Quim e sua "vitória" nas redes encarnadas

Fonte
A Bola
Quim abriu o coração para falar dos «dias maravilhosos » que tem vivido no Benfica. Com a mesma segurança que mostra entre os postes, não escondeu que sentiu dor nos momentos em que pisava o relvado e via os seus adeptos—aqueles a quem tanto pedia apoio — clamarem pelo regresso de Moreira à baliza. Foi com garra de gigante que diz ter vencido essa guerra e sente que valeu a pena por ter passado por um dos dias mais felizes da sua vida, que foi a celebração do título. — Quim chegou à Luz e foi campeão logo no primeiro ano. Que sentimentos lhe provocou o fim do longo jejum de 11 anos? — É lógico que foi sensacional. Nunca senti nada assim. Ou melhor, alegria maior só quando nasceu o meu filho. Poucas pessoas têm o privilégio de chegar onde sempre sonharam e terem imediatamente sucesso. — Em que aspecto estas mudanças mudaram a sua vida? — Sem dúvida que me sinto um homem diferente. Não tinha títulos e logo no ano que cumpri o sonho de chegar a um grande ter ganho o campeonato foi fabuloso. Talvez a palavra inesquecível seja amais indicada... — É difícil para um jogador viver sem títulos? — É muito complicado. Nestas coisas a ambição é muito importante. Jogar num clube como o Sp. Braga e lutar quase só para não descer não é fácil. A vida torna-se sofrível. No Benfica a meta é ser campeão e jogar na Liga dos Campeões e isso é muito mais aliciante. Felizmente que cheguei aqui e lá estarei nesse grande palco que é a Liga dos Campeões — Por vezes vemos jogadores talentosos chegarem a um grande clube e falharem devido à pressão. Como é que o Quim lidou com essa necessidade de vencer no Benfica? — Não acusei minimamente o salto e essa pressão de que tanto se fala. Felizmente que represento a Selecção desde os 14 anos e isso terá facilitado a minha vida. Mas é verdade que o Benfica é um clube diferente e iria mentir se dissesse que no primeiro ou no segundo mês me senti como em Braga. Foi difícil, mas rapidamente tudo regressou ao normal. A ambientação até foi fácil. — Esteve muitos jogos no banco e mesmo quando passou a titular os adeptos pediram o regresso de Moreira. Foi duro? — Quando cheguei à Luz sabia perfeitamente com o que contava. Sabia que tinha de lutar com um guarda-redes que toda a massa associativa adorava, com um verdadeiro ídolo dos adeptos. Senti que poderia ser difícil jogar, mas sinceramente isso nunca me preocupou, pois sabia que tinha talento. — Não terá sido agradável... — Claro que não. Mas o importante é que trabalhei muito e bem e pensei a minha hora chegaria. As pessoas que me puseram essa pressão em cima — admito que isso aconteceu e que foi complicado ver os adeptos do meu clube pedirem que eu saísse sem que tivesse cometido o mínimo erro — deixaram de ter essa atitude. Viu-se que de jogo para jogo as coisas voltaram ao normal e no fim da época esses cartazes foram desaparecendo. Acabaram as manifestações a favor de Moreira...