Juniores: Benfica 1-0 Porto

Benfica 1-0 Porto

Golo solitário expressa merecida vitória

Nacional de Juniores
Apuramento do Campeão
2ª Jornada

Local do jogo: Caixa Futebol Campus (Seixal)

Assistência: Cerca de 2000 pessoas.
Árbitro: José Albino (Algarve)
Árbitros Auxiliares: Gilberto Carvalho e Eurico Santos

BENFICA
Daniel Casaleiro, André Magalhães, Nuno Ferreira, Miguel Victor, Ruben Lima, Romeu Ribeiro, André Carvalhas, João Ferreira, Yu Dabao (Milan Jeremic, 80’), Miguel Rosa (Leocisio Sami, 62’) e Kaz Patafta (João Alberto, 71’).
Suplentes não utilizados: João Ribeiro, André Casaca, Flávio Silva e Carlos Correia.
Treinador: Bruno Lage

PORTO
Ventura, André Santos (Ukra, 84’), André Pinto, Bura, Hugo Monteiro, Edson, Fredson (Roberto Rodrigo, 84’), André Castro, Tiago Silva, Rui Pedro e Daniel Candeias (Jorge Monteiro, 62’).
Suplentes não utilizados: Leonardo, António Morais, Tiago Moreira e Fábio Pereira.
Treinador: Ilídio Vale

Resultado ao intervalo: 0-0
Marcadores: Leocisio Sami (67’)
Acção disciplinar: Amarelo para André Magalhães (73’); Amarelo para Rui Pedro (40’).

Depois da derrota no terreno do Sporting, o Benfica teria pela frente um adversário muito moralizado, depois da vitória por cinco bolas a uma frente ao Boavista. O Porto, líder do grupo, veio ao Seixal para vencer, apresentando um sistema idêntico ao do Benfica em missões defensivas, desdobrando-se em 4x3x3 em acções ofensivas, com os dois avançados (Tiago Silva e Candeias) a abrirem nos flancos, onde entrava Rui Pedro para a posição de ponta-de-lança.

O Benfica com o seu sistema habitual de 4x4x2 losango, actuou com Daniel Casaleiro na baliza. André Magalhães foi o lateral direito, Ruben Lima o lateral esquerdo, Miguel Victor e Nuno Ferreira foram os centrais. Romeu Ribeiro actuou na posição 6, João Ferreira como interior direito, Kaz Patafta como interior esquerdo e Miguel Rosa na posição 10. André Carvalhas e Yu Dabao foram os avançados de serviço.



Águias não desiludiram adeptos fervorosos

O Benfica começou melhor a partida, procurando de imediato o primeiro golo. Logo aos dois minutos, Yu Dabao dá o primeiro sinal de perigo com o remate a sair ao lado da baliza do Porto.

Os jogadores nortenhos responderam pouco depois, quando Miguel Victor falhou um alívio e Rui Pedro, isolado, perdeu tempo de remate, encontrado o seu pontapé a perna de Daniel Casaleiro a negar o golo. No seguimento do lance, o mesmo Rui Pedro desferiu novo remate, desta vez ao lado.

O Benfica contou neste jogo com adeptos verdadeiramente efusivos. Pela primeira vez no Seixal, ouviram-se cânticos contínuos de apoio à equipa encarnada. Galvanizados com tanto apoio, as águias “foram para cima” dos jogadores do Porto e aos 17 minutos, Romeu Ribeiro rematou ao lado de fora da área.



No minuto seguinte, uma descoordenação entre Ventura e André Pinto deu hipótese de remate a Miguel Rosa que atirou contra o corpo do guarda-redes portista. No seguimento do lance, André Carvalhas efectuou um cruzamento traiçoeiro, tendo Yu Dabao chegado um pouco tarde, falhando a emenda para golo.

O Benfica estava mais forte e beneficiou de nova ocasião de golo aos 26 minutos. Ruben Lima com um pontapé forte, obrigou Ventura a efectuar uma boa defesa.

O Porto respondeu bem ao ascendente encarnado e controlou o jogo até final da primeira parte. A última ocasião de golo do primeiro tempo surgiu aos 31 minutos, depois de Castro isolar Tiago Silva que encontrou pela frente um grande Daniel Casaleiro. Excelente saída do guarda-redes encarnado aos pés do avançado portista.



Sami lança a euforia nas bancadas

As duas equipas entraram muito lentas na segunda metade com um futebol passivo e  com demasiado estudo mútuo.

O Benfica deu um pontapé na monotonia quando aos 67 minutos, André Carvalhas com uma assistência fabulosa isolou Leocisio Sami que depois de se enquadrar com a baliza, disparou forte para o golo do Benfica. Grande festa nas bancadas!



O Porto respondeu a dez minutos do final do encontro, quando Fredson efectuou um cruzamento traiçoeiro, tendo Daniel Casaleiro defendido para a frente onde apareceu André Pinto a rematar, valendo Miguel Victor em cima da linha de golo, a evitar o golo dos portistas.

O Porto estava mais perigoso e Fredson voltou a criar perigo, tendo isolado novamente André Pinto, com o defesa portista a rematar ao lado.

A seis minutos do final do encontro, o Porto beneficiou da derradeira oportunidade para chegar ao empate. Depois de um pontapé aéreo, Rui Pedro à entrada da área faz um remate espectacular, com Daniel Casaleiro a fazer uma grandiosa defesa, guardando os três pontos para o Benfica.



Apreciação individual:

A equipa do Benfica fez uma exibição muito segura, revelando novamente altíssimos índices de organização em campo. O destaque vai para o melhor em campo, Daniel Casaleiro. Grande exibição do guarda-redes do Benfica. Defendeu tudo, e mostrou-se sempre muito seguro.

Ruben Lima fez também uma excelente exibição. Imperdoável a nível defensivo, revelou atributos de altíssima qualidade para o futuro. O mesmo para Romeu Ribeiro, que realizou mais uma grande exibição. André Magalhães, Miguel Victor e Nuno Ferreira, estiveram também bem, com destaque para o querer e a vontade de outro mundo, por parte de Nuno Ferreira.

João Ferreira fez um bom jogo, muito interventivo nas acções defensivas, auxiliou muito bem Romeu. Kaz esteve bem, tal como Yu Dabao que continua a mostrar bons pormenores, no entanto, sem o fulgor de outros jogos. Está ainda à procura da melhor forma depois de lesão.

André Carvalhas fez um excelente jogo. Muito importante na criatividade que ofereceu ao futebol ofensivo, foi dos seus pés que nasceu a primorosa assistência para o golo de Sami.

Miguel Rosa jogou bem, muito esforçado. Grande atitude do médio encarnado! Milan Jeremic entrou bem, rápido e lutador. João Alberto fez o que lhe foi pedido, e ajudou a destruir jogo e a controlar a ofensiva final dos dragões.

Leocisio Sami entrou, e marcou na primeira ocasião que dispôs. Lutou e foi muito importante, marcando o golo que deu a vitória ao Benfica.

Flash-Interview com o técnico Bruno Lage

Qual é o comentário que faz a esta vitória?

“Para já, dizer que começámos com doze e ficamos todos muito satisfeitos por ver que a massa adepta encarnada apareceu em peso. Os adeptos acreditam na equipa, e isso faz-nos acreditar ainda mais no nosso valor e aumenta os níveis de motivação, de querer e de atitude. Em relação ao jogo, foi uma exibição idêntica à que fizemos na Academia. Ao longo destes oito meses temos feito uma evolução que nos permite equilibrar os jogos com estas equipas, ganhando no pormenor. Terça feira perdemos num pormenor, num golo de livre do João Martins. Desta vez fomos nós que tivemos a felicidade de marcar e estamos muito satisfeitos porque são três pontos que nos permitem continuar a sonhar, porque é isso que nós pretendemos. Temos uma equipa jovem, a área de formação apostou nesta equipa pela qualidade e nós não podemos defraudar as expectativas que a gestão tem em nós e com esta determinação, com este querer e com esta motivação, apelando à massa adepta que nos continue a apoiar, leva-nos a ir até ao fim do campeonato e sonhar em sermos ser campeões nacionais.”

A equipa mostrou grandes níveis de organização e muita motivação. Acredita no título?

“Exactamente. Isso é um trabalho que com alguns jogadores temos feito ao longo de três anos e com outros, somente este ano. O jogo não se ganha tendo internacionais ou não, o jogo não se ganha com jogadores a terem contratos profissionais, o jogo não se ganha com jogadores nas equipas seniores dos clubes. O jogo ganha-se é no campo e é isso que temos de fazer. Foi isso que prometemos para estes últimos seis jogos. Jogar para ganhar, trabalhar e fazer tudo em prol desta casa.”

Como é que se sente um treinador quando lança um jogador na segunda parte e esse jogador vai marcar o golo da vitória?

“Isso passa pela estratégia de jogo. Em Alcochete jogámos com o Sami e o Dabao porque os centrais do Sporting permitiam-nos jogar com Sami e Dabao. Hoje tínhamos de apostar num ponta-de-lança mais fixo e um mais móvel, foi isso que fizemos. A partir de certo momento decidimos lançar o Sami, já estava pré-definido como é que as coisas poderão evoluir. A ganhar ou a perder temos já vários planos elaborados. Efectuou-se uma troca, o Carvalhas recuou para o meio onde tem jogado, o Rosa estava a jogar bem, mas foi a altura. Não conseguimos ganhar com um jogador rápido na frente, vamos tentar com o Sami. O Milan também entrou muito bem… é assim a vida de treinador. Umas vezes acertamos outras não, mas pensamos sempre no melhor para a vitória.

Mas esta época tem acertado quase sempre…

“É bom sinal, é sinal que a equipa motiva-se, não entrega os pontos ao treinador, não dão razão ao treinador e é isso… O Sami saiu do onze por opção, e os jogadores têm de entender que isto é o futebol, nós temos de elaborar estratégias e tudo passou por aí!”

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.