Escola, futebol e miúdas

Submitted by Hugo Mig.L on
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o jogo
Na Caixa Futebol Campus, no Seixal, "não se falta às aulas para ir aos treinos". A garantia é de António Carraça, o homem que em Maio de 2004 entrou no Benfica para liderar o projecto de formação. "Na temporada passada a taxa de sucesso escolar foi de 89 por cento", acrescenta. Conforme faz questão de salientar, a preocupação do Benfica não passa apenas por formar futebolistas profissionais, mas também homens com personalidade e... estudos. Aliás, é na conta do clube encarnado que caem todas as despesas escolares dos 60 residentes no centro de estágio: desde livros a mochilas, passando pelo bilhete de autocarro para a Escola Dr. José Afonso, no Seixal, frequentada por todos atletas em regime de internato. "O ano passado, primeiro ano de internato, muitas meninas da escola largaram os namorados para andar atrás dos jogadores do Benfica. Era uma loucura", começa por contar, entre risos, Catarina Santos, a coordenadora da área socioescolar e uma das poucas presenças femininas no centro de estágio. De tal forma que é a ela que a maioria dos atletas se dirigem quando querem um pouco de colinho ou simplesmente pedir um conselho sobre a sua vida sentimental. A coordenadora explica a O JOGO que todos os residentes estão sujeitos a um apertado regulamento interno. A hora de recolhimento obrigatório é às 23h00 e ninguém pode ficar na cama para além das 9h00; depois das aulas têm de regressar de imediato para o centro de estágio e todos os dias são obrigados a estar no mínimo 45 minutos na sala de estudo, onde há explicadores que tiram dúvidas e fazem resumos da matéria para facilitar o estudo. Miguel Vítor, do plantel principal, é por agora o único interno com frequência universitária. "Isto não é um hotel nem uma instância de férias", recorda Carraça. Ainda assim, os atletas gozam de pequenos luxos como não terem de fazer a sua cama ou tratar da sua roupa: "É só futebol e escola."