Juniores: Casa Pia 1-6 Benfica

Tarde chuvosa em Lisboa, com o Benfica a regressar à competição no terreno do Casa Pia. Campo complicado, ou não fosse um relvado sintético bastante curto, saindo sempre condições muito complicadas para a prática de um futebol a que as melhores equipas estão habituadas. A expectativa era muita neste regresso, mas os “encarnados” não apresentaram qualquer reforço no onze – ainda não estão inscritos – com o Mister João Alves a optar pela mesma estrutura que tem sido habitual ao longo do ano (ver caixa).

O Benfica era favorito. Líder do campeonato, enfrentava o antepenúltimo Casa Pia e a vitória seria, teoricamente, o único desfecho possível para as “águias”. Vitória que começou a ser construída logo no primeiro minuto, num lance de entendimento entre Wang Gang e Orphée Demel com o marfinense, de primeira, a desferir um forte remate sem hipótese de defesa para o guardião caseiro.

Com o placar aberto, poderia o Benfica partir para um jogo mais tranquilo do que se esperava – até porque as condições do terreno eram muito adversas. O ritmo de jogo baixou um pouco, com os casa pianos a acreditarem, progressivamente, ser possível conseguir algo mais. Mais destemidos e irreverentes, os caseiros conseguiriam, à entrada dos dez minutos, uma grande penalidade, exemplarmente cobrada por Djaló que restabeleceu a igualdade.



A incerteza pairava sobre o encontro, com o Benfica a não conseguir ter um verdadeiro domínio dos acontecimentos. Em alguns lances esporádicos, André Soares, um dos mais irreverentes, tentava criar bons lances pelo flanco direito que por algumas ocasiões, chegaram mesmo a assustar as redes do Casa Pia.

André Carvalhas abre o livro

Seria no entanto do outro flanco que a caminhada para a vitória seria finalmente desenhada. O virtuoso camisola 7 do Benfica aparecia frequentemente em terrenos próximos da área caseira e era, inevitavelmente, o perigo maior dos “encarnados”. Em alguns bons cruzamentos tirados nunca conseguiu a devida correspondência, partindo ele para um grande golo aos 39 minutos de jogo. Canto curto cobrado por si, Airton Oliveira devolveu-lhe o esférico com Carvalhas a tirar um jogador adversário do lance e a desferir um grande pontapé que entrou junto ao ângulo da baliza defendida por Luís, colocando o Benfica novamente na frente.

No minuto seguinte, ficou bem explicito que o segundo tento do Benfica terminou com as esperanças dos casa pianos em conseguir um resultado positivo. Com Abel Pereira a fazer um passe longo, a bola foi mal disputado pelos dois centrais caseiros, sobrando uma flagrante oportunidade para Wang Gang que não desperdiçou e aumentou a contagem.

Orphée Demel faz hat-trick

Depois do intervalo, o Benfica voltou a entrar mais forte, disposto a não conceder mais facilidades ao seu adversário. Logo aos 5 minutos da segunda parte, um mau alívio da defesa do Casa Pia fez o esférico sobrar para Miguel Rosa que com um pontapé seco, bem colocado, fez o quarto golo do Benfica.



Seria de bola parada que o Benfica criou os melhores lances da partida. O estudo de casa estava a resultar e daria novamente frutos aos 65 minutos. Livre apontado por Airton Oliveira, André Carvalhas nas alturas quase faz golo, sobrando o esférico para Orphée Demel que, no sitio certo, empurrou para o fundo da baliza, fazendo o 5-1. Ainda com a defesa do Casa Pia a procurar perceber o que corria mal, o avançado marfinense completaria o hat-trick no seu livro de registos quando, no lance seguinte, ludibriou o guardião adversário e sem dificuldade atirou para novo golo “encarnado”.

O Benfica realizava um jogo tranquilo, com o seu adversário a nunca conseguir criar grandes problemas ao último reduto. O ritmo de jogo não era alto, o Benfica ditava e geria como queria o encontro, dando para o técnico João Alves rodar a equipa e descansar os “líderes” do tempo de utilização, Abel Pereira, Wang Gang e André Carvalhas.

O jogo terminaria com o Benfica mais forte, merecedor da vitória expressiva que conseguiu alcançar. É verdade que o resultado foi mais positivo do que a exibição, com os “encarnados” a fazerem o essencial para conseguir a vitória. Importante é começar a ganhar, nesta altura decisiva da delineação do plantel e da base que constituirá o futuro desta geração de Juniores.

Apreciação Individual:

Rui Santos (6) – Na altura da subida de rendimento do Casa Pia, finalmente foi posto à prova. Podia ter feito melhor num ou outro lance, mas a generalidade da sua exibição foi positiva, sem grandes momentos para intervir.

João Alberto (6) – Cumpriu o seu trabalho, oferecendo, no entanto, pouca profundidade ao flanco direito em termos ofensivos.

Abel Pereira (6) – Foi sempre imperial em todos os lances enquanto esteve em campo. Rápido e aguerrido, como sempre, tentou ao máximo preencher todo o sector defensivo, tarefa essa que se cotou bem no seu desempenho.

João Pereira (6) – Teve alguns momentos de indecisão mas o trabalho oferecido pelos avançados casa pianos foi pouco, o que lhe permitiu realizar uma exibição tranquila.

Airton Oliveira (6) – Em tudo semelhante aos seus companheiros de sector, mostrou-se hoje muito importante na definição dos lances de bola parada, onde contribuiu para alguns golos.

Vlad Chiriches (6) – Pouco trouxe ao meio-campo, raramente mostrando capacidade de desequilibrar ou de criação de jogo. Melhorou quando passou para Central.

Miguel Rosa (7) – Boa forma. É, como tem sido sempre, uma das peças bases de toda a estrutura da equipa. Rápido, dinâmico, batalhador, marcou um golo muito merecido.

André Soares (7) – Mais uma vez vem mostrando o porquê do seu futebol trazer irreverência e criatividade ao flanco. Excelente na finta curta, foi hoje dos melhores.

André Carvalhas (7) – Abriu o caminho para a vitória com mais um grande golo para juntar ao seu álbum de recordações. Apareceu desinibido, como é seu timbre, sem realizar uma exibição “à Carvalhas”, mas a fazer o melhor que pode num campo que nada beneficia o seu futebol. No entanto, foi sempre um motor de desequilíbrio.

Wang Gang (6) – Muito trabalhador, teve no entanto algumas dificuldades em manter um ritmo alto do encontro, caindo a nível físico na segunda metade. Juntou mais um à sua conta pessoal.

Orphée Demel (8) – É hoje o melhor em campo. Uma primeira parte com algumas indecisões, que se traduziram em alguma dificuldade para ultrapassar o último reduto contrário. Modificou o seu futebol no segundo tempo. Mais rápido, mais disponível, mais inteligente, mostrou belos pormenores e acabou com três golos marcados.

Suplentes:

David Simão (6) – Já o vimos fazer bem mais. A sua colocação no banco de suplentes foi uma opção, sentido a equipa, sobretudo na primeira parte, a sua falta na batuta das transições de jogo. Mais garra, mais empenho, mais trabalho. A titularidade está novamente já ali…

Leandro Pimenta (7) – Entrou destemido. Forte nas combinações com os seus companheiros, veio trazer rigor e qualidade ao futebol apoiado do Benfica.

Guido Abayian (6) – Assim que entrou teve uma boa oportunidade para facturar, tentando a assistência para Demel que o guardião do Casa Pia acabaria por evitar.

Vote Aqui

Ficha de Jogo:

1. Rui Santos
2. João Alberto
3. Abel Pereira
4. João Pereira
5. Airton Oliveira
6. Vlad Chiriches
7. André Carvalhas
8. André Soares
9. Orphée Demel
10. Miguel Rosa (cap.)
11. Wang Gang

Substituições: David Simão por Abel Pereira (53'); Leandro Pimenta por Wang Gang (61'); Guido Abayian por André Carvalhas (67').
Golos: Orphée Demel (1', 65' e 66'), André Carvalhas (39'), Wang Gang (40') e Miguel Rosa (51').

Treinador: João Alves
Suplentes não utilizados: Daniel Casaleiro, André Magalhães e Rui Ferreira.

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.