Vem aí um novo Benfica

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Fonte
www.abola.pt
O Benfica não nada em dinheiro e a SAD encarnada não está disposta a hipotecar o futuro embarcando em políticas económicas aventureiras. Significa isto que o clube da Luz não gastará o que não tem para reforçar a equipa no mercado de Inverno. Contudo, torna-se evidente que, se o Benfica pretende discutir o título nacional, defender a Taça de Portugal e chegar ainda mais longe na UEFA, os meios existentes à disposição de Trapattoni são insuficientes. As últimas jornadas da SuperLiga serviram para mostrar, quiçá até à exaustão, que perante lesões e castigos de alguns jogadores titulares, os encarnados não têm substitutos à altura. E raramente se tratou de um problema de atitude da equipa. Giovanni Trapattoni conseguiu quase sempre (Restelo foi excepção) manter a sua equipa dentro de patamares de aplicação absolutamente decentes. A questão, que a SAD da Luz se prepara agora para atacar, tema ver com a introdução de mais qualidade no plantel. Depois de aturadas pesquisas de mercado, o Benfica prepara-se para apresentar, no princípio da próxima semana, três reforços: um médio, um ponta-de-lança e um avançado versátil, capaz de actuar igualmente bem pelas alas e pelo meio. São estas as apostas de Luís Filipe Vieira e José Veiga, que contam com a concordância de Trapattoni que, em Alvalade, já poderá até apresentar alguns destes jogadores na equipa titular. Sistema de jogo O Benfica vai abandonar, muito rapidamente, o 4x4x2 (provavelmente será mais correcto falar em 4x2x4, tal a falta de vocação defensiva de Simão e Geovanni) que tem usado desde que Zahovic passou a ser carta fora do baralho e Geovanni não passou no «teste do meia-ponta», para abraçar um 4x3x3 que deverá ser interpretado à semelhança do que é feito, nos dias que correm, pelo Chelsea de Mourinho, por exemplo. As opções tomadas pela SAD no que diz respeito a reforços têm como base a tentativa de implementação desta filosofia. Com Sokota inexplicavelmente apagado ao longo da temporada, incapaz de dar garantias a Trap de uma produção atacante semelhante à que manteve em 2003/04 e sabendo que Azar Karadas, jovem e voluntarioso, será um boa solução de recurso, para quando o Benfica precisar de impor um tipo de jogo mais físico e nunca uma solução de base, a contratação de um ponta-de-lança explica-se pela vontade de ter alguém, para além do infortunado Nuno Gomes, que possa actuar na zona por onde passam todas as decisões. Dar maior equilíbrio Quanto ao outro avançado, capaz de jogar pelas alas, que vai reforçar o Benfica, as necessidades encarnadas radicam na ausência no plantel de alguém que, além de Simão, o melhor dos encarnados, não só chegue à linha de fundo como seja capaz de se juntar ao ponta-de-lança criando maior pressão na área encarnada. Tomando as equipas de Mourinho como farol, o Benfica vai apresentar um jogador que actue dentro das características de um Damien Duff ou de um Derlei dos bons tempos. Finalmente, a questão do médio. Há, na Luz, plena satisfação quanto a Petit—atitude competitiva inexcedível e futebol de primeiro mundo nos pés—e Manuel Fernandes, um jovem que tem mostrado enorme qualidade. Porém, numa lógica de 4x3x3 os encarnados precisam de mais um médio, que não destoe dos nomes já referidos. A juntar a toda esta operação, a SAD benfiquista estuda eventuais dispensas, porque evidentemente há um orçamento para cumprir. A BOLA já anunciou que Sokota deverá ser um dos jogadores a colocar em Janeiro, até porque termina o seu contrato no final da época e não há já condições para que renove o seu vínculo, deixando, por isso, de fazer sentido manter-se no clube no período mais exigente e quando a equipa jogará tudo nas diferentes competições; outras situações estão a ser igualmente alvo de análise. Feito este diagnóstico, os responsáveis benfiquistas contaram as balas e dispararam para os alvos possíveis. Dentro de poucos dias se saberá a caça que a águia matou.