15’, Paulo Almeida), Manuel Fernandes e Simão Sabrosa (cap.); Sokota (77’, Bruno Aguiar) e Azar Karadas Treinador: Giovanni Trapattoni DÍNAMO ZAGREB – Vladimir Vasilj; Buljat (62’, Strok), Poldrugac, Andre Mijatovic e Damir Milinovic; Pranjic, Bosnjak (46’, Lucic), Agic, Mujcin, Kranjcar (46’, Karic) e Eduardo da Silva Treinador: Ilija Loncarevic Golos: Sokota (11’) e Simão Sabrosa (29’). Disciplina: Cartão amarelo a Agic (9’), Pranjic (26’), Andre Mijatovic (65’) e Ricardo Rocha (74’) Ao intervalo: 2-0 Resultado final: 2-0