Grande entrevista para o uefa.com de Freddy Adu

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Fonte
uefa.com
O novo número 30 do Benfica pode ter chegado apenas há três meses à Europa, mas já tem uma ideia da enorme tradição da qual começa a fazer parte. “Sim, eu já conhecia a História. Sei que o Benfica é o maior clube desportivo do Mundo, está no Livro de Recordes do Guinness [por ter o maior número de sócios]. É mesmo um clube grande!”. Mas, lá está, Freddy Adu está mais habituado a fazer história do que o mais normal dos jovens de 18 anos. A oportunidade do Benfica Foram as suas actuações enquanto capitão da selecção dos Estados Unidos no Campeonato do Mundo de Sub-20 deste Verão - incluindo o “hat-trick” frente à Polónia, que o tornou somente no segundo jogador a conseguir marcar por três vezes no mesmo jogo nos Mundiais Sub-17 e Sub-20 - que ajudaram a convencer o Benfica a investir 1,5 milhões de euros para garantir o seu concurso. Mas enquanto ainda é apenas visto como uma futura super-estrela, é difícil aceitar o facto de que Adu tem somente 18 anos. Profissional precoce Tendo-se mudado com a família do Gana para os Estados Unidos com apenas oito anos, Adu começou a atrair as atenções dos principais clubes europeus, como o FC Internazionale Milano, quando começou a brilhar nos torneios de futebol juvenil por terras do Tio Sam, com apenas 12 anos. Aos 14, tornou-se no mais jovem desportista profissional norte-americano nos últimos 100 anos, ao ter sido o primeiro escolhido do "Super Draft" de 2004 da Major League Soccer (MSL), tendo posteriormente assinado um contrato de quatro anos com o DC United. “Passo importante” Coincidentemente, o DC United já era a equipa da MLS mais próxima da sua casa - foi criado em Potomac, Maryland, cidade situada nos arredores de Washington -, pelo que o jovem pôde continuar a viver com a família à medida que se adaptava à vida de um futebolista profissional. Mas agora está mesmo muito longe de casa. “É óbvio que vir da América para cá é um passo muito importante para mim”, admite Adu, mas a emoção do desafio de singrar num dos mais importantes clubes do Mundo ameniza as saudades e a adaptação às realidades portuguesa e europeia têm sido rápidas. “Este é o futebol europeu e eu estou a adorar e a desfrutar. O nível é bastante elevado e ajustei-me muito bem. Demorei cerca de duas semanas a habituar-me”, confessou Adu. À prova de nervos Adu mostrou ter aprendido rapidamente as exigências do futebol português logo na estreia oficial em competições nacionais pelo Benfica, no terreno do Estrela da Amadora. Com a equipa da Luz a perder, e quando enfrentava a possibilidade de ser eliminada da Taça da Liga logo na primeira eliminatória, o norte-americano converteu uma grande penalidade já em período de descontos, levando, assim, a decisão para o desempate por grandes penalidades. Aí, viria a converter logo a primeira tentativa, contribuindo para a continuação na prova dos comandados de José Antonio Camacho. Paciente Quatro dias depois, estreou-se na Liga portuguesa e logo no derby com o Sporting. Desta vez não marcou nos instantes finais, mas protagonizou um dos lances mais perigosos da partida, quando caiu na área após jogada individual, embora o árbitro não tivesse assinalado qualquer falta. Ainda assim, Adu está disposto a aguardar o tempo que for necessário para assegurar um lugar como titular. “Temos de respeitar as decisões do treinador e é isso que eu faço. Apenas tenho que continuar a trabalhar e, quando surgir essa oportunidade, tentar fazer a diferença”. Tempo de aprender É suficientemente cândido para confessar, contudo, ter ficado desiludido por não se ter estreado na fase de grupos da UEFA Champions League no encontro da segunda jornada, frente ao FC Shakhtar Donetsk. “Todos querem jogar na UEFA Champions League e eu adoraria ter entrado, especialmente num jogo realizado em casa”. O jovem americano está a tentar aproveitar ao máximo qualquer nova experiência que lhe seja proporcionada. Poucos dias depois do jogo com o Shakhtar, Rui Costa disse à comunicação social portuguesa que esperava que a época em curso fosse a sua derradeira enquanto futebolista. E Adu está determinado em aproveitar ao máximo o privilégio de actuar ao lado de uma das últimas figuras da chamada “Geração Dourada” do futebol português. Apesar de estar no final da carreira, Rui Costa começou a temporada em excelente forma. “Os melhores dos melhores” “Estes jogadores são os melhores dos melhores. Rui Costa é um dos melhores futebolistas que alguma vez jogaram nesta posição. Tenho-o observado de perto e quero ser tão bem sucedido quanto ele tem sido”. Num emblema que venceu a Taça dos Clubes Campeões Europeus por duas vezes, em 1961 e 1962, não faltam a Adu outros exemplos nos quais se inspirar. “Grandes jogadores já representaram este clube, como Eusébio. É fantástico fazer parte de um clube com tantas tradições e historial tão rico. É que é mesmo!”.