Relançado o campeonato no Dragão, com a vitória dos «leões» sobre o F.C.Porto, o Benfica deslocou-se esta segunda-feira à Reboleira para discutir três pontos importantes para reduzir para um a distância que o separa do líder. Fernando Santos não fez muitas alterações no «onze» inicial e manteve Moretto na baliza dos «encarnados».
Assim sendo, registam-se poucas alterações em relação ao último jogo, para a Taça UEFA, diante o Paris Saint-Germain. Moretto na baliza; defesa composta por Léo na esquerda, Anderson no eixo esquerdo, David Luíz no eixo direito e Nelson na lateral direita. Petit actuou na posição 6, jogando Karagounis como interior esquerdo e Derlei como interior direito. Simão jogou no apoio aos avançados Miccoli e Nuno Gomes.
No jogo da primeira volta o Benfica venceu na Luz por 3-1 num jogo marcado pela indisciplina, com a amostragem de três amarelos e três vermelhos. Agora também era esperado um jogo complicado, embora o Estrela se apresentasse bem colocado na tabela classificativa.
Pouco ritmo num jogo fechado de ambas as equipas...
O jogo começou sem grandes sobressaltos para ambas as equipas. Assistia-se a um jogo bastante equilibrado a meio-campo e a defensiva do Estrela assumia papel preponderante ao eliminar todas as iniciativas ofensivas criadas pelo Benfica.
O Benfica assustou à passagem do minuto 17 quando na sequência de um canto apontado por Simão, Derlei encontrou David Luiz desmarcado que rematou para fora. O central brasileiro estava a subir bastante no terreno e alguns minutos depois voltou a rematar. O cabeceamento do brasileiro saiu ao lado.
O Estrela apostava numa toada de contra-ataque para conseguir chegar à baliza de Moretto e espaços a equipa tricolor conseguia colocar a bola nos seus avançados. A verdade é que os laterais dos estrelistas não arriscavam muito, sobretudo Rui Duarte, o que dificultava imenso as tarefas ofensivas do Benfica.
O Benfica criava perigo e num cruzamento de Simão Sabrosa para Nuno Gomes, Paulo Lopes com uma excelente saída rouba a hipótese de golo ao avançado do Benfica.Foi na única subida digna de registo de Rui Duarte que Simão ganhou muito bem o flanco esquerdo de ataque. Num pique cruzado o capitão encarnado ultrapassou em velocidade Daniel e rematou rasteiro para defesa fácil de Paulo Lopes.
O intervalo chegaria com o Benfica a ter um ascendente mas sem a criatividade e finalização necessárias para conseguir o golo. O Estrela apostava no contra-ataque e previa-se uma segunda parte de maior sufoco para os Estrelistas pois o Benfica tinha de correr atrás do resultado.
Mais uma bomba foi solução…
O Estrela entrou muito bem na partida e foi Luís Loureiro quem desperdiçou a melhor ocasião de golo para os tricolores em toda a partida. Sem marcação e dentro da área do Benfica, o jogador do Estrela efectuou um pontapé de bicicleta com a bola a beijar a barra da baliza de Moretto.
O Benfica acusou o toque e não mais iria permitir tamanha ousadia aos caseiros. Depois de um cruzamento de Nelson, Miccoli à entrada da área remata contra o corpo de José Fonte ganhando canto para o Benfica. Ainda se gritou golo nas bancadas.
João Coimbra acabaria por render o apagado Derlei ao minuto 57. O Benfica melhorou e Nuno Gomes desperdiçou uma flagrante ocasião de golo para o Benfica. Depois de uma excelente jogada de Simão pelo lado esquerdo, um cruzamento traiçoeiro, ainda desviado por um jogador do Estrela, levou a bola para as imediações da pequena área onde Nuno Gomes de baliza aberta fez o mais difícil. O número 21 não atacou a bola e o Benfica viu uma oportunidade de ouro desperdiçada.
Aos 69 minutos reclamou-se grande penalidade a favor do Benfica. Nuno Gomes é claramente impedido de se fazer ao lance por parte de Amoreirinha. Dois minutos depois, Anderson quase complicava. Num lance aparentemente inofensivo o central brasileiro faz um passe para Moretto obrigando o guardião brasileiro a aliviar a bola de qualquer maneira muito perto da linha de golo.
O Benfica assustava novamente, e num grande passe de João Coimbra, Miccoli tem a oportunidade de atirar para a baliza de Paulo Lopes. O cabeceamento do italiano saiu ao lado.O Benfica acabaria mesmo por chegar ao merecido golo. Numa falta ainda longe da baliza do Estrela, Petit dispara um míssil que só parou no fundo da baliza dos tricolores. O remate fortíssimo do trinco do Benfica ainda foi desviado por Daniel, traindo o guarda-redes Paulo Lopes.
Grande festa por parte dos jogadores encarnados que viam os três pontos cada vez mais próximos. A verdade é que o Benfica podia ter saído da Reboleira com os números do placar mais avolumados não fosse mais um falhanço de Nuno Gomes. Depois de uma excelente combinação sob o lado direito, João Coimbra oferece o golo ao avançado do Benfica que num mau domínio de bola hipotecou as suas hipóteses de dar continuidade à excelente assistência do internacional jovem português, João Coimbra.
O Benfica venceu este importantíssimo jogo. Num terreno sempre complicado, uma segunda parte de boa qualidade dos comandados de Fernando Santos permite aos jogadores encarnados encarar a partida com o Porto com muito mais tranquilidade. Agora o Benfica só depende de si para chegar ao título.
Texto: André Sabino, com Rafael Santos.