Conferência de Imprensa - Trap

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a bola
GIOVANNI TRAPATTONI (treinador do Benfica) Treinador italiano sem desculpas GEOVANNI Trapattoni não escondia algum desencanto no semblante, mas nem por isso deixou de adoptar um discurso optimista com vista ao futuro. As únicas palavras de alguma frustração foram proferidas nos minutos que se seguiram ao final da partida. «É um jogo para esquecer o mais rapidamente possível», afirmou, negando dever-se o descalabro defensivo à falta de rotina entre Argel e Amoreirinha: «O problema foi que encontraram pela frente um avançado muito rápido como Antchouet, que teve demasiado espaço.» Já na sala de imprensa, Trapattoni reconheceu, sem rodeios, a justiça no resultado. «Não devemos arranjar desculpas pelo sucedido. O Belenenses foi melhor e mereceu ganhar. Nos primeiros minutos, estivemos muito bem, mas depois veio o primeiro golo e logo a seguir, o penalty. A partir daí, tivemos poucas oportunidades de virar o rumo dos acontecimentos», reconheceu. Para o treinador dos encarnados, importa, acima de tudo, retirar ilações deste jogo. «Devemos aprender a lição e perceber porque razão sofremos golos desta maneira», admitiu. Confrontado com o facto de uma equipa que se considera candidata ao título não poder sofrer goleadas, Trapattoni discordou, contrapondo a sua visão das coisas. «Pode-se perder por 1-4 ou por outro resultado. É futebol. A diferença para os primeiros classificados é curta e a Superliga muito longa. Vamos recuperar jogadores importantes e lutar pelo título », prometeu. Temos de reagir Apesar destas palavras, o treinador do Benfica recusou também a ideia de atribuir o resultado às muitas ausências que se verificaram ontem, na equipa, preferindo dar outra explicação. «Perdemos o equilíbrio após o primeiro golo, frente a uma equipa que tem dois pontas-de-lança rápidos e que explora bem o contra-ataque», frisou. Desistência foi palavra que Trapattoni nem quis ouvir. «Não conheço essa palavra. Continuamos na luta pelo primeiro lugar na Superliga, seguimos em frente na Taça de Portugal e na UEFA. Como equipa importante, temos de ganhar uma delas. O futebol é assim mesmo, qualquer um pode perder», reafirmou, voltando a refutar a ideia de que não houve um caso de manifesta falta de classe por parte dos jogadores que substituíram os habituais titulares. Mas a tentativa de defender o grupo de trabalho deixou à vista contradições evidentes no seu discurso: «Numa equipa forte, não se pode sentir a falta de um ou outro jogador. Temos de perceber que quando não se pode ganhar, não se pode perder. Mas quando faltam 4, 5 ou 6 elementos, é diferente. A equipa que joga regularmente é mais confiante, constituída por jogadores que estão habituados a jogar juntos. Hoje (ontem) estiveram em campo muitos dos que apenas chegaram este ano.» Disposto a esquecer um resultado embaraço para a sua equipa, Trapattoni virou-se para o futuro, deixando um alerta: «Importante é não perder o próximo jogo. Temos de reagir rapidamente. Sabemos porque perdemos e já o disse no balneário.»