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José António Camacho não esconde alguma apreensão quanto aos efeitos que mais de duas semanas sem competição poderão provocar no rendimento da equipa. Porém, fiel à sua imagem, aceita às regras do jogo e conta com o profissionalismo dos seus pupilos para levar de vencida mais este difícil obstáculo. «Espero que os jogadores revelem o mesmo espírito de antes. Sei que não é fácil, porque quando se pára tanto tempo é difícil retomar o passo, mas é importante que mantenham a mesma mentalidade », alertou.
Como se não bastasse a ausência de Simão, Geovanni sofreu uma contractura muscular que o impede de estar presente. Mas também aqui, Camacho revela grande pragmatismo, motivando quem possa substituir o brasileiro na equipa: «Geovanni é um jogador importante, mas não vai estar presente. Há 18 jogadores com possibilidade de jogar e é com esses que temos de contar. Trata-se apenas de um jogo e quando assim é, não se nota muito a ausência deste ou aquele elemento.»
Sem revelar o nome do jogador escolhido para render Geovanni, o técnico espanhol deixou uma mensagem a todos os pupilos: «Eles sabem mais ou menos quem vai jogar. Mas um bom profissional tem o dever de pensar sempre que pode ser escolhido. Por exemplo, nesta altura faz muito calor e nada me diz que amanhã algum deles não venha a ficar de fora devido a anginas.»
Nada de relaxe
O caso de Geovanni trouxe à conversa a infiltração feita a Simão Sabrosa, para poder defrontar a Lazio. Corroborando da mesma opinião do médico João Paulo Almeida, Camacho anuiu: «Infiltração é coisa do futebol. O Simão tem uma lesão estranha, num sítio difícil. Sabia que ele ia ser infiltrado, mas se não estivesse em condições, não jogaria.»
Sempre com grande frontalidade, admitiu que o mesmo poderia acontecer em relação a Geovanni, se a situação assim o justificasse. «Se se tratasse do jogo com a Lazio, provavelmente o Geovanni jogaria. A infiltração depende do jogador. Há que saber a gravidade da situação, se dói ou não, são soluções de momento », considerou.
Falando, por fim, do adversário de logo à noite, Camacho observou: «O Belenenses vai tentar fazer o seu futebol. É uma equipa muito respeitável e já nos venceu no defeso. Se entrarmos relaxados na primeira parte, será difícil. Caso contrário vai ser muito difícil contrariar o Benfica. »
Vejo Luisão bem integrado
O onze que vai iniciar o jogo com o Belenenses deverá marcar a estreia absoluta de Luisão na SuperLiga. Camacho não confirma esta possibilidade, mas as suas palavras admitem, de forma implícita, que tal venha a acontecer. «Luisão? Pode perfeitamente jogar. Pode ser ele ou Ricardo Rocha e podem ser os três centrais. O que posso garantir é que vão estar onze jogadores em campo», afirmou, escondendo o jogo. O técnico refere, no entanto, que o brasileiro está adaptado:«Creio que sim, que ele está perfeitamente integrado. Se quiser jogar, tem de estar preparado.»