Juniores: Benfica 3-0 Barreirense

No último jogo antes das férias de Natal, não poderia existir melhor oportunidade do que esta para ir descansar com uma vitória convincente. O Benfica partia como líder, com o Barreirense a necessitar de amealhar todos os pontos necessários para escapar aos lugares de descida da prova. Dessa forma, estavam reunidos todos os ingredientes para um bom jogo de futebol.

O Benfica apresentou-se, numa fase inicial, num 4-4-2 clássico, com Rui Santos na baliza; João Alberto, Vlad Chiriches, Miguel Vítor e Ruben Lima no quarteto defensivo; Leandro Pimenta jogou como Interior Esquerdo, actuando Miguel Rosa como Interior Direito. Os flancos ficaram entregues a André Soares e André Carvalhas (direita e esquerda respectivamente) com Wang Gang e Orphée Demel como elementos mais ofensivos.

A expectativa era grande, até para perceber como reagiria o Benfica à ausência de uma das peças fundamentais da estrutura da equipa – David Simão – e como conseguiria contrariar os difíceis jogos que tem tido nos últimos encontros. Os “encarnados” mostraram-se mais fortes, sem surpresa, até porque do outro lado estava uma equipa que apresentou três juvenis de início, e um conjunto de peças que não prometiam “incomodar” o último reduto do Benfica.

O jogo poderia ser de um só sentido, e tal se verificou, desde cedo. André Soares era inevitavelmente um dos mais inconformados, apesar de jogar no flanco oposto ao seu lado natural. Ainda assim, aos 6 minutos, criou o primeiro lance de registo, numa tentativa de canto directo que por pouco não resultou em golo. O mesmo André Soares, de cabeça, minutos depois, assustaria o guardião do Barreirense, numa excelente diagonal a responder a cruzamento de André Carvalhas.


Wang Gang - Arquivo

As dificuldades dos visitantes eram por de mais evidentes, sobretudo na primeira fase de construção – quase sempre nula – onde o Benfica, sem grande esforço, conseguia incomodar as transições de jogo do Barreirense. Se foi uma das piores equipas a jogar esta época frente ao Benfica, era esta a questão, que possivelmente estava mesmo confirmada. À passagem do primeiro quarto de hora, Orphée Demel amorteceu o esférico para Miguel Rosa que de pé esquerdo não deu hipótese de defesa ao guarda-redes visitante, abrindo o placar.

Ainda antes do intervalo, Orphée Demel, de calcanhar, isolou Wang Gang que num remate forte viu o guardião visitante evitar o golo com uma defesa apertada.

Sem acelerar muito, Benfica chega à chapa “3”

Ao intervalo, Airton Oliveira rendeu Orphée Demel o que originou uma mudança do esquema táctico, jogando agora o Benfica num 3-4-2-1, com Vlad Chiriches a subir para a posição de Médio Defensivo e André Carvalhas e André Soares soltos no apoio a Wang Gang, com Miguel Rosa a descair no flanco direito e Airton Oliveira colado ao flanco oposto.

O ritmo da partida era baixo, sem ambos os conjuntos apresentarem jogadas vistosas. Os jogadores do Barreiro mostravam as dificuldades já evidentes na primeira metade, com o Benfica a não aproveitar isso mesmo para realizar uma exibição de grande qualidade. O primeiro sinal do segundo tempo surgiria por intermédio de André Carvalhas que num remate de longe obrigou o guardião Carlos a uma defesa apertada. Pedia-se mais fulgor ofensivo, situação que o técnico João Alves tentou acrescentar ao encontro com a entrada de Guido Abayian para a saída de João Alberto. O avançado argentino não se fez rogado à primeira vez que foi chamado a intervir, com um cabeceamento para golo – com evidentes culpas para o guardião adversário – na resposta a uma trivela de André Soares.

Sempre a um ritmo baixo, o Benfica procurava agora explanar o potencial aéreo de Guido Abayian, situação essa que o avançado argentino tentou aproveitar, com vários cabeceamentos, embora sem a melhor direcção. Estava reservado para o minuto 74 o melhor lance da partida. Wang Gang, isolado, fez um belo chapéu ao guardião do Barreirense elevando a contagem para os 3-0 finais. Até ao final do encontro, Miguel Rosa e André Magalhães, entretanto entrado, chegaram a assustar as redes visitantes mas ambos os remates saíram um pouco ao lado.


Miguel Rosa - Arquivo

Sem muito esforço, o Benfica saiu com os três pontos para as tão desejadas férias de Natal. Depois de um encontro tranquilo, sem grande obrigação competitiva, salvaram-se os golos que satisfizeram a grande maioria dos presentes.

Análise Individual:

Rui Santos (6) – Chegou a fazer uma defesa? Tarde completamente tranquila, sem qualquer lance de apuro.

João Alberto (6) – Apesar de não ter comprometido a nível defensivo, não subiu no flanco, até porque mudou por duas ocasiões a sua posição no terreno jogando sempre mais na retaguarda. De qualquer forma, não teve trabalho.

Vlad Chiriches (6) – Ainda na primeira parte, quase complicava um lance sem aparente dificuldade. Não brilhou, não claudicou, acrescentando pouco ao futebol da equipa quando se posicionou em terrenos intermediários.

Miguel Vítor (6) – Jogo sem qualquer lance de perigo do adversário, não permitiu que o central rubricasse outra grande exibição. Sempre que chamado a intervir não perdoou, mostrando-se implacável em todos os lances.

Ruben Lima (6) – A nível defensivo, à semelhança dos seus companheiros de sector, praticamente não teve trabalho. Fez o necessário em termos ofensivos.

Leandro Pimenta (7) – Bom jogo. Ainda não esteve tão liberto, sobretudo ao nível do passe longo, embora tenha tido alguns bons pormenores, em bons passes de ruptura a isolar os seus companheiros. A crescer, com a dinâmica habitual.


André Soares - Arquivo

André Carvalhas (6) – A criatividade esteve lá, embora não tenha deslumbrado como em outras ocasiões. Os espaços que teve foram curtos (em quase todos os encontros tem direito a marcador directo), apostando em iniciativas individuais – sobretudo remates de longe – para tentar contrariar a situação.

André Soares (8) – Melhor em campo. Apesar de não estar ainda no pico de forma a que pode certamente chegar, ou pelo menos igualar a fase da época passada, mostra jogo a jogo a sua importância neste plantel com grande irreverência e criatividade. Precisa de jogar mais vezes sobre a esquerda. Hoje esteve bem no primeiro tempo, trazendo essa qualidade para a segunda metade onde com um belo cruzamento deu o golo da tranquilidade a Guido Abayian.

Orphée Demel (6) – Apesar dos bons pormenores, não esteve ao seu nível. Rápido e batalhador, apareceu pouco em zonas de finalização.

Miguel Rosa (7) – Bom golo, atitude habitual. Mostrou novamente ser o jogador completo que todos reconhecem, com grande disponibilidade física e querer a nível defensivo, aliando isso à boa criatividade que mostra sempre que tem de alongar o seu futebol em termos ofensivos.

Wang Gang (7) – Melhor do que nos últimos desafios. Mais rápido, mais liberto mas, sobretudo, mais inteligente nas movimentações. Marcou o melhor golo da tarde.

Suplentes:

Airton Oliveira (6) – Esteve pouco em jogo, dando seguimento ao normal rumo dos acontecimentos.

Guido Abayian (6) – Jogo aéreo. Mereceu o golo, trabalhou para isso.

André Magalhães (6) – Entrou no último quarto de hora, fechando o flanco direito da defesa.

Ficha de jogo:

Benfica 3 – 0 Barreirense
Caixa Futebol Campus
Árbitro: Joaquim Lamarosa (Santarém)

1. Rui Santos
2. João Alberto
3. Vlad Chiriches
4. Miguel Vítor (Cap.)
5. Ruben Lima
6. Leandro Pimenta
7. André Carvalhas
8. André Soares
9. Orphée Demel
10. Miguel Rosa
11. Wang Gang

12. Daniel Casaleiro
13. Abel Pereira
14. André Magalhães
15. Airton Oliveira
16. Rui Ferreira
17. Daud Machude
18. Guido Abayian

Golos: Miguel Rosa (16’), Guido Abayian (63’) e Wang Gang (74’)

Substituições: Airton Oliveira por Orphée Demel (45’), Guido Abayian por João Alberto (57’) e André Magalhães por André Carvalhas (76’)

Melhor em campo: André Soares

Um desejo de um feliz natal e umas boas entradas, é o desejo de toda a comunidade (ser)Benfiquista ao plantel de Juniores, jogadores, técnicos e restante staff.

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.