«A camisola pesa, mas tem de pesar mais com o suor que deixamos em campo»

Nome Completo: Ruben Rafael Melo Silva Pinto 
Idade: 15 (1992-04-24) 
Nacionalidade: Português 
Peso: 63 kg.
Altura: 177cm .
Posição: Médio Interior ou Médio Ofensivo.



Quando aos quatro anos, em pequenas brincadeiras com o pai começava a dar os primeiros toques na bola, nascia mais uma promessa da formação do Benfica. Infância vivida em Odivelas, cedo mostrou o seu talento e convenceu os observadores do Benfica a levarem-no a ser avaliado ao pormenor. Agradou de imediato – bastaram dois treinos – e começou a ser peça preponderante em todas as equipas da formação por que passou.

Aponta no técnico António Bastos Lopes um treinador fundamental na sua integração e desenvolvimento como homem e jogador, nunca esquecendo os seus colegas que foram fundamentais para a construção de boas equipas. Hoje é sub-16, já joga nos Juvenis A (sub-17) e vai espalhando qualidade por todos os terrenos em que actua. Também referência em termos Nacionais, foi recentemente capitão da Selecção Distrital de Lisboa num Torneio Inter Associações. A representar a Selecção Nacional de sub-16, vai-se assumindo como titular. Ruben Pinto, directo, humilde e com uma atitude à Benfica!

1- Como começaste a jogar futebol?
Comecei a jogar futebol aos 4/5 anos, na altura com o meu pai. Sempre que lhe pedia para jogar ele não hesitava e foi com ele que dei os primeiros pontapés na bola. Com 5 anos, ele levou-me para uma equipa de Futsal do meu bairro, em Odivelas.

2- Começaste em competição no Benfica?
Não. Joguei no Odivelas nos meus primeiros dois anos de Escolas e primeiro de Infantis.

«Jogar no Benfica era como um sonho...»

3- Em que altura e como se deu essa mudança para o Benfica? Quem falou contigo, como reagiste?
Foi quando acabou a minha primeira época de Infantil pelo Odivelas. Eu ainda era de primeiro ano mas já jogava na equipa A, com os mais velhos e, era, na maioria das vezes, titular. Quando éramos para ir de férias, no Verão, o presidente do Odivelas chamou-me, junto com o meu pai, e disse que tinha recebido uma carta do Benfica para eu realizar treinos de captação. Apesar de serem apenas treinos, quando ouvi aquilo nem queria acreditar, era como um sonho!

4- Na altura em que se falou do interesse do Benfica, tiveste convites de outros clubes?
O meu treinador falou-me no interesse do Sporting, mas nunca cheguei a falar com ninguém.

5- Foste treinar ao Benfica e agradaste de imediato? Como correram os primeiros tempos?
Fui a uma triagem nos Pupilos do Exército, onde fiz dois treinos. No final desse segundo treino, reunimo-nos no pavilhão dos Pupilos e um senhor disse aqueles que iriam continuar a ser observados, e os que queriam falar no momento. Foram escolhidos dois, eu e um antigo colega de equipa. Os primeiros tempos foram melhor do que aquilo que eu esperava. Comecei a dar-me bem com todos os meus colegas, o treinador António Bastos Lopes colocou-me logo à vontade, começando logo a chamar-me “Pinto”. Foi uma boa adaptação, estando a viver um sonho que sempre tive.



«A camisola tem de pesar mais com o suor que deixamos dentro de campo...»

6- É fácil lidar com esse sonho? Sentes o "peso" da camisola?
Não é fácil, porque o Benfica é o maior clube português e temos sempre aquela obrigação de ganhar. Mas também não é difícil porque, desde o momento que temos o sonho de poder chegar longe e de chegar a um clube como este, temos de ter esse espírito ganhador, pois só a vitória importa. O peso da camisola é grande, pesa muito por ser a camisola que é e do clube que é mas, temos que fazer com que ela pese mais com o suor que deixamos em todos os jogos, e a atitude que temos de ter tem de ser muita, para corresponder ao que esta camisola exige.

7- Tiveste um treinador – António Bastos Lopes - que lutou muito pelo Benfica. Ele foi essencial no teu desenvolvimento como jogador e homem?
Sim, sem dúvida. No início eu era um pouco “cheiinho”, e o Mister trabalhou comigo na forma de me fazer compreender como eu tinha de jogar, e como me beneficiaria. Como homem então, foi muito importante. O ano passado, tive um problema pessoal e o Mister percebeu sem eu lhe ter dito nada. Falei com ele e com o adjunto – José Alexandre Bruno – e fizeram-me compreender aquilo que era importante, e a melhor forma de resolver o problema. O Mister Bastos Lopes marcou-me muito por aquilo que dizia, e esta frase ficou na minha cabeça: “Eu gosto muito de vocês e defendo-vos de tudo e de todos. Mas, primeiro do que vocês, está o Benfica!”; Acho que isto diz muito do que ele lutou e luta pelo Benfica.

8- O ano passado acabaram por realizar uma má fase final, contra todas as expectativas. O que faltou para chegarem ao título?
Foi uma má fase final. As expectativas eram grandes, tínhamos uma equipa forte e compacta, estava motivada. Apesar de termos feito um bom jogo na Pasteleira (Boavista), não conseguimos a vitória. Salvo erro, penso que nenhuma equipa lá conseguiu vencer. Penso que o que faltou foi um pouco mais de concentração e comunicação entre nós em certos momentos do jogo, porque a motivação e atitude esteve sempre lá. Tenho a certeza que sim.

9- Como capitão de equipa, como digeriste os 6-0 no Porto? Qual a mensagem que passaste ao grupo?
Apesar do resultado, sempre lhes disse que valeu a pena termos chegado onde chegámos e, mesmo com aquele resultado, por aquilo que fizemos durante toda a época, tínhamos que ter orgulho do que fizemos até ali , e mesmo ali, apesar do resultado, não foi o pior jogo das nossas vidas. Na segunda parte lutámos muito à procura de qualquer coisa, e acho que depois do resultado de 4-0 ao intervalo, irmos sempre à procura de qualquer coisa, é um motivo de orgulho, apesar de o resultado ter sido embaraçoso para todos nós.

10- Este ano estás a encarar um objectivo diferente, actuar na equipa A de Juvenis. Até ao momento tens-te inserido bem?
Sim, estou a encarar um objectivo diferente mas que no fundo se baseia no mesmo. A ambição de ganhar e de ser campeão é a mesma, ajudando-me a mim e aos meus colegas ao maior sucesso possível. Penso que até ao momento tenho-me inserido bem, não comprometendo e tentado fazer aquilo que se pede. Acima de tudo, a excelente forma como a equipa me recebeu foi um factor importante na minha adaptação.



11- Quais as principais qualidades que reconheces no Mister João Couto?
A capacidade de lidar com todos os atletas, a forma como nos coloca à vontade. Aposta em nós e é uma excelente pessoa.

«Procuro sempre mais e melhor...»

12- Jogando num escalão acima, a obrigação competitiva acaba por ser maior. É um factor de motivação para ti, saber que mereces essa confiança dos responsáveis até por saberem que podes oferecer qualidade a um escalão superior ao teu?
Óbvio que sim. Saber que tenho a confiança dos treinadores e responsáveis, reconhecendo que posso ajudar a equipa, para mim é uma motivação extra, porque assim sei que me acompanham e que todo o trabalho que fiz até agora tem de alguma maneira sido bom para o clube. Para mim, o trabalho que tenho no Benfica é muito importante, motivante, pois quero sempre mais e melhor.

13- Também os adeptos acreditam muito no teu potencial. Como encaras isso?
Com o maior orgulho do Mundo. Os adeptos são elementos indispensáveis no futebol e, se eles acreditam no meu potencial, encaro isso com o maior orgulho do Mundo, agradecendo de coração essa confiança!



14- Quais as tuas ambições no futebol? No imediato, e futuramente?
As minhas ambições imediatas são ser campeão nacional e dar o meu máximo contributo na selecção nacional, sempre que seja chamado. Ambições futuras, o meu sonho sempre foi jogar na equipa principal do Benfica, e representar a Selecção Nacional, mas um dos grandes sonhos também, é jogar na liga Inglesa.

15- Sendo tu um jogador que pode jogar como Médio Interior, Médio Ofensivo e até Extremo, onde te sentes melhor a jogar?
As posições onde me sinto melhor é como Médio Ofensivo e Interior, mas esta época estou a jogar sobre um dos flancos, como Extremo. Estou a gostar da posição, a adaptar-me bem e pode ser mais uma solução.

16- Desde que estás no Benfica já tiveste alguma situação em que ficou provado que o Benfica é realmente um grande clube?
Sim, as novas condições que proporcionam uma nova formação de jogadores e que podem lançar cada vez mais jogadores na vida profissional de futebol. Pode ser, de certa maneira, um investimento futuro para o Benfica.

17- Costumas visitar o Serbenfiquista, ou já tinhas conhecimento do mesmo? Como encaras o acompanhamento que é feito aos jogadores?
Sim, costumo ver os resultados, como foram os jogos. Gosto de acompanhar o resto da formação. Acho que é um bom acompanhamento, porque os jogadores são seguidos mais ao pormenor e é dado a conhecer aos adeptos a forma como vai a formação do Benfica.

«Continuem a ser os melhores adeptos do Mundo...»

18- Queres deixar alguma mensagem aos adeptos, colegas ou familiares?
Sim, gostava de dizer aos adeptos que continuem a apoiar as camadas jovens do Benfica, porque é daí que pode vir o futuro do clube e, é sempre bom o apoio dos adeptos que é uma das coisas mais importantes do futebol. Aos colegas, que continuem a dar o máximo pelo Benfica com a maior atitude e a maior garra, a garra à Benfica. Por último aos familiares, que nos continuem a apoiar. Um obrigado do coração aos adeptos e familiares, continuem a ser os melhores adeptos do Mundo, porque o Benfica é também o maior do Mundo!

Para golo...

Maior Alegria: Campeão Pelo SLBenfica, Primeira Internacionalização.
Benfica: Sonho, Paixão, Ambição, Orgulho.
Ídolo: Káká e Petit
Comida: Picanha e Massa com Frango

Entrevista realizada por André Sabino, Serbenfiquista.com.