«Os miúdos adorarão cada dia»

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Fonte
www.slbenfica.pt
Estas férias da Páscoa serão muito especiais para os cerca de 100 miúdos (com idades compreendidas entre os oito e os 16 anos) que estão já inscritos no 1º Campo de Férias Desportivo, do Benfica. Assim, entre 28 de Março e 1 de Abril, o complexo desportivo da Luz irá receber a miudagem que pretenda aprender mais sobre cada uma das seis modalidades que complementam esta iniciativa. Este evento será supervisionado por José Tavares, um homem com provas dadas nesta área. Será ele que, com o auxílio de Vítor Pinto (do gabinete de modalidades do Benfica), irá colocar sobre rodas esta semana “de loucos”. O próprio José Tavares não escondeu, durante a entrevista que o slbenfica.pt lhe fez, a ansiedade e motivação que lhe preenche a alma neste momento. P – Quais os objectivos que surgem interligados a esta iniciativa? R - «Temos dois objectivos: os do clube e os das crianças. Queremos que aproveitem os tempos livres e férias de forma a que se divirtam e aprendam um pouco mais sobre modalidades. Por outro lado, não podemos esquecer o objectivo traçado pelo clube e que passa, obviamente, pela captação de jovens valores que venham a representar as equipas do Benfica». P – De que forma poderão captar a atenção dos miúdos num horário que se inicia às nove da manhã e que só termina às cinco da tarde? R - «Temos os nossos trunfos. Cada um dos dias terá um almoço muito especial, já que estarão presentes praticantes seniores de cada uma das modalidades, de forma a conversarem com os miúdos e a darem autógrafos. Este estádio é um mundo e os participantes terão um conhecimento orientado de todo o complexo e das modalidades. Eles adorarão cada dia». P – Que valores humanos e sociais poderão as crianças retirar desta experiência? R - «Note-se que eles vão divertir-se muito. Certamente que os seus pais preferem os seus filhos aqui do que em casa a jogar computador. Por outro lado, damos grande importância à transmissão de valores, como a alimentação, as regras a que se sujeitam, o espírito de equipa e de grupo. Enfim os princípios do desporto. Tratam-se de valores fundamentais que só os ajudarão no seu crescimento» P – Julga que uma futura iniciativa deste género estará sempre dependente do sucesso desta? R - «Sim, acredito nisso, de facto. Aliás, isto é uma forma de captação, porque eles próprios poderão viver aqui o primeiro dia de uma formação realizada no Benfica». «Frutos a longo prazo» P – O Benfica assume, então, que esta é uma forma de criar, de raiz, um processo de formação de jovens valores no próprio clube? R - «Sem dúvida. Queremos que os melhores fiquem ligados ao clube, nomeadamente aos escalões de formação no atletismo, andebol, basquetebol, futsal, voleibol, natação e no ténis de mesa». P – Daqui a quantos anos começarão a ser visíveis, nas equipas seniores do Benfica, os resultados da aposta na formação de jovens valores? R - «Julgo que as equipas principais do Benfica poderão começar a beneficiar deste processo de formação e aprendizagem em cerca de oito a 12 anos, já que existe todo um caminho que tem de ser trilhado e onde se conta uma carga horária total de cerca de 10 mil horas. São frutos que demoram o seu tempo a colher». P – Julga ser possível enquadrar nas equipas de formação do clube alguns dos adolescentes que se evidenciem nesta iniciativa? R - «Em relação aos adolescentes com 14, 15 e 16 anos, tentaremos agarrar os melhores e dotá-los de treino específico, com vista a que recuperem os anos perdidos». P – Sente-se realizado, em nome do clube, com a vertente social e desportiva deste tipo de ideia, tão singular? R - «Bastante. Mas note-se que as nossas iniciativas não terminam nesta semana da Páscoa. Aliás, elas já têm acontecido anteriormente, se bem que noutros formatos. Vou dar dois exemplos: levamos os nossos jogadores às escolas e, por outro lado, fazemos torneios mensais de 3x3 de mini-basket na Luz, onde cada miúdo praticante do clube traz dois amigos, além de contarem também com a participação de jogadores seniores nas suas equipas. A relação estabelecida tem sido incrível. Ainda me lembro de um miúdo de oito anos ter ralhado com o Pearson porque exigia mais dele, com vista a ganhar aos adversários. São momentos destes que nos fazem caminhar nesta direcção, porque sabemos que estamos a construir algo de muito valioso para o presente e futuro do clube. É isto que nós queremos: trazer miúdos para o clube, investindo neles e na sua formação». Texto: Ricardo Soares