BUON compleanno

Giovanni Trapattoni é um jovem de cabelos brancos. Ama o futebol, vive o futebol. Por ocasião do seu 66º aniversário, A BOLA quis dar-lhe os parabéns (antecipados, é verdade). Durante alguns minutos de conversa pudemos testemunhar que, mesmo respeitando as opiniões contrárias, é impossível não respeitar o treinador, é impossível não gostar do homem. Duas vezes a idade de Cristo Acompanhado por dois amigos de longa data - qualquer coisa como 20 anos, desde os tempos da Juventus - Trapattoni nunca largou o sorriso. Na verdade, não perde uma oportunidade para o soltar. "66 anos, duas vezes a idade de Cristo", expressou um dos seus acompanhantes. O outro, por sinal, é uma das principais figuras do jornalismo desportivo em Itália. Um dos lemas de Trapattoni passa por ter os pés bem assentes no chão porque às vezes voar é perigoso. Assim tem levado a equipa pelo trilho desejável, fazendo renascer a fé da família benfiquista (mesmo a dos elementos que o criticam). É impossível descrever a dimensão da velha raposa, sempre disponível para recordar os momentos, os bons momentos que o futebol lhe tem dado. Distingue à distância as qualidades técnicas e humanas dos homens que dirige, sabe o valor da união no balneário e no campo. Porque o prestígio não ganha jogos. Eusébio, Pelé, Cruyff e "squadra azzurra" A BOLA ofereceu a Trapattoni uma camisola do Benfica, a do centenário, com o seu nome e idade estampados nas costas. O treinador italiano prometeu guardá-la num lugar especial do seu museu, do qual faz parte um quarteto de luxo: as camisolas de Eusébio , Pelé, Cruyff e, como não poderia deixar de ser, a da selecção italiana, a squadra azzurra. Seguiram-se dois dedos de conversa com linguagem simples, discurso directo. Importante é fazer passar a mensagem. Em Itália, na Alemanha ou em Portugal. Porque são os treinadores quem têm de se adaptar às diferentes realidades . Conhece o futebol como ninguém e sabe que só com muito profissionalismo as metas são alcançadas. Aconteça o que acontecer, Trap vai continuar a sorrir, na Luz ou em qualquer outro palco onde o desafio lhe pisque o olho. Porque a ambição não tem idade. Aos 66 anos, Trapattoni pode entrar para a história do Benfica. O seu Benfica, que tantas vezes compara a um Ferrari da Fórmula 1, tem o pé no acelerador.