Toda a suspeiçaõ recai sobre o Benfica

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http://www.abola.pt/wqua/wdia.htm
Toda a suspeição recai sobre o Benfica LUÍS FILIPE VIEIRA garantiu ontem que continua de «braço dado» com Dias da Cunha, firme na intenção de provocar a discussão no futebol português. Profissionalizar a arbitragem e tirá-la da Liga de Clubes são alguns dos temas que promete debater, esclareceu ontem, em curta entrevista na RTP1. Neste contexto, lamentou a suspeição que considera pairar sobre o Benfica e prometeu pedir explicações ao presidente do Sporting sobre o que pretendia dizer quando sugeriu que o clube da Luz «tem a arbitragem na mão». O presidente do Benfica esteve ontem no Telejornal da RTP1 e levantou a ponta do véu sobre o movimento que os clubes de Lisboa iniciaram. «Eu e Dias da Cunha continuamos de braço dado», começou por dizer sobre o presidente do Sporting, ao mesmo tempo que anunciou, para breve, novas iniciativas: «Apresentámos um manifesto e continuamos convictos das nossas ideias. Seguiram convites para todos os clubes, também da Liga de Honra, para, no próximo dia 10, na nossa casa, que é a Liga, estarem presentes e discutirmos.» As cautelas são ainda maiores quando se perspectiva o Benfica-Sporting mais escaldante e provavelmente mais decisivo de sempre. «É um jogo complicado e queremos que seja uma festa do futebol», esclareceu. É a arbitragem que nos divide Questionado sobre as declarações de Dias da Cunha, que criticou recentes arbitragens de jogos de Benfica e FC Porto, o presidente benfiquista procurou, mais uma vez, evitar o confronto. «Acho que tenho sido bastante comedido, até porque o doutor Dias da Cunha sabe com quem está a dialogar, conhece o presidente do Benfica e sabe que é um homem de palavra», assegurou, não se furtando, nesta altura, a clarificar alguns pontos do manifesto a discutir na Liga: «O que divide o futebol português é a arbitragem. Este ano, houve um jogo que marcou o campeonato, que foi o Benfica-FC Porto. Houve erros grosseiros, marcámos a nossa posição e fomos criticados, por isso calei-me.» O caminho só pode ser um, no entender do dirigente: «Os árbitros têm mesmo de ser profissionalizados e a arbitragem tem de sair da Liga. Para onde? Vamos aguardar.» Luís Filipe Vieira mostrou, também, alguma revolta contra a forma como o Benfica tem sido «caluniado » na praça pública. «Vi na televisão um conceituado jurista dizer que tínhamos comprado o jogo com o Estoril, o que é grave. Na rádio, um senhor, que deve cantar muito bem o fado, disse que falou com o engenheiro Sócrates e que este lhe terá dito que o Estádio da Luz custaria 8 milhões de contos e na realidade custou 24. Falou depois em off-shores... Tenho família, os dirigentes têm família e os árbitros também. Esta calúnia tem de parar.» O líder benfiquista, mantendo a toada de revolta, lamentou o que considera «campanha para que o Benfica não seja campeão» e acrescentou: «Neste momento, toda a suspeição recai sobre o Benfica. Não sou eu, nem Dias da Cunha, que ganhamos jogos, mas sim os jogadores. Por vezes quase que parece que há interesses para que o Benfica não seja campeão. Só houve uma coisa que Dias da Cunha disse publicamente, certamente a quente... que o Benfica tinha a arbitragem na mão. Isso ele vai ter de me explicar a mim, calmamente e em privado.» Regresso do major não foi correcto Filipe Vieira considerou ainda que «a maneira como o Major se apresentou na Liga não foi a mais correcta perante os clubes ». O presidente entende que se tratou deum «golpe de teatro» e explicou: «Querendo assumir o seu lugar, com direito, deveria ter convocado uma reunião. Acho que foi mau para o futebol e, no caso do Benfica, sentimo-nos ultrapassados. »