Benfica derrotado em Alvalade com golos de quem esteve de férias

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O Sporting venceu esta noite o Benfica por 2-1, com dois golos de Liedson, e assumiu pela primeira vez esta época a liderança da Superliga, com 31 pontos, mais um que o Boavista, que venceu hoje o V. Guimarães (2-1), e dois que o FC Porto, que joga amanhã com o Rio Ave.

Não foi um «derby» muito bem jogado, mas houve emoção a rodos, dentro e fora do relvado, na noite em que Nuno Gomes e Mantorras regressaram à competição, este último depois de longo calvário de mais de dois anos. Também a expetativa em relação a Liedson se confirmou. É caso para dizer: «dorme tranquilo, Liedson, estás perdoado!» Com efeito, depois do atraso de vários dias no regresso das férias natalícias, o avançado brasileiro foi decisivo na vitória sobre o rival lisboeta e revelou-se, mais uma vez, como uma das «pedras» mais influentes do Sporting.

O Sporting entrou melhor, a dominar um Benfica pouco ousado e que se remeteu ao contra-ataque. Criou algumas situações de perigo para a baliza de Quim, a primeira das quais logo dois minutos, quando Beto quase marcava de cabeça. O golo leonino surgiu sem surpresa, aos 22 minutos, após cruzamento de Rochemback para a cabeça de Liedson, que saltou à vontade sem oposição dos centrais encarnados.

Apesar do domínio leonino, o Benfica chegou ao empate aos 26 minutos, através de Nuno Gomes, que fugiu à marcação e isolou-se diante de Ricardo. Mesmo sem fazer muito por isso, o Benfica via o jogo correr-lhe de feição. Aos 36 minutos, Rui Jorge derrubou (?) Geovanni quando o brasileiro se isolava na direcção da baliza de Ricardo. Uma expulsão que deixou dúvidas, até porque Geovanni parece ter-se feito à falta. O Benfica ganhou confiança e aos 44 minutos poderia ter-se colocado em vantagem, mas Simão falhou o golo com a baliza escancarada, na sequência de bom cruzamento de Geovanni.

Em desvantagem numérica, José Peseiro rendeu Douala (bem anulado por Alcides) pelo irrequieto Paíto, a seguir ao intervalo. Trapattoni preferiu manter o «onze» inicial, mas agora a jogar em claro «4x3x3». Em boa verdade, quase não se notou que o Benfica jogava em superioridade numérica. Sem estar no seu melhor momento de forma (algo lento), Rochemback continuou a ser o «patrão» do meio campo leonino, enquanto Simão raramente conseguia libertar-se de Rogério.

Aos 66 minutos, mais uma decisão polémica do árbitro: Alcides trava (?) Liedson à entrada da área e Duarte Gomes não teve dúvidas em expulsar o central encarnado. As equipas ficavam de novo em igualdade numérica e tudo estava em aberto. Dois minutos volvidos, Liedson estava no sítio certo e a gozar de amplas liberdades, fixando o resultado final, na sequência de cruzamento de Carlos Martins. A propósito, diga-se que o avançado leonino não estava em posição irregular, apesar do adiantamento do guarda-redes Quim. No momento do cruzamento de Carlos Martins, estavam dois defesas encarnados a colocá-lo em jogo...

Quase de seguida, Trapattoni decide finalmente mexer na equipa e fez duas substituições de uma assentada: saíram Geovanni e Bruno Aguiar para as entradas de Carlitos e Argel, respectivamante, mas as «coisas» não melhoraram. Só aos 74 minutos o Benfica criou perigo (na segunda parte) para a baliza de Ricardo, mas Simão rematou por cima.

Os minutos finais foram de pressão encarnada. «Trap» apostou em Mantorras (rendeu João Pereira) para a frente de ataque, ao lado de Nuno Gomes. Um regresso que se saúda, tanto mais que o angolano surgiu cheio de garra e desejoso de «facturar» um golo, no mesmo estádio onde jogou pela última vez em competições oficiais, antes de se lesionar com gravidade, há mais de dois anos. Mas agora era o coração a comandar e, por outro lado, o Benfica deu mostras de quebra física, enquanto o Sporting soube gerir a vantagem e amelhar três pontos precisosos que o colocam pela primeira vez no topo da tabela da Superliga, ainda que provisoriamente.

Muito polémica a arbitragem de Duarte Gomes, a começar pelas expulsões de Rui Jorge e Alcides, algo forçadas. Depois, o juiz lisboeta não teve critério uniforme na amostragem dos amarelos, além de outros lapsos menos relevantes.

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)

SPORTING – Ricardo; Rogério, Beto, Polga e Rui Jorge; Custódio; Carlos Martins (Sá Pinto, 77 m), Rochemback e Hugo Viana; Douala (Paíto, 46 m) e Liedson.

BENFICA – Quim; João Pereira (Mantorras, 80 m), Alcides, Ricardo Rocha e Fyssas; Petit, Bruno Aguiar (Argel, 70 m) e Manuel Fernandes; Geovanni (Carlitos, 70 m), Nuno Gomes e Simão.

Ao intervalo: 1-1

Golos: 1-0, Liedson (22 m); 1-1, Nuno Gomes (26 m); 2-1, Liedson (68 m)

Resultado final: 2-1

Cartão amarelo a Manuel Fernandes, Simão, Beto, Hugo Viana, Liedson e Argel.

Cartão vermelho directo a Rui Jorge (36 m) e Alcides (66 m)

TEXTO: A BOLA.PT