Campeão Europeu foi ás cordas, faltou o KO

Fonte
maisfutebol
Benfica-Milan, 1-1 (crónica) [ 2007/11/28 | 22:03 ] Luis MateusO Benfica diz adeus à Liga dos Campeões, mas não foi pelo que fez (ou não fez) hoje que não foi bem sucedido. Os encarnados realizaram uma excelente exibição frente ao campeão da Europa, colocaram a nu algumas das suas deficiências e se houve jogo em que estiveram perto de alcançar a primeira vitória sobre o rival italiano foi este (1-1). É verdade que o Milan não foi uma equipa passiva e teve momentos em que passeou classe, sobretudo através de um tridente mágico formado por Pirlo, Seedorf e Kaká, mas chegou a estar encostado às cordas, sem que os visitados conseguissem o knockout. O Milan tinha duas estratégias para enganar o Benfica. A primeira passava por aproveitar o espaço entre os dois «trincos» Petit e Katsouranis, ao colocar nas suas costas, à vez, Kaká ou Seedorf, que embalavam depois em um-dois para a área dos encarnados. Ou experimentando desatenções ou deslocações de Luís Filipe, com Pirlo a encontrar Kaká como extremo-esquerdo, obrigando Luisão e até mesmo David Luiz a tapar o buraco. Os italianos, com os sectores em linha, bloqueavam ainda as transições dos portugueses, recuperando muitas vezes a bola e impedindo que Dida tivesse trabalho. Foi assim que o jogo começou. Com Rui Costa e Rodríguez algo afastados do jogo, o Benfica sentiu muitas dificuldades para construir jogadas de ataque nos primeiros minutos. Os desequilíbrios eram provocados sobretudo pelo que Maxi e Léo conseguiam fazer nas alas, respectivamente perante Serginho e Bonera. O golo de Pirlo, que resulta de um lançamento lateral e de falta de marcação à entrada da área (tanto espaço dado a quem remata tão bem de longe...), parecia ter empurrado o Benfica para a derrota. Mas havia coração para negá-lo. Construir a partir do erro de Nesta O jogo virou pouco depois. Um erro de Nesta, aos 18 minutos, por pouco não fez cair a defesa milanesa. Nuno Gomes fez a bola chegar a Rodríguez e foi o carrinho de Kaladze (o primeiro decisivo) a salvar a equipa. A equipa viu nesse momento a prova de que o campeão europeu podia ser batido. E subiu no campo. O grande golo, três minutos depois, de Maxi Pereira também ajudou. O estádio explodiu e a equipa tinha mais uma razão para acreditar. Katsouranis passou a mostrar-se mais, Rui Costa reclamou mais vezes a bola, o Benfica parecia estar mais forte. Em minutos apenas. Rodríguez (26 e 29) ameaçou o 2-1, atirando ao lado, mas seria Maxi a ter a melhor oportunidade para voltar a ultrapassar Dida. O uruguaio perdeu muito tempo, depois de Léo e Nuno Gomes terem fabricado a jogada, e permitiu o segundo grande corte do georgiano Kaladze. Maldini para anular Maxi O fim da primeira parte chegava com o 1-1 e com os encarnados em melhor fase. Ancelotti teve pressa em mudar. Serginho, em grandes dificuldades perante Maxi, trocou com Maldini ao intervalo, seis minutos depois Brocchi deu lugar a Gourcuff. O Benfica demorou a voltar a entrar no jogo e a encontrar os caminhos da baliza de Dida. Dois remates de Rui Costa (54 e 61) e Petit (64) mostravam as dificuldades em entrar na área italiana, teoria só contrariada com o excelente cruzamento de Maxi e o remate à meia volta de Nuno Gomes à figura de Dida (66). Camacho arriscou tudo. Depois de Cardozo e Di María terem ocupado os lugares de Nuno Gomes e Luís Filipe, com Maxi a recuar, o treinador espanhol tirou David Luiz e avançou com Adu para o último fôlego. No entanto, foi o Milan quem esteve mais perto da vitória, com dois falhanços de Kaká (88 e 90). Ele, que até é o mais forte candidato a todos os prémios de melhor do ano que aí vêm. E o pano descia finalmente sobre um excelente jogo. O empate atira o Benfica para fora da Liga dos Campeões e obriga a uma vitória na Ucrânia, frente ao Shakhtar, para conquistar o direito de estar na Taça UEFA.