Juvenis A: Benfica 4-2 AA Santarém

E foi com um golo sublime que o Benfica abriu a partida. Na recepção ao penúltimo AA Santarém, os “encarnados”, vindos de uma grande vitória em Alcochete, não alteraram o seu sistema base e apresentaram-se novamente num 4-4-2 a desdobrar-se num 4-3-3, com as novidades Toumany Sambú – decisivo na semana anterior – e Ricardo Semedo no onze inicial, fazendo o técnico João Couto descansar Lassana Camará (que assistiu ao jogo da bancada) e André Delfino que se sentou no banco de suplentes (ver caixa).

Esperava-se um jogo mais tranquilo do que aquele que realmente foi. O Benfica, fazendo jus ao seu estatuto de favorito, não poderia ter começado melhor o jogo, num lance exemplarmente finalizado por Nelson Oliveira. Uma diagonal do avançado “encarnado” colocou-o na cara do guarda-redes visitante, que, já descaído para a linha de fundo, efectuou um belo chapéu a abrir o placar. A “briosa” de Santarém nem teve tempo para respirar, com Toumany Sambú, aos 5 minutos, a ultrapassar um adversário com um bom gesto técnico e a rematar sem hipótese de defesa, fazendo mais um golo na sua conta pessoal (e vão 18).


Toumany Sambú tem dança nova! Silvério Camará aplaude...

“Briosa” de Santarém consegue chegar ao empate

A equipa de Santarém apresentou uma estratégia um pouco peculiar para o que tem sido norma nestes desafios. Uma constante procura de colocação no fora-de-jogo dos avançados do Benfica, nem sempre foi totalmente aproveitada pelas “águias”, que viram também o fiscal de linha que acompanhava o seu ataque marcar constantes foras de jogo. Aos 8 minutos, Tiago Ribeiro, lançado numa situação dessas, foi à linha e cruzou para Ruben Pinto que não conseguiu dar a melhor direcção à bola, atirando ao lado.


Abdel Vieira a controlar o esférico

A Académica de Santarém, à passagem dos dez minutos, reduziu a contagem, na sequência de um canto desviado ao primeiro poste com a defesa do Benfica a ficar sem reacção. Os “encarnados” responderam e viram Silvério Camará, servido num belo lance de Ruben Pinto, atirar à malha lateral da baliza contrária. No entanto, o susto acabaria por pairar nos Pupilos. Aos 23 minutos, na sequência de um livre frontal à baliza de Fábio Pereira, Ricardo Semedo acabou por dar uma trajectória inesperada à bola e fez um auto-golo que colocou os visitantes, novamente, na discussão do marcador.

Sucederam-se então, até ao intervalo, as melhores ocasiões de golo para o Benfica regressar à vantagem. Ainda antes da entrada na meia-hora, Ruben Pinto, sem marcação, atirou para grande defesa do guardião da “briosa”. Nelson Oliveira, de livre, e Toumany Sambú, num remate cruzado, estiveram perto de marcar, dando o juiz da partida, pouco depois, ordem de descanso, para uma segunda parte que acabaria por ser diferente da primeira.


Nelson Oliveira tenta chegar à baliza adversária

Diogo Figueiras veio dar outro perfume

Ao intervalo, Diogo Figueiras – que partiu o pé na primeira jornada – regressou à competição no Nacional de Juvenis, rendendo Abdel Vieira. Não poderia ter começado melhor o Benfica, a partir mais insistentemente para o último reduto dos visitantes. Toumany Sambú ainda fez golo, na resposta de cabeça a um canto cobrado por Tiago Ribeiro, mas o árbitro anulou por pretenso fora de jogo (!!!).


Diogo Figueiras tenta o desequilibro individual

Seria no entanto, o regressado Diogo Figueiras a oferecer outra qualidade ao futebol ofensivo do Benfica. Depois de uma longa recuperação, que ainda conheceu alguns minutos na equipa “B”, o pequeno criativo do Benfica soltou o seu futebol e foi um quebra-cabeças para a defensiva visitante. Aos 56 minutos, Figueiras flectiu para o centro e com um passe sublime isolou Silvério Camará que só teve de desviar do guardião contrário e colocar, novamente, o Benfica em vantagem.

O mesmo Diogo Figueiras, minutos depois, teve um lance espectacular na linha de fundo, conseguindo “trocar as voltas” a dois adversários e colocar na zona de penalty, onde Nelson Oliveira atirou muito por cima. Diogo Figueiras estava endiabrado e minutos depois, de calcanhar, deu hipótese de concretização a Pedro Ferreira que não conseguiu o golo, numa grande estirada do guardião visitante. A AA Santarém procurava criar lances de perigo, mas a verdade é que os “encarnados” tinham a partida controlada e estavam à procura de chegar ao golo da tranquilidade, sempre com um denominador comum: Diogo Figueiras.

Ruben Pinto decide a partida

Seria ele a abrir o jogo em Nelson Oliveira que obrigou a nova grande intervenção do guarda-redes da “briosa”. Pouco tempo depois, o mesmo Diogo Figueiras rematou – para mais uma boa defesa – na sequência de um belo lance de Toumany Sambú. O Benfica estava por cima e viu o avançado senegalês Toumany Sambú acertar no poste, antes mesmo de Fábio Pereira, com uma magnífica intervenção, tirar o golo aos visitantes, que já festejavam o empate. No tudo por tudo da “briosa” o Benfica mataria o encontro. Já com dois minutos de desconto corridos, Ricardo Semedo, no seguimento de um canto visitante, interceptou o esférico e lançou em André Delfino. O recém entrado nos “encarnados” fez o passe para Nelson Oliveira que acabou por permitir um corte, sobrando o esférico para a entrada da área onde Ruben Pinto, com um belo remate, selou a vitória do Benfica, golo com dedicatória especial ao seu “irmão” José Graça, também ele em grande destaque no jogo anterior (Juvenis B, ver caixa).


Ruben Pinto a carregar a equipa para o ataque

O Benfica conseguiu assim uma vitória justa, embora com dificuldades inesperadas. A qualidade de jogo apresentada pelos jogadores “encarnados” foi determinante nesta vitória sem margem para dúvidas, que poderia ter conhecido números mais expressivos.

Apreciação Individual:

Fábio Pereira (7) – Que fantástica defesa a evitar o golo do empate dos santarenos. Hoje raramente foi chamado a intervir, não tendo responsabilidade nos dois golos sofridos.

Tiago Ribeiro (7) – Mais uma vez essencial na profundidade que oferece ao flanco, esteve exemplar em quase todos os lances.

Ricardo Semedo (6) – Hoje esteve infeliz a fazer o auto-golo, situação que corrigiu com uma grande arrancada para o golo da tranquilidade.

André Campos (6) – O capitão não fez uma exibição tão brilhante como na semana anterior, embora sem falhas a apontar.

Pedro Ferreira (7) – Grande atitude. Hoje ajudou – e que ajuda – o flanco esquerdo onde deu a profundidade que se exige e um lateral esquerdo de raiz. Está a ganhar espaço.

Abdel Vieira (6) – Saiu ao intervalo. Esteve bem na tentativa de segurar o meio-campo dos visitantes, onde se mostrou também eficaz nas saídas para o ataque.


Toumany Sambú joga a rendondinha num companheiro

Roderick Miranda (6) – Não esteve em tão bom nível como nas jornadas anteriores (a jogar como Interior), mas melhorou quando passou para uma posição mais de auxílio aos centrais. Muita qualidade.

Ruben Pinto (8) – Começam a faltar adjectivos para descrever a qualidade que apresenta de jogo para jogo. Hoje nem esteve tão bem no primeiro tempo, fazendo uma segunda parte fantástica no preenchimento de espaços e na qualidade que ofereceu na zona de decisão do ataque. Marcou o golo da tranquilidade. Grande jogo!

Toumany Sambú (8) – Melhor em campo. Hoje esteve muito forte nas combinações com os companheiros, mostrando uma grande eficácia nos lances que protagonizou. Marcou dois – um deles foi anulado – e ainda tirou tinta ao poste da baliza da Académica de Santarém. A crescer!

Nelson Oliveira (7) – Melhorou quando passou para uma posição de auxílio aos avançados. Forte no drible e na capacidade de trazer a equipa para o ataque. Hoje teve pela frente um guardião de grande qualidade a tirar-lhe a possibilidade de fazer mais golos.

Silvério Camará (7) – Marcou o golo da vitória. Lutou, trabalhou, caiu em muitos espaços. Revela-se um jogador importante.

Suplentes:

Diogo Figueiras (8) – Que jogo! Depois de uma fatigante recuperação contrariou alguns prognósticos mais pessimistas e regressou à competição ainda antes do final da primeira fase. Grande qualidade técnica, dinamizando o futebol ofensivo do Benfica. Saíram dos seus pés, quase (só não esteve no lance do último golo) todas as jogadas de perigo criadas pelos “encarnados” na segunda metade.

André Delfino (6) – Teve pouco tempo em campo, demonstrando, no entanto, muita garra e atitude.

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Flash-Interview com o técnico João Couto:

Dificuldades inesperadas no jogo de hoje…

“Sim, foram dificuldades inesperadas porque podíamos ter sido um pouco mais inteligentes em algumas partes do jogo. A Academia de Santarém apresentou um jogo desorganizado – embora tenha jogado muito bem -, jogando no fora-de-jogo, tendo uma atitude muito agressiva em termos ofensivos, o que é bom para nós, mas podíamos ter sido um pouco mais fortes a gerir o jogo. De qualquer forma foi bom ganhar, é bom sofrer até ao fim, faz das equipas equipas e dos jogadores jogadores. Foi melhor assim do que termos ganho por 7 ou por 8 sem competição. Foi um jogo competitivo e vamos continuar a trabalhar!”

O Diogo Figueiras é agora mais uma opção para enriquecer a equipa?

“Sim, infelizmente lesionou-se no primeiro jogo do campeonato. Agora reapareceu, entrou com agressividade e contribuiu para a vitória.”

Reportagem de André Sabino, Serbenfiquista.com.