Fonte
www.slbenfica.pt
Como já se previa, o Benfica não teve problemas para derrotar (3-0) esta quinta-feira o Beveren e, consequentemente, garantir a qualificação para os dezasseis-avos-de-final da Taça UEFA. A nossa equipa, que exerceu sempre grande superioridade sobre o modesto adversário, já vencia por 2-0 à passagem dos 20º minuto e, na segunda parte, mesmo sem ter imposto um ritmo forte (bem pelo contrário), concretizou mais um golo. Simão Sabrosa, de grande penalidade (4’), e Zahovic (20 e 58’) foram os autores dos golos do conjunto benfiquista que, com este triunfo, passou a liderar isolado a classificação do Grupo G, com nove pontos.
Este foi indiscutivelmente um dos jogos mais fáceis do Benfica nas competições europeias nos últimos anos. Isto porque muito cedo, logo aos quatro minutos, a nossa equipa ficou com caminho livre para concretizar o seu objectivo depois de Simão Sabrosa ter convertido com êxito uma grande penalidade conquistada por Karadas. O avançado noruguês foi derrubado pelo guardião do Beveren quando se prepara para contorná-lo e o juiz sueco, Martin Hansson, na sequência da falta, decidiu ordenar a expulsão do jogador da equipa belga. Ou seja, o Benfica não poderia ter tido um melhor começo ao ganhar, tão cedo, uma vantagem numérica e no marcador.
Com menos um elemento, o Beveren revelou todas as suas fragilidades defensivas e a nossa equipa, sempre que pôs um pouco de velocidade nas suas acções atacantes, criou quase sempre oportunidades de golo bem flagrantes. Infelizmente, Karadas, depois de ter estado em evidência pela positiva no lance da grande penalidade, destacou-se na primeira parte pela ineficácia demonstrada no capítulo da finalização. Com efeito, só à sua conta, o avançado nórdico falhou, de forma incrível, três ocasiões de golo (11’, 16’ e 30’) completamente sem oposição, na zona da grande área. Mas Karadas não foi o único que não se deu bem com a baliza do Beveren nos primeiros 45 minutos, pois também Simão não esteve em dia “sim” na hora de atacar a baliza adversária, tendo aos 19 minutos falhado uma assistência para Karadas que estava no interior da pequena área completamente isolado e aos 22 minutos rematado ligeiramente ao lado à entrada da grande área sem ninguém à sua frente exceptuando o guarda-redes do Beveren.
Valeu ao Benfica a frieza de Zahovic que, com muita serenidade, não desperdiçou a oportunidade de tranquilizar a nossa equipa com a marcação de dois golos, em posição isolada. O primeiro tento do esloveno surgiu na sequência de uma boa simulação de Karadas e o segundo após uma magnífica assistência de Bruno Aguiar.
Ritmo baixa consideravelmente
Com tudo a correr a seu favor e perante um adversário sem quaisquer argumentos para ameaçar Moreira, o Benfica resolveu tirar o pé do acelerador e privilegiou a lateralização do esférico. A nossa equipa talvez já estivesse com o pensamento no jogo da próxima segunda-feira com o Estoril, pois foi bem visível a poupança de energias. A época tem sido muito desgastante (têm havido muitos dois jogos por semana) e com tudo definido muito cedo, o Benfica entrou numa fase de gestão de esforços. Sem a dinâmica necessária para criar movimentos de ruptura na estrutura defensiva adversária, o Benfica não criou uma única oportunidade de golo na segunda parte, pois faltou velocidade, sentido de entreajuda e o excessivo cerrado defensivo do adversário que não queria perder por mais também não ajudou.
E com esta espécie de “pacto de não agressão” na segunda metade do jogo, o Benfica poupou o Beveren de sofrer uma derrota bem mais expressiva. De facto, bastaria à nossa equipa manter na segunda parte o caudal ofensivo produzido no primeiro tempo e teria saído da Bélgica com um resultado mais condizente com o enorme diferencial competitivo entre as duas equipas.
Referência ainda para o facto de o árbitro sueco, Martin Hansson, não ter assinalado uma grande penalidade escandalosa contra o Beveren aos 88 minutos, quando um defesa do conjunto belga cortou com os dois braços (!) um remate de Sokota na zona da pequena área.
Ficha do Jogo:
Local: Estádio Frethiel, na Bélgica (02/12/2004).
Árbitros: Martin Hansson (Suécia), auxiliado por Per-Inge Nyberg e Joakim Flink
BEVEREN – Barry (4’, Verhulst); Mahan, Kanté (90’, Bou-Sfia), Lardenoit e Eboué; Djallo (60’, Romeo), Djiré, Marco Né e Massoels; Koudou e Sanogo
Treinador: Herman Helleputte
BENFICA – Moreira; João Pereira, Ricardo Rocha, Luisão e Dos Santos; Paulo Almeida (25’, Geovanni), Manuel Fernandes, Bruno Aguiar e Simão Sabrosa (cap.); Zahovic (77’, Everson) e Azar Karadas (73’, Sokota)
Treinador: Giovanni Trapattoni
Golos: Simão Sabrosa (4’) e Zahovic (20 e 58’).
Disciplina: Cartão vermelho a Barry (3’); cartão amarelo a Bruno Aguiar (82’) e a Eboué (90’)
Ao intervalo: 0-2
Resultado final: 0 -3