"Golo ao Estrela da Amadora foi o meu ponto de viragem"

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O Jogo
Freddy Adu continua a viver um sonho de águia ao peito. O jogador voltou, pela primeira vez desde que rumou à Luz, a Rockville (EUA) - a sua família ainda ali reside, apesar de a sua mãe, Emelia, vir regularmente a Lisboa -, para festejar a quadra natalícia e explicou que o seu primeiro golo ao serviço dos encarnados deixou marcas profundas. Em jogo a contar para a Taça da Liga, foi o médio-ofensivo quem ofereceu o empate na Reboleira, na conversão de uma grande penalidade. Em entrevista ao "Washington Post", Adu recorda o momento. "Entrei e joguei 45 minutos. Foram os meus primeiros minutos desde aquele jogo na pré-eliminatória da Champions [FC Copenhaga, na Luz], e joguei bem. Joguei muito bem. Fiquei muito surpreendido e acabei por colocar a cereja no topo do bolo ao marcar o golo do empate. Depois, acabámos por vencer nas grandes penalidades. Depois disso, pensei: 'É agora!' Esse foi o ponto de viragem para mim. Foi algo do tipo: 'Posso jogar. Tenho talento para isso.' É tudo uma questão de trabalhar arduamente e ter confiança", explicou o internacional norte-americano. Sublinhando que "as coisas têm corrido de uma maneira fabulosa" na Luz, Freddy Adu não esquece que só "com trabalho árduo e autoconfiança é possível ir longe" na carreira. A fase "mais dura" do seu percurso, vinca, ajudou na adaptação à realidade benfiquista, onde Camacho tem o mérito de tirar o máximo proveito das suas qualidades. "Extraí muito da fase complicada da minha evolução e estou a trabalhar arduamente. Encontrei algo que me preenche. Estou num sítio onde me sinto verdadeiramente desejado, sou bem tratado, e os meus companheiros de equipa aceitaram-me. Os treinadores conseguem aproveitar as minhas capacidades ao máximo. Tem sido uma benção", concretiza. Mais experiente, Adu garante que não vai "repetir os erros cometidos quando tinha 15 ou 16 anos" e que essas falhas fizeram dele "um jogador e também uma pessoa melhor". O camisola 30 tem noção de que é difícil para um jogador americano conquistar algum respeito na Europa" e, por isso, "tinha de provar" que podia "fazer a diferença" na Luz. Um suplente de luxo Adu chegou à Luz ainda com o aval de Fernando Santos e foi com o agora técnico do PAOK de Salónica que se estreou de águia ao peito. Foi na recepção ao FC Copenhaga, aquando da pré-eliminatória da Liga dos Campeões. José António Camacho apostou no médio-ofensivo para a estreia dos encarnados na Taça da Liga, na Reboleira, e Adu esteve longe de desiludir. Saltou do banco pouco depois do intervalo e acabou por empatar o encontro, na conversão de uma grande penalidade, já nos instantes finais da partida. Foi o primeiro de uma mão-cheia de golos que já soma ao serviço do emblema da Luz, e isto com apenas um jogo na condição de titular, na deslocação ao Estádio do Bonfim, onde os encarnados perderam (2-1)... com um golo do jogador nascido no Gana. O técnico espanhol vê, no internacional norte-americano, uma espécie de talismã, e Adu vai respondendo da melhor forma. Afinal, além dos golos ao Estrela da Amadora e Vitória de Setúbal (tanto na Luz, como no Bonfim, para a Taça da Liga), foi o camisola 30 que ofereceu a vitória sobre o Marítimo (2-1), na 8.ª jornada do Campeonato. Ao fazer o gosto ao pé no Estádio Municipal de Coimbra, o jogador selou um registo de monta, ao provar que apenas precisa de 64 minutos para marcar um golo. E já vão cinco, em apenas 323 minutos. Mãe vem rechear o frigorífico A ligação às raízes fica para toda a vida, e Freddy Adu encontra na sua mãe, Emelia, um elo fundamental. A progenitora continua a viver em Rockville (Maryland, EUA), mas vem, quase sempre, de seis em seis semanas a Lisboa para estar perto do filho... e não só. Afinal, Emelia deixa sempre o frigorífico do jogador encarnado recheado com comida caseira, principalmente alguns cozinhados tradicionais do Gana que o médio não dispensa. Adu, que vive perto da embaixada dos EUA, nunca esquece o seu principal mentor, Rui Costa, mas garante que tem, para todos os jogadores encarnados, um espaço guardado no coração.