Juniores: Benfica 1-0 Odivelas

Apesar de ainda faltar um encontro para terminar a primeira volta do Campeonato, o Benfica disputou hoje, Quarta-Feira, a primeira jornada da 2ª volta da prova. Depois de uma vitória convincente na primeira jornada do Campeonato frente a este Odivelas, as duas equipas voltariam a encontrar-se, desta feira, em momentos bem diferentes.

O Benfica é líder, vindo de uma derrota, a precisar de vencer, não só para não ser ultrapassado pelo Sporting – que tinha vencido de tarde – mas para resguardar o seu estatuto e aumentar os índices de confiança. O Odivelas partia no 11º lugar, a lutar ponto a ponto para fugir aos lugares de despromoção.

Os adeptos mais confiantes, esperariam uma goleada mas este jogo estava longe de ser fácil. O técnico João Alves apostou num 4-4-2 a desdobrar-se em 3-2-3-2 com Daniel Casaleiro na baliza; João Alberto, Miguel Vítor e Ruben Lima no sector defensivo; Vlad Chiriches e David Simão nas posições interiores do meio-campo, com o romeno a recuar para central em missões defensivas; Miguel Rosa à direita, Airton Oliveira à esquerda e André Carvalhas no apoio directo a Wang Gang – mais livre – e Orphée Demel na posição fixa do ataque.

O Benfica abriu bem o jogo, a controlar as incidências da partida e a encontrar nos pés de David Simão o “motor” do futebol ofensivo da equipa. A verdade é que o Odivelas trazia a missão muito bem estudada, apostando num pressing alto nos minutos iniciais de forma a adiar, o mais possível, o primeiro golo da partida. Golo esse que poderia ter surgido por mais do que uma ocasião, quer por intermédio de Orphée Demel, quer pelo chinês Wang Gang. A baliza do Odivelas mantinha-se inviolável mas, até ao momento, unicamente por responsabilidade dos avançados “encarnados” que não davam o melhor seguimento às suas jogadas ofensivas.

A turma visitante procurava responder, sempre de contra-ataque, e a verdade é que por algumas situações o golo rondou a baliza de Daniel Casaleiro, embora, sem real perigo. Já com o jogo a caminhar para o intervalo, o Benfica continuava mandão mas o jogo, e os golos, nada queriam com os pupilos de João Alves. Se em outros momentos da temporada eles apareciam com abundância, nos últimos encontros, têm estado escondidos e hoje, nem com um grande remate de Miguel Rosa a “beijar” o poste, a bola queria entrar.

De “herói a vilão”

Já a caminhar para o intervalo, começou-se a destacar um Guarda-Redes, de seu nome Pedro Miranda, ex-jogador de Sporting e Benfica. Estatura média, entroncado e muito ágil, ia fazendo a diferença. Diferença essa que se assentuaria, sobretudo, na segunda metade. O Benfica entrou novamente com “ganas” de vitória, mas as várias tentativas, sempre através de remates em boa situação de finalização ou bolas paradas, o destino da jogada era sempre o mesmo: Defesas impossíveis de Pedro Miranda.

A revelar-se o “herói” da partida, outro interveniente procurou o destaque do encontro. Era ele o árbitro do encontro. Primeiro um cartão amarelo desajustado a David Simão, seguindo-se a expulsão por acumulação. Um pouco mais tarde, os visitantes pediram agressão de Miguel Vítor, com o árbitro a exibir a cartolina amarela. O juiz da partida não conseguiu controlar o jogo e jogava-se agora mais com o coração, do que propriamente com a cabeça.

O guardião do Odivelas continuava a evitar tudo, situação que parecia não ter fim, mesmo numa “bomba” de Wang Gang com Pedro Miranda, numa defesa fantástica, a tirar o golo ao avançado chinês. Já dentro do tempo de compensação, por um lado, fez-se justiça. O Benfica conseguia uma grande penalidade que daria três pontos mais do que justos pelo que se registou no encontro. Por outro, se havia um jogador que não merecia ter cometido esse penalty, era Pedro Miranda. André Carvalhas aproveitou a sua experiência para ser derrubado, encarregando-se da cobrança. À primeira permitiu a defesa de Pedro Miranda, mas na ressaca não desperdiçou e ofereceu a vitória ao Benfica.

Apesar do futebol praticado pelos “encarnados” ter mostrado a chama de verdadeiros campeões, não registaram uma exibição de grande nível. As circunstâncias não o permitiram mas não se pode pedir mais a estes atletas. Empenho no máximo, níveis de concentração lá em cima. A nível individual, o destaque vai para a exibição de Miguel Vítor. Apesar de não ter acertado em alguns momentos do jogo, sobretudo já a terminar o encontro, foi essencial na primeira metade, com cortes decisivos que a aliar a toda uma liderança imposta do primeiro ao último minuto, mostram o porquê de nunca virar a cara à luta, mostrando-se claramente como uma peça chave desta equipa, embora o seu destino tenha de ser outro – até para bem da sua evolução – já a partir de Janeiro.

Flash-interview com o David Simão

O que aconteceu para seres expulso?
"Na primeira falta, não creio que tinha sido lance para amarelo. Eu meti o pé para tentar o corte e o jogador do Odivelas deu meio no meu pé, meio na bola. No segundo lance, ele deu claramente um toque no meu pé. O árbitro estava muito perto do lance e não marcou. Numa atitude irreflectida, levantei-me e disse que «isto assim é uma vergonha». E o árbitro deu o segundo amarelo e o respectivo vermelho. Por tudo o que estava a ser o jogo, acho que ele estava a apitar mais a favor do Odivelas. Ao que se acumulou a nossa dificuldade em conseguir o primeiro golo e depois, tive um desabafo menos pensado."

Queres aproveitar para dizer alguma coisa aos adeptos?
"Queria pedir desculpa pela expulsão, pela atitude que tive! Sei que o mal está feito, mas foi tudo sem pensar, se voltasse a acontecer não faria o mesmo. E aproveito para dizer que continuem a acreditar na nossa equipa, pois é essencial o apoio de todos. Estamos numa fase menos boa mas, vamos trabalhar para sair dela. Mais uma vez, as minhas desculpas."

André Sabino