Fonte
www.abola.pt
«Ele é meio ruinzinho, né?!», avançou o taxista Agapito quando questionado por A BOLA sobre o valor técnico de Paulo Almeida, ex-jogador e capitão do Santos, actualmente ao serviço do Benfica. O médio defensivo chegou à Luz como grande esperança para a época 2004/05 mas rapidamente se percebeu que algo de errado se passava: ou a sua cotação estava inflacionada e Paulo Almeida não era o tipo de jogador que as pessoas pensavam ou, então, a ambientação não está, ainda, terminada. ABOLA tentou, assim, auscultar opiniões junto das pessoas mais isentas: os torcedores do Santos. O taxista Agapito, por exemplo, além de referir que Paulo Almeida «é meio ruinzinho », também frisou que ele é «muito lento para um médio que joga na Europa», assegurando que «existem médios de muito melhor cotação no Brasil e que custam o mesmo ». E avançou um nome: «Fabinho, do Santos. É rápido, lança os companheiros, marca golos e defende bem». Marco António, torcedor do Santos há mais de 30 anos, tem opinião contrária: «O Paulo Almeida é muito bom jogador, está sempre no sítio certo. Pode não ser jogador de grandes rasgos mas foi um dos vértices da vitória do Santos no campeonato de 2002, ao lado de Robinho e Diego. Não entendo como é que ele não está jogando no Benfica». Como se vê, duas opiniões diametralmente opostas. Como a que se segue e que é, talvez, amais importante. A de um dos porteiros do estádio santista mas que, por motivos compreensivos, pediu para que não publicássemos o seu nome. «O Paulo Almeida é um futebolista esforçado, que teve apenas seis meses de muito bom nível no Santos e que teve a sorte de ver um clube com a dimensão do Benfica interessar-se por ele. Tem bom posicionamento dentro do campo mas é mais lento que eu», frisou. E o nosso interlocutor terá cerca de 50 anos. Porém, logo ao lado, num pequeno bar a vinte metros do estádio, um dos empregados, Flávio, deita água na fervura: «O Paulo deve estar a passar por problemas de adaptação ao clima, à comida ou aos colegas. Só pode, né? Ele é grande jogador. Aliás, se saísse do Benfica e viesse para o Brasil, qualquer clube o receberia de braços abertos».A terminar, uma senhora. Clariana, que vende camisas, bonés e galhardetes do Santos, bem em frente à entrada principal do recinto santista. «Olha, para mim, o Paulo Almeida é excelente jogador. Defende bem e passa muito bem. Se não é lento? Até pode ser, mas passa muito bem...» Pode ser tudo isto. Mas um facto é indesmentível: no átrio principal do estádio do Santos existe uma fotografia enorme com a equipa do Santos campeã em 2002. E lá está Paulo Almeida com a braçadeira de capitão. Pode o capitão de uma das mais cotadas equipas brasileiras da actualidade não jogar no Benfica? Pode. Pelos vistos, pode.