Estádio quase pago!

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Fonte
www.abola.pt
CRÍTICAS «Como presidente do clube, não gosto de rebater as críticas. Os comentadores do FC Porto e Sporting falam sempre bem dos seus clubes, enquanto os nossos passam a vida a falar mal do Benfica. As pessoas falam mas nunca apresentam soluções. Estou habituado a isso, o importante é que temos um projecto para a área do futebol, para as modalidades e para a área comercial. Em Janeiro apresentaremos essa estratégia à Comunicação Social. Sou um homem de projectos, que detesta protagonismos. Elaboro e defino o perfil das pessoas que devem estar à frente desses projectos e, como sabem, não é fácil encontrar pessoas competentes e discretas que queiram trabalhar na área do futebol, que é muito mais mediática. » PLANTEL Apresentámos um plantel recheado de bons valores, capaz de lutar com os nossos adversários directos pelo título. Dizem que só temos o Simão, mas ainda há dias diziam que Argel era uma besta e depois do golo ao Belenenses já mudaram de opinião. Os benfiquistas não podem ter a memória curta. Há três anos, quando chegámos ao clube, a primeira coisa que me disseram é que não havia dinheiro. Ainda não há, mas agora há imaginação. Por exemplo, temos um estádio que nos custou 165 milhões de euros e já pagámos 100 milhões. Em relação à equipa, não me lembro, no futebol português, de um flagelo tão grande como o que atingiu o Benfica. São lesões surpreendentes, como os casos de Ricardo Rocha, Miguel ou Carlitos. Todos gostaríamos de ter mais, se porventura não houvesse compromissos a cumprir. A construir e destruir não vamos a lado nenhum.» LACUNAS «Em qualquer equipa, seria difícil substituir os titulares da época passada. As pessoas não podem falar muito. Há uma ou outra lacuna visível, mas não podemos estar a criar expectativas, sabendo as nossas limitações financeiras. Há uma ou outra lacuna e vamos colmatá-las, mas por respeito a todos os profissionais do Benfica não vou revelar os nomes dos reforços. FC Porto e Sporting devem andar preocupados porque, com toda esta onda de lesões, ainda estamos nos primeiros lugares. No último jogo, com o Penafiel, havia dois jogadores (Carlitos e Alcides, n.d.r.) que não estavam em condições de jogar mas tiveram de sacrificar-se. Não acredito em bruxedos, mas acredito que há bruxedo no estádio. Em Janeiro estaremos muito mais competitivos. Dois reforços de vulto? Ou se é demagogo ou sério e eu não sou demagogo. Se hoje temos credibilidade junto da banca é porque seguimos um projecto. Quando apresentamos um orçamento não podemos dizer não chega, queremos mais. Ronaldinho esteve perto do Benfica, é verdade, só não veio porque o Simão, que estava em trânsito, não saiu do clube por se ter entretanto lesionado. Se ele saísse nessa altura, vinha outro. As contratações tiveram critério, o plantel devia ter 16 ou 17 jogadores de grande qualidade e, depois, apostar-se na formação. João Pereira e Manuel Fernandes, por exemplo, foram promovidos porque sempre houve um acompanhamento dos novos valores do clube. Vamos renovar agora com três jovens da equipa B e dois deles vão fazer parte do plantel na próxima época. Paulo Almeida? Foi uma contratação de Camacho e tem de ter valor. Quando trouxemos o Luisão, também diziam que tínhamos contratado um basquetebolista, e agora elogiam-no. O Paulo Almeida é internacional, foi capitão do Santos, de certeza que tem valor. Carlitos foi revelação da Divisão de Honra, mas quase não jogou ainda devido às lesões. Em relação ao Everson, toda a gente reparou na sua lesão, mas o FC Porto contratou um jogador que foi logo operado (Leandro, n.d.r.) e ninguém fala disso. Temos um orçamento muito inferior ao do FC Porto, temos de apostar na formação.» LESÕES «As pessoas devem estar mais atentas. Que eu me lembre, à excepção das lesões de Miguel e Petit, todas as outras se deveram ao azar. No balneário, até digo aos jogadores para não escorregarem. São lesões incompreensíveis. Temos 9 jogadores lesionados, não podemos ter a veleidade de construir dois plantéis. O que se fez no Benfica foi um autêntico milagre, porque o clube já não existia quando chegou a Direcção do Manuel Vilarinho. Pessoalmente, não posso fazer mais, mas se há out r a s soluções que as apresentem. Estamos no topo da classificação e continuamos em prova na Taça UEFA e Taça de Portugal. Não ponham em causa o que está feito, há muito que o Benfica não estava assim. Estamos desejosos que chegue Janeiro. » REFORÇOS «Os benfiquistas nunca me ouviram falar de Robinho e eu é que mando no Benfica. Quando disser que vem, tudo bem. Mas o segredo é a alma do negócio. Digo apenas que estamos a fazer um esforço para reforçar a equipa em Janeiro. O Roger recebeu instruções para se apresentar no clube e não voltará a ser emprestado. Quanto a Jorginho, não faz parte dos nossos planos.» UNIÃO «Falo por mim. Nunca vi um balneário tão unido como este. Os jogadores têm tido grande dignidade todos os domingos. Após a derrota com o Belenenses, pessoas que me davam palmadinhas nas costas deixaram-me mensagens que nem dava para acreditar, levando-me a pensar que vivemos, de facto, num mundo de hipócritas. Mas muita gente vai engolir sapos no final da época. Moreira e Quim? Tratou-se de uma opção técnica. Moreira tem personalidade forte, superou a pressão do Ricardo e vai superar este momento. É um produto das escolas do Benfica e estamos satisfeitos com ele. Na época passada jogou muitas vezes lesionado porque Bossio também andava lesionado. Nessa altura, para salvaguardar que a situação se repetisse, ficou definido, ainda antes da saída de José Antonio Camacho, que esta época teríamos três bons guarda-redes no plantel. Qualquer um deles pode jogar.» NÚCLEO DURO «Petit sabe que vai acabar a carreira no Benfica. Comigo, vamos manter o núcleo duro. Queremos chegar ao limite de 17 jogadores de nível e o resto virá da formação. O Miguel pertence a esse núcleo duro, disse-lhe isso. Se aparecer uma proposta irrecusável, pensaremos no assunto, mas sei quanto ganha Miguel e hoje ele tem umbom contrato. Com Tiago foi diferente, pelo que ele ganhava e por me ter pedido para não lhe cortarmos as pernas. Depois houve o tal fantasma de José Veiga.» TRAPATTONI «Após a saída de Camacho, Trapattoni foi a nossa primeira opção. No primeiro contacto pediu-nos para deixarmos acabar o Euro, mas ficámos logo com a sensação de que queria treinar o Benfica. Especulou-se muito, mas não houve nada com ninguém, nem com Scolari. Perguntei apenas ao seleccionador, no hotel Altis, o que achava de Paulo Almeida, que já estava contratado. Agora falam no Robson. Faz algum sentido contratar outro treinador tendo o Trapattoni? Um manager? Alguém que venha dar-lhe lições de futebol? Ele é a continuidade de Camacho, embora alguns digam que são diferentes. Mas não vou falar de questões técnicas.» ARBITRAGEM «Há que distinguir as coisas. Por que razão a FIFA penalizou o fiscal de linha envolvido no lance do golo mal anulado ao Benfica, frente ao FC Porto? Por algum motivo deve ter sido. Quando fomos falar com o senhor ministro (Henrique Chaves, n.d.r.) não foi para discutir esse lance. Apresentámos assuntos sérios a uma pessoa que até é benfiquista e, por acaso, não teve a oportunidade de ir ao estádio para ver esse jogo. Não foi, contudo, por isso que solicitámos a audiência. E certamente que não terá pedido demissão do Governo por causa desse episódio, já devia estar chateado com alguma coisa e queria sair. Seja como for, não se atira nada do Benfica pela janela fora. Temo-nos batido pela arbitragem e também apresentámos propostas sérias ao major Valentim Loureiro. Fomos nós a propor, por exemplo, que entregassem a arbitragem a gente do futebol. Mas, à excepção do Sp. Braga- Sporting, nunca vimos assumirem a responsabilidade dos erros.» RIVAIS «No Sporting-Benfica (agendado para dia 9 de Janeiro, n.d.r.)vamos conversar seriamente sobre as relações entre os dois clubes. Nunca houve animosidade da minha parte em relação ao presidente do Sporting e acho que Benfica e Sporting só tinham vantagem em estarem unidos. Relativamente ao processo Apito Dourado, seria uma cobardia da minha parte atacar Pinto da Costa neste momento. Normalmente, quando alguém morre diz-se coitado, era boa pessoa. O processo está em segredo de justiça, ele saberá defender-se.»