na redacção do PASQUIM há benfiquistas

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Record
na redacção do Ricardo há Benfiquistas: O Benfica conseguiu, após muito sofrimento, garantir a entrada na “Champions”, ao vencer em Copenhaga (1-0). Tal não significa que tenha realizado uma exibição “de encher o olho”, longe disso. Aliás, antes de Katsouranis fazer o golo solitário, foi o FC Copenhaga quem dispôs de várias ocasiões. E mesmo em desvantagem – após os portugueses terem serenado -, os locais continuaram a poder marcar. Assim, embora o apuramento seja justo, convém referir que a “estrelinha” foi boa amiga. Mas, como alguém disse um dia, em momento inspirado: “ter sorte dá muito trabalho”. O Benfica, repito, foi feliz, mas fez o suficiente para merecer essa fortuna. A época passada, no arranque da fase de grupos da Liga dos Campeões, Fernando Santos foi para a capital dinamarquesa jogar para não perder. E conseguiu o seu objectivo, embora semanas mais tarde tenha percebido que abdicar de lutar pelo triunfo diante do mais fraco rival da “poule” fora determinante para decidir o destino do clube na prova. Desta vez, mesmo com 1 golo de avanço, Camacho fez um discurso ao contrário, alertando para a necessidade da equipa marcar em terreno alheio. E se falou bem, tratou na prática de contribuir para que tal pudesse, efectivamente, suceder. Daí, por exemplo, ter apostado em Cardozo e Nuno Gomes na frente de ataque. Com Santos, tenho a certeza, só jogaria um, pois a sua táctica passaria, seguramente, pelo reforço do meio-campo; pelo aguentar, até onde fosse possível, o nulo. Já se sabia que o Benfica não podia fazer uma grande exibição. O técnico está há poucos dias no cargo; o clube continua a contratar jogadores como se ainda estivesse no defeso; as lesões voltaram a atacar cedo; a confiança não era a melhor face aos resultados anteriores; a rotina entre os jogadores praticamente não existe; o estado do terreno era lastimável e os opositores, não sendo nada de especial, também não eram “coxos”. Perante isto, Camacho sabia que o Benfica tinha de se apurar através da garra, do espírito de sacrifício. E, verdade seja dita, não me lembro da última vez que as águias lutaram tanto pela posse de bola, para fechar as linhas de passe, para sair em velocidade para o contra-ataque. Como já disse, esforçaram-se para ter sorte. Não sei se Camacho trabalha mais ou melhor que Santos. O que sei é que possui outra forma de ver o futebol, de motivar os seus homens, de incutir esperança a quem parecia perdido há tanto tempo. E, já agora, não acredito que o livre que originou o golo não tivesse sido trabalhado nos treinos... O espanhol não precisou estar muitos meses a observar jovens valores para decidir dar-lhes uma oportunidade. Miguel Vítor, Romeu Ribeiro e Di Maria estão a receber a confiança que precisavam. E pouco importa saber se a equipa tem (ou não) outras soluções. O que fica na história, é que Camacho apostou neles... e deu-se bem. É por causa das diferenças de discurso, de postura e de filosofia que Camacho, desde que saiu da Luz, tinha muitos adeptos a desejar o seu regresso; da mesma forma que Santos, desde que assumiu o cargo, tinha tantos (ou ainda mais...) a torcer pela sua saída! Luis Avelãs http://www.record.pt/noticia.asp?id=756228&idCanal=1080