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A Bola On-Line
DEPOIS de Karyaka, a vez de Anderson. Já está em Lisboa o segundo reforço do Benfica para a temporada 2005/2006. Feliz pela concretização de um sonho, confiante em repetir o sucesso alcançado no Corinthians e preparado para a árdua luta pela titularidade com Luisão, Ricardo Rocha e Alcides. Uma «briga saudável», diz, lembrando que o treinador é novo e, por isso, todos vão começar praticamente do zero.
O voo TP190, proveniente de S. Paulo, aterrou na Portela pelas 6.55 h, mas só às 8.05 h foi possível vislumbrar Anderson na zona das chegadas, acompanhado pela mulher e pela sogra. Um suspiro, finalmente Lisboa. «Fico feliz. É uma grande oportunidade e espero ter, aqui no Benfica, o grande sucesso que tive em S. Paulo, no Corinthians, onde cheguei mesmo a capitão da equipa. Esta é a realização de mais um sonho: jogar na Europa num clube grande como o Benfica. Espero poder apresentar-me bem», começou por dizer, bem-disposto mas aparentemente cansado da viagem.
O internacional brasileiro chega a Lisboa com um cartaz prometedor, mas pela frente terá a firme dupla do Benfica campeão nacional — Luisão e Ricardo Rocha — e também Alcides (André Luís deve ser emprestado, como já afirmou José Veiga, devido ao excesso de opções para o eixo da defesa). Anderson respeita os companheiros, elogia-os, mas não os teme. «Nos clubes grandes existem grandes jogadores para todas as posições. Todos eles têm qualidade, mas vamos disputar a posição sem qualquer problema, numa briga saudável. Vim para poder ajudar e fazer amigos, como aconteceu em S. Paulo. Depois cabe ao treinador decidir quem vai jogar », expressou, lembrando que a chegada de Ronald Koeman coloca todos os atletas mais ou menos na mesma posição: «É bom, é interessante para mim, uma vez que não conhece praticamente os jogadores e todos vão começar do zero.»
Afinidade com Luisão
Esta é a primeira experiência de Anderson na Europa. «Para mim tudo é uma novidade, nem Lisboa conhecia », soltou, prosseguindo: «Apesar de já ter tudo praticamente acertado há algum tempo, ainda não tive oportunidade de conhecer o clube, anão ser através das palavras de Roger e Carlos Alberto. Vou tentar encaixar-me o mais rápido possível no estilo de jogo da Europa.»
O ex-Corinthians contactou apenas com um dos actuais elementos do plantel encarnado. «Falei com Luisão. Estivemos juntos nas duas últimas convocatórias da selecção e criei mais afinidade com ele, embora também conheça André Luís, Alcides e Paulo Almeida. Vai ser fácil fazer amizades com todos e a partir daí é trabalhar no duro», sublinhou.
Comparação com Gamarra
Carlos Gamarra passou um dia pela Luz e deixou saudades. No Brasil é frequente a comparação entre Anderson e o veterano central paraguaio, mas o reforço do Benfica prefere separar as coisas. «Não gosto dessas comparações. Sempre disseram isso, desde que comecei a jogar no Corinthians. Procuro ser o Anderson, foi isso que me levou à selecção brasileira e a capitão do Corinthians. Gamarra é um grande jogador, um central fora do comum, com muita qualidade e muito rodado. Fico feliz pela comparação, mas é importante separar isso do meu trabalho», referiu Anderson.
A terminar, e porque Anderson é um ilustre desconhecido para grande parte dos adeptos do Benfica, ficaram algumas palavras. «As pessoas é que têm deme ver jogar e analisar, ver as minhas qualidades e defeitos. Não sei o que diga, mas penso que o bom jogo aéreo e a rapidez são duas características positivas que tenho », rematou, retomando a caminhada para a garagem do aeroporto, na companhia de funcionários do Benfica.