Juvenis A: Benfica 0-2 Sporting

Benfica 0-2 Sporting
Golos: Alexander Zahavi (5') e Januário Jesus (54').

“Águias” e “Leões” encontraram-se hoje no terreno sintético dos Pupilos do Exército – casa emprestada dos “encarnados” – em jogo relativo à 6ª Jornada do Nacional de Juvenis. Ambas as formações contavam todos os jogos por vitórias e era com muita expectativa que se encarava este jogo. O primeiro derby da época teve boa assistência, embora sem a grande “casa” que poderia acontecer caso o encontro se tivesse realizado no Seixal.{tactica(1354)}

O Benfica actuou com o seu habitual 4-3-3 com um triângulo a meio-campo. Fábio Pereira foi o Guarda-Redes; Tiago Ribeiro à direita, Ricardo Real à esquerda e André Campos e Ricardo Semedo nos eixos direito e esquerdo respectivamente completaram o sector defensivo; Mamadou Djaló e Abdel Vieira ocuparam posições mais recuadas do meio-campo, actuando como pivot do triângulo Lassana Camará. O tridente ofensivo foi composto por Artur Lourenço à esquerda, Toumany Sambú à direita e Nelson Oliveira como elemento mais adiantado.

“Águias” mais fortes abrem a perder

Quem assistiu aos primeiros minutos da partida não esperaria certamente que num lance polémico, o Sporting se adiantasse no marcador. A verdade é que o Benfica entrou bem no jogo, a sair a jogar com facilidade e a encontrar frequentemente espaço nas costas dos médios de cobertura “leoninos”.

O Benfica crescia e o Sporting, sempre a espaços, procurava dar réplica. Aos 5 minutos, e num remate aparentemente inofensivo de Mário Rui, o esférico tabelou nas pernas de um defesa “encarnado” sobrando o esférico para Alexander Zahavi. O jogador do Sporting, claramente em fora-de-jogo, empurrou sem dificuldade para o fundo das redes e colocou o Sporting na frente.


Artur Lourenço

Na sequência dos protestos, tal foi a evidência do lance, Artur Lourenço foi admoestado com a cartolina amarela. O Benfica teve atitude e empenho e tentou ir “para cima” dos “leões”. Em dois lances criados por Nelson Oliveira, primeiro Toumany, e depois ele próprio a tomar as rédeas da finalização, não conseguiram acertar com o alvo. O Sporting equilibrou e aproveitou o facto dos “encarnados” na sua maior ascendente no encontro não terem conseguido o golo.

Foi Cedric Soares que num remate cruzado levou o esférico com perigo para a baliza defendida por Fábio Pereira. O Sporting fazia um pressing alto a meio-campo e contou sempre com um sistema defensivo bem delineado que conseguia suster o avançar do Benfica. Era no entanto dos pés de Lassana Camará que os “encarnados” criaram perigo. Numa iniciativa individual do médio guineense, o remate saiu forte mas encontrou o intransponível Ruben Luís pela frente, a defender de forma segura.

Sporting soube “matar” o jogo

O Benfica não recomeçou bem o encontro. Com alguma dificuldade para efectuar transições eficientes, o Sporting procurava sempre em lances de contra-ataque chegar ao segundo golo. Aos 47’, um desentendimento entre Fábio Pereira e André Campos quase foi fatal. Valeu ‘in extremis’ o guardião “encarnado” a defender para canto.

Cedric Soares, num remate por cima, causou perigo. Cinco minutos volvidos, e num lance de puro contra-ataque, Januário Jesus flectiu da esquerda, conseguiu penetrar eficazmente e com um remate surpreendente aumentou a vantagem. Bom golo do criativo do Sporting.


Ricardo Semedo

Já com Silvério Camará em campo, o Benfica conseguia frequentemente dar capacidade de meia distância aos seus lances. O nigeriano rematou forte para defesa apertada de Ruben Luís aos 58’, e voltou a fazê-lo dois minutos depois em mais um grande remate de pé esquerdo. Novamente, o guarda-redes do Sporting mostrou-se imbatível.

Era a altura do tudo ou nada e os “encarnados” procuravam atingir de forma regular os últimos vinte metros do reduto defensivo do adversário. Toumany Sambú esteve perto de marcar, na resposta a um grande cruzamento de Ricardo Real, e o recém entrado Nelson Cunha, em iniciativa individual, tentou visar a baliza do Sporting mas o remate saiu ao lado.

Muito bem organizado e eficaz quando tinha de sair rapidamente para criar desequilíbrios, o Sporting desenvolveu a melhor jogada do encontro num lance de contra-ataque depois de um canto para o Benfica. Luís Oliveira e Luiz Carlos fabricaram o lance, não conseguindo Henrique Gomes, isolado, responder da melhor forma a passe ‘fatal’ de Luiz Carlos, atirando ao lado.

Já depois de num fabuloso lance criado por Lassana Camará, Ruben Luís ter voltado a responder à altura, o Sporting esteve perto de marcar por duas ocasiões, já em cima do apito final. Primeiro Luís Oliveira, com excelente intervenção de Fábio Pereira, seguido de Diogo Ribeiro que encontrou novamente pela frente o guardião do Benfica a negar o terceiro golo ao Sporting.


Lassana Camará

O Sporting mereceu a vitória. Uma equipa bastante organizada conseguiu delinear e fluir muito bem o seu futebol, tendo para isso nos pés de Cedric Soares, invariavelmente, a maior parte das definições dos lances ofensivos dos “leões”. O Benfica realizou uma boa entrada em jogo e foi penalizada por um erro claro do auxiliar ao validar um golo completamente em posição irregular. Se a verdade desportiva tivesse imperado, não sabemos qual seria o desfecho da partida, mas, de qualquer forma, o Sporting foi mais forte e mereceu a vitória.

Apreciação Individual:

Fábio Pereira: O melhor do sector defensivo. Sem responsabilidade em nenhum dos golos, acabou por estar sempre atento e interventivo quando chamado a intervir. Boas estiradas, boa capacidade de comando. A crescer.

Tiago Ribeiro: Não esteve tão forte como em encontros anteriores, sobretudo na segunda metade. Caiu a nível físico mas mostrou-se sempre seguro e imperial em lances defensivos na primeira parte. À procura de também ele ser útil ao jogo ofensivo, oferecendo profundidade e superioridade numérica ao flanco, foi incansável, rubricando uma exibição positiva.

André Campos: Não esteve tão seguro como em encontros anteriores e acabou por protagonizar um lance de desentendimento com o guarda-redes do Benfica que quase deu golo. De qualquer forma, esteve bem nos lances divididos e tem imensa qualidade.

Ricardo Semedo: Prometeu ao início, mostrando-se implacável quando chamado a intervir. Hoje foi voz presente na defensiva, embora tendo cometido alguns erros em outras situações. É continuar a trabalhar e procurar evoluir, tem potencial para tal.

Ricardo Real: Mal na primeira parte, onde raramente conseguiu superiorizar-se a Alexander Zahavi, melhorou na segunda metade e foi intransponível em termos defensivos, subindo pela certa e criando desequilíbrios a espaços como aconteceu num bom cruzamento para Toumany. Penso que acusou um pouco o facto de ter jogado frente à sua antiga equipa.

Mamadou Djaló: Não deu a velocidade exigida à primeira fase de construção de jogo e abstraiu-se de criar ele, os desequilíbrios a partir de trás. Acabou por sair na segunda metade.


Toumany Sambú

Abdel Vieira: Jogou ao lado de Djaló, procurando anular, como conseguiu numa primeira fase, o irrequieto Cedric Soares. Pode render bem mais em posições mais recuadas, mas continua com uma excelente entrega e garra na disputa de lances.

Lassana Camará: Jogou na posição 10 mas foi anulado pela enorme pressão que o Sporting efectuou na sua área de jurisdição. Quando se conseguiu soltar e explanar o seu futebol, criou sempre perigo. O melhor, a par de Nelson Oliveira.

Nelson Oliveira: Correu imenso, tentando lutar frente à defesa do Sporting. Foi incansável na procura de espaços e mostrou facilidade de drible para penetrar em zonas de finalização. Tentou vir atrás procurar jogo. Boa exibição.

Toumany Sambú: Para ele, este jogo foi sem dúvida uma excepção. É raro o senegalês terminar um encontro sem marcar, e hoje, muito lutador, não conseguiu aparecer de forma frequente em zonas de finalização para facturar. Lutou e impediu as subidas do perigoso Mário Rui. Certamente não ficará sem o seu nome inserido no registo de marcadores da próxima partida.

Artur Lourenço: Tentou criar desequilíbrios pelo flanco e foi importante pelo tempo de posse de bola que permitiu ao Benfica no meio-campo adversário. Pela sua qualidade, se jogar mais liberto, pode fazer melhor.

André Delfino: Deu outra rapidez às transições do Benfica, mas não teve espaço para dar asas à sua criatividade.

Silvério Camará: Entrou muito bem e esteve perto de marcar por algumas ocasiões. Mostrou excelentes argumentos no que à meia distância diz respeito. A crescer…

Nelson Cunha: Ainda de primeiro ano, procurou dar o seu contributo ao jogo ofensivo da equipa.

Flash-Interview com o Mister João Couto:

Qual é o comentário que faz ao encontro?

“Penso que o resultado é justo. O Sporting teve mais oportunidades que nós. Temos que trabalhar e a partir daqui é um bom ponto de avaliação e vamos tentar melhorar alguns aspectos na equipa. Houve períodos bons mas cometemos alguns erros a nível defensivo e na transição meio-campo/ataque onde não conseguimos criar oportunidades de golo. Quando o fizemos, penso que foi num bom período, nos últimos 20 minutos em que crescemos. Parabéns ao Sporting pela forma como jogou, foi melhor hoje. Isto não é como começa, é como acaba e por isso vamos trabalhar!”

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.