Simão «« Fomos justos vencedores»»

Fonte
slbenfica.pt
Na hora de fazer o balanço final de uma temporada muito difícil, o capitão considera ter sido atingido o grande objectivo do plantel e revelou-se surpreendido com a dimensão da euforia benfiquista. P - O que sentiu no Estádio do Bessa, no momento em que o árbitro apitou para o fim do jogo? R - Senti que um sonho se tornou em realidade. Todos os jogadores sonhavam em ser campeões pelo Benfica, e o facto de naquele jogo faltarem, primeiro, 90 minutos, depois 45 – quando estava um igual, e nos minutos finais quando o árbitro levantou a placa dos descontos acho que foi o coroar de ano com algumas dificuldades, no qual fomos premiados com o facto de sermos campeões nacionais. P - A festa que se seguiu surpreendeu-o? R - Sim. Já o ano passado quando tínhamos ganho a Taça de Portugal foi uma loucura tremenda em Lisboa, e o facto de jogarmos no Porto e de vermos tantos benfiquistas na rua e, depois, se prolongar em Lisboa e nos dias seguintes, só demonstra que o Benfica é mesmo grande. Ficou provado que temos muitas pessoas que acreditam no Benfica e que fizeram questão de estar na festa, que também foi importante para os adeptos. P - Como é que o grupo viveu os momentos que se seguiram à saída do Bessa, com a chegada a Lisboa e ao Estádio da Luz? R - Antes de sairmos do Estádio do Bessa estávamos ansiosos por podermos conviver com as pessoas que nos estavam a apoiar, e que estavam nas ruas. Acabou por tornar-se um pouco cansativo porque foram muitas horas, mas sem dúvida que estávamos felizes por poder festejar junto deles. A chegada ao Estádio da Luz foi espectacular e só foi pena que tenha acabado como acabou… P - Considera o Benfica um justo vencedor da Superliga? R - Acho que é justíssimo. Liderámos, praticamente, todo o campeonato e, sem dúvida, que fomos justos vencedores. Ganha quem tem mais pontos e por isso o Benfica foi campeão nacional. P - Na sua opinião, o que é que mais contribuiu para a conquista do campeonato? R - A união e o facto de termos mantido jogadores importantes. Também foi importante a forma como recebemos os novos jogadores, que contribuiu para que eles se adaptassem mais rapidamente à realidade do Benfica. Não é fácil chegar a um clube como o Benfica e jogar sem pressão e, nesse sentido, tentamos “libertar” os novos jogadores para que pudessem jogar ao seu melhor nível. Pressão e críticas P - Como é que o grupo encarou as críticas da comunicação social que apontavam falta de qualidade no plantel? R - Eu acho que essas críticas acabaram por ser a principal “arma”, porque fez com que nos uníssemos ainda mais e que, com o trabalho que vínhamos fazendo, provássemos às pessoas que queríamos ser campeões. Essa situação tornou o grupo mais unido e mais forte. P - Foi muito difícil aguentar a pressão de ter milhões de adeptos a exigir a conquista do título nacional? R - Num clube como o Benfica não é normal estar tantos anos sem ganhar, mas no futebol é mesmo assim. É claro que houve alturas, não de pressão mas sim de ansiedade antes dos jogos, que assim que entrávamos para o campo se transformava em motivação e vontade de ganhar. É claro que os jogadores queriam ser campeões o mais rápido possível – e eu que estou cá há quatro anos queria ser campeão no primeiro jogo –, mas não basta só querer. Acho que foi no momento certo. P - Como é que foi trabalhar com Geovanni Trapattoni? R - Foi muito interessante e adorei. Poder conhecer uma pessoa com o coração tão grande, e que lida com as coisas da melhor maneira possível. Tem uma relação aberta com os jogadores com quem fala com o maior carinho. Ensinou-nos muitas coisas, para além do privilégio que foi ser treinado por um treinador que tem um currículo invejável. Acho que foi fantástico. P - Passando para a parte menos positiva da época, como é que a equipa reagiu à derrota na final da Taça de Portugal? R - Claro que ficámos tristes, até porque era uma final que queríamos ganhar. Não só por ser a Taça, mas também pelo significado da “dobradinha” (porque podíamos ganhar dois títulos). Mas temos de dar os parabéns ao Setúbal, que preparou muito bem o jogo. Nós não entrámos bem e estávamos um pouco cansados devido às dificuldades que tivemos durante esta época difícil. De qualquer forma foi uma época positiva porque conseguimos o nosso principal objectivo que era ser campeão. Não é fácil ser campeão nacional e finalista da taça, por isso, estamos de parabéns e esperamos que a euforia continue para que possamos entrar na nova época com força. P - E pensando já na próxima temporada, qual deverá ser o principal objectivo do Benfica? R - Deverá passar por revalidarmos o campeonato, chegar à final da taça e ir o mais longe possível na Liga dos Campeões. Essa é uma prova muito importante, na qual muitos jogadores nunca jogaram, para o Clube, que voltará a estar na “montra” do futebol.