Juvenis A: Sporting 1-2 Benfica

Jogo grande em Alcochete. Depois de uma derrota na primeira volta (0-2) o Benfica partia para este encontro destacado na primeira posição e sem a obrigação de o vencer, pois, qualquer que fosse o resultado, manteria o primeiro posto, de acordo com a vantagem (4 pontos) que trazia. O Sporting, que ainda esta semana teve 7 jogadores convocados para a selecção, contra dois do Benfica, vinha de dois resultados menos bons e tentaria hoje, inverter a tendência. Os “encarnados”, privados do contributo de Diogo Figueiras (ainda sem ritmo) e Artur Lourenço (lesionado), partiram para o desafio de hoje com Toumany Sambú no banco que chegou na passada Sexta-Feira de férias. A estratégia não se alterou muito tendo em conta as obrigações da partida (ver caixa) e a principal novidade foi mesmo a inclusão do capitão André Campos, regressado de lesão.

Entrada muito forte do Sporting

Já não bastavam os lesionados, ainda antes de começar a partida, a primeira contrariedade. Adul, no aquecimento, sentiu uma dor que acabaria por condicionar o seu rendimento.


André Delfino disputa a bola com William. Abdel observa...

O Sporting entrou muito forte, a exercer um forte pressing que não dava grande margem de manobra aos jogadores “encarnados”. Logo no primeiro minuto, William, sobre a esquerda, rematou rasteiro mas ao lado da baliza de Fábio Pereira. Era o iniciar das hostes no que a remates diz respeito, chegando os “leões” à vantagem aos 5 minutos, numa bela diagonal de Diogo Ribeiro a rematar cruzado sem hipótese para Fábio Pereira. Golo efusivamente festejado pelo jogador do Sporting – com provocações pelo meio – mas que acabaria por ter o seu “troco” alguns minutos mais tarde.

Benfica ia dominando e só a barra evitou vantagem ao intervalo

De regresso ao jogo, cedo se viu que o Sporting marcou e procurou defender. O Benfica respondeu muito bem, apresentando na sua excelente organização a meio-campo a principal arma para contrariar as transições rápidas dos caseiros. Aos 19 minutos, um canto que sobrou para a entrada da área, deu hipótese de remate a Ruben Pinto que atirou ao lado da baliza “leonina”. O maior ascendente dos “encarnados” acabaria por dar os seus frutos aos 28 minutos. Nelson Oliveira fugiu pela esquerda, flectiu e aplicou um fortíssimo remate para um grande golo, com dedicatória especial a quem, minutos antes, tinha provocado as hostes benfiquistas.

A inferioridade física de Adul era notória, com o reforço de Natal a sair aos 33 minutos para dar lugar ao nigeriano Silvério Camará. O Sporting, das poucas vezes que criava perigo, era em lances de contra-ataque, com Luís Carlos a rematar perigoso, à entrada para o intervalo. No entanto, só a barra da baliza do Sporting evitou a vantagem do Benfica ao intervalo. Num lance prodigioso de Ruben Pinto, um cruzamento fantástico levou a bola à cabeça de Silvério Camará que, de cabeça, fez tremer a baliza “leonina”, com um forte cabeceamento ao ferro.


Nelson Oliveira vigiado por dois adversários

Toumany Samb(o)ú e deu vitória justa

As duas equipas não apresentaram alterações na entrada para a segunda metade. Curiosidade para ver se o Sporting entraria novamente mais forte, o que acabou por acontecer. No entanto, o ascendente verde e branco duraria cerca de 5 minutos – tal como no primeiro tempo – com a defesa “encarnada” a não permitir grandes veleidades aos atacantes caseiros em zonas de finalização.

Dez minutos volvidos o intervalo, lance de golo na área do Sporting. Tiago Ribeiro num cruzamento tenso viu Nelson Oliveira, em excelente posição, não conseguir o desvio certeiro. Dois minutos depois, na sequência de um belo trabalho individual, Nelson Oliveira atirou ao lado, naquela que era, até então, a melhor oportunidade da segunda parte.

O Sporting procurava inverter os acontecimentos e realizou duas alterações, mas o ascendente do Benfica era bem notório. Aos 65 minutos, foi Ruben Pinto, descaído à esquerda, que remataria para defesa apertada de Ruben Luís. A cerca de 15 minutos do final da partida, o técnico João Couto lançou aquela que seria teoricamente a sua principal arma, fazendo entrar o senegalês Toumany Sambú para a saída de André Delfino. Um meio-campo “encarnado” que estava até então a defender com três médios de características mais defensivas, soltou-se mais, a procurar nitidamente a vitória que estava ali tão perto.

Papel essencial teriam de ter os dois Médios Interiores, Lassana Camará e Abdel Vieira. E foi aí, que o Benfica começou a ganhar o jogo. O forte pressing dos dois jogadores, fez descer o bloco “leonino”, que acabaria por dar os seus frutos, a seis minutos do final da partida. Um lance bem delineado pela esquerda, acabaria por sofrer um ressalto e chegar até à entrada da área. Com Toumany a dominar bem o esférico, dois passos bastaram para o senegalês aplicar um fortíssimo pontapé cruzado sem hipótese de defesa, levando os benfiquistas presentes ao rubro!


Ruben Pinto em belo pormenor técnico

Ao contrário do que se esperava, acabaria por ser o Benfica a continuar dominador até final do encontro. A intenção do Sporting de criar perigo – legítima no último fôlego – apenas surgiu os seus efeitos já no tempo de compensação, quando o árbitro, numa decisão polémica, apontou um livre à entrada da área para os leões, que num remate por cima de Januário Jesus, viram assim a sua última oportunidade sair para fora.

O Benfica fez um grande jogo, talvez mesmo o melhor da temporada. Grande exibição de todos os sectores, naquela que foi uma das vitórias mais saborosas dos últimos tempos. Os “encarnados” provaram hoje mais uma vez a sua qualidade, ela que teima em ser “esquecida” da parte dos responsáveis da FPF.

Apreciação Individual:

Fábio Pereira (8) – Oferece muita segurança ao sector defensivo. Não foi chamado a intervir de forma apertada em nenhuma situação, valendo a eficácia em alguns remates de longe dos “leões”.

Tiago Ribeiro (8) – Belo jogo. Muito forte a nível defensivo, teve pela frente um dos grandes criativos do adversário, anulando-o. Ajudou a atacar e marcou mais uma vez a sua qualidade.

Roderick Miranda (8) – Imperial, vai-se fixando cada vez mais como uma peça essencial na estrutura. Num jogo muito complicado para o sector defensivo, cotou-se muito bem.

André Campos (8) – Nem parecia que vinha de lesão. Foi essencial, sobretudo na primeira parte, denotando algum cansaço natural na segunda metade, o que, no entanto, nunca lhe retirou qualidade nas suas intervenções.

Pedro Ferreira (8) – É um dos jogadores que "cresce" nestes jogos. Teve pela frente o “craque” Alexander Zahavi. Inteligente, astuto e tranquilo, “secou” o jogador leonino e teve um papel de grande importância na ajuda aos centrais.

Abdel Vieira (8) – Melhor jogo da temporada. Grande exibição que hoje fez. Rápido, inteligente e muito forte no pressing, arriscou tudo e foi essencial nos últimos minutos.

Adul (6) – Estava claramente em inferioridade física. Melhores jogos virão.

Ruben Pinto (9) – Melhor em campo. Que exibição fantástica! Hoje foi líder. A defender, a fazer pressing, a atacar, a criar jogo. Esteve no cruzamento para a bola na barra de Silvério Camará. Foi dos seus pés que nasceram quase todos os lances perigosos do Benfica na segunda metade. E que tal uma chamada à Selecção Nacional sub-17?

Lassana Camará (8) – Também ele sem estar nas melhores condições físicas, teve alguns problemas na primeira metade, exemplarmente corrigidos no segundo tempo, onde teve papel fulcral. Grande capacidade de sacrifício, muito forte a cair em espaços laterais. Grande jogador!

André Delfino (8) – Também ele muito importante na forma como segurou o esférico e acompanhou as subidas dos seus companheiros. Foi hoje um “falso 10”, caindo muitas vezes em terrenos defensivos. A crescer.

Nelson Oliveira (8) – Mais um grande jogo. Segurou a bola nas alturas cruciais e num grande golo colocou o Benfica novamente na discussão do resultado. Tem qualidade para dar e vender. Grande jogo.

Suplentes:

Silvério Camará (7) – Discreto e desaparecido do jogo em alguns momentos, apareceu nas alturas essenciais. Quase marcou a fechar a primeira parte, muito importante nos últimos minutos onde lutou muito frente aos centrais adversários.

Toumany Sambú (8) – Aí está ele! Chegou no final da semana, pronto a jogar aquele que é o jogo que certamente mais “vontade” lhe dá. Entrou e na primeira vez que foi chamado a decidir algo, não só decidiu o lance, como decidiu o jogo. Belo pontapé. Grandes festejos, grande carisma!

Mamadou Djaló (7) – Entrou para segurar o jogo – e fê-lo – e terminaria a segurar um jogador do Sporting que quando o árbitro terminou o jogo, chutou a bola com toda a força contra o banco do Benfica, o que obrigou Djaló a ter tempo extra de trabalho, ao afastar o seu companheiro Abdel da confusão.

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Flash-Interview com o Mister João Couto:

O Benfica deu hoje aqui uma grande prova da sua qualidade...

“Em termos de garra e atitude, foi talvez o melhor jogo da época. A equipa jogou muito bem, melhor quando ultrapassámos os cinco minutos iniciais onde entrámos algo apáticos e sofremos um golo, mas conseguimos ultrapassar a pressão que é sofrer um golo cedo e demos a volta ao resultado. Num campo como este, com chuva, foi muito bom.”

Como é que se sente com 7 pontos de vantagem?

“Não ganhámos nada, pois não é agora que se fazem as contas. Elas fazem-se no final. Mas claro, a nós dá algum “gozo” porque a nossa equipa tinha algumas lacunas, como eu fui dizendo, melhorou, está a melhorar e vamos ver o que sai do nosso trabalho porque nós queremos ser Campeões!”


Toumany Sambú, o talismã!

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.